Capítulo 11(Jonatas)

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Resolvi que chegaria bem cedo na empresa e só sairia de lá quando fechasse pelo menos um acordo decente, eu teria duas reuniões e uma missão importante: conhecer meu inimigo e detê-lo antes que ele ferre com tudo que batalhei a vida inteira pra construir e não é só uma questão de honra, tem muito mais gente que depende disso e eu fiz uma promessa e pretendo cumpri-la até o fim e não é um idiota mau caráter sem escrúpulos que vai me impedir de continuar. De repente estou olhando meu reflexo no espelho e é como se estivesse vendo aquela terrível cena e o motivo pelo qual não posso desistir. Nunca.

- Você está lindo maninho – minha irmã está parada na porta do meu quarto me observando.

- Não bate mais na porta não é? Qualquer dia desses você ainda me pega pelado, garota. – digo pra ela com um sorriso bobo.

- Ai, não, Deus me livre! Quando você vai me dar uma cunhada e sobrinhos fofinhos pra eu apertar as bochechas deles? Não vou estar aqui toda manhã para dar um nó decente na sua gravata e aguentar seu abuso matinal – ela diz tomando a gravata azul de minhas mãos para colocá-la em meu pescoço e dar um nó daqueles que só ela sabe e que eu adoro.

- Eu ainda tenho você e umas amigas bem prestativas e não vou discutir minha vida intima com uma pirralha enxerida e mal humorada pela manhã.

- Umm. Sei... Olha? Eu estou falando de uma mulher de verdade e não dessas vaga... – ela respira – Das suas amigas interesseiras e da daquela loira tosca e sem sal da Sophia que é pior do que todas as outras juntas. Alguém tem que cuidar de você ou vai acabar virando um velho rabugento.

- Tenho certeza que essa enrolação toda é pra pedir alguma coisa. Certo? Aii!! Cuidado vai acabar me enforcando com essa gravata.

- Não estou enrolando, mas, já que você tocou no assunto, eu queria saber se posso dar uma festa aqui em casa algum dia além da minha formatura e aniversario que já é certa.

- O quê? Marta você sabe que não gosto de festas aqui em casa. Por que não contrata um espaço de festas?

- Porque não é a mesma coisa. Do que adianta ter uma casa com um espaço desses e não poder dar uma festa e trazer os amigos aqui? Ao contrario de você eu tenho amigos e não me isolo do mundo, sabia? POR FAVOR, JONH?!!! – ela me olha com um olhar suplicante parecendo uma criança.

- Tudo bem. Mais já vou avisando que não quero suas amigas entrando no meu quarto ''por engano''. Entendido?

- OK!! Eu não tenho culpa de ter um irmão tão gato. E John? Você é o melhor irmão do mundo e tenho certeza que será o melhor pai que uma criança vai ter um dia.

Minha irmã me abraça e sei que suas palavras são verdadeiras. Sempre fiz de tudo pra tentar suprir a falta dos nossos pais mais sei que mesmo me vendo como figura paterna ela sente falta da mãe que não conhecera e de um pai de verdade e não de alguém que precisou assumir essa posição. Tia Vero, Gustavo e eu formamos a família que ela conhece e sempre estaremos aqui pra ela. Sempre! Marta era como minha mãe, ela conseguia ver o melhor e o pior das pessoas a quilômetros de distância.

- Pra quê filhos se tenho você?

- Não seja bobo, John. – ela me lança um olhar mortal e me bate no ombro – Vamos tomar café, tia Vero e o Gustavo estão esperando a gente.

Descemos as escadas entre brincadeiras e risos, minha irmã não parava de falar de uma festa que ainda tem mais ou menos um mês pra acontecer e eu apenas a escuto.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora