Fortaleza da solidão

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Eu estava ansioso para encontrar com Natalie naquela manhã de sábado, só não esperava que o encontro fosse tão inusitado. Eu deveria estar acostumado porque tudo que vem dessa mulher realmente é inusitado, mas eu sempre me surpreendo.

Tive que tomar outro banho e trocar de roupa se não quisesse passar o dia cheirando a suco de laranja ou na pior das e hipótese, ser atacado por formigas. Vesti uma camisa de tecido molinho de mangas longas de cor vermelha com detalhes em branco e uma calça jeans azul. Quando sai do quarto encontrei Marta e Natalie conversando no corredor, elas estavam tão distraídas que nem me viram chegar.

- Gostou do quarto?

- Ai John! Quer matar a gente de susto? – minha irmã reclama.

- Desculpem.

- Não tem problema, o quarto é lindo assim como toda sua casa. – ela fala.

- Eu estava aproveitando um pouco mais da companhia dela antes você tomar ela só pra você. Fala sério! Eu só vou deixar isso passar porque eu quero mais é que vocês passem muito tempo juntos, vocês fazem um casal lindo e a química entre vocês é gritante. – Marta fala fazendo Natalie corar e eu ficar sem jeito.

- O que é isso Marta? O senhor Almonte tem pretendentes que estão bem mais a altura. – ela ri ao me olhar e depois baixa a cabeça tímida.

- É? Então eu terei que desapontar todas porque até agora só uma parece estar a minha altura e ela realmente me interessa muito, ela só é um pouco desastrada. Acredita que só hoje de manhã eu tive que tomar dois banhos em um curto intervalo de tempo por causa dela? – o que eu disse a pegou de surpresa e ela meio que paralisou.

- Opa! Estou sobrando na conversa. Vejo vocês no almoço e pelo amor de Deus, continuem! Eu já estou saindo e prometo que não vou ficar escondida escutando... – Marta nos deixa a sós no corredor entre os quartos.

- Desculpe minha irmã. Ela e Gustavo não têm filtro se é que entende?

- S-sim, claro. Podemos ir? – ela fala nervosa.

- Primeiro as damas. – eu falo dando espaço pra ela passar.

Seguimos em silêncio até meu escritório parando em frente a enorme porta de correr, eu a abri e dei passagem para ela entrar. Ela parecia ter ficado mais surpresa com o que naquela parte reservada muito mais que com a casa toda, ela parou por alguns minutos caminhando em silêncio enquanto observava a tudo. Ela parecia deslumbrada e eu estava fascinado com a sua reação.

- UAU!

- Talvez minha irmã e meu primo tenham razão – digo.

- Com todo respeito, senhor! Sua casa é linda, mais esse lugar é...

- Exagerado?

- Pelo contrário, é maravilhoso, fantástico é... Incrível

- Sério?

- Sim, olha tudo isso? O senhor tem uma biblioteca particular em casa. Olha essa decoração? E esses objetos todos? Posso até estar enganada mais eu arriscaria dizer que o modo em que esses objetos estão posicionados, ele estão representando alguma passagem do tempo e que o senhor além de adorar ler é fascinado por história também.

- Descobriu tudo isso apenas olhando essas coisas?

- Elas são meio óbvias!

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora