Revelação

63 5 0
                                    

Eu reuni as evidências do que descobri e decidi falar com o senhor Almonte, meu grande questionamento era se eu deveria fazê-lo, com certeza eu mexeria com gente grande e ganharia muitos inimigos a partir do momento que revelasse algo dessa magnitude ao senhor Almonte. Eu tinha passado a semana inteira tendo que lidar com os desaforos da Sophia, os falatórios das funcionárias enciumadas e tudo que eu havia descoberto sobre os desvios nos orçamentos da empresa. Foi uma semana de pura tensão e de surpresas como, por exemplo, o convite para almoçar que recebi do Adam e ele acabou me mostrando um lado seu que com certeza que ninguém conhece. Adam se mostrou gentil, atencioso, generoso e para minha surpresa descobri que ele é um dos doadores da fundação que cuida das crianças órfãs da minha cidade. Ele confessou que ajudava aquelas crianças porque partilhava do mesmo sentimento de rejeição por parte do pai. Adam não quis entrar em muitos detalhes mais revelou que sentia muita magoa do falecido que vivia ocupado de mais quando ele era criança e que depois de adulto o pai dele só enxergava o Jonatas como a ultima maravilha do mundo. Ouvir o que ele disse deixou-me com muitos questionamentos me fazendo lembrar o que Jonatas disse.

Na noite daquele mesmo dia, eu pedi a Dinah pra ficar em casa porque tinha uns documentos importantes que eu precisava terminar, e foi assim que virei o resto da noite conferindo aquilo pra ter certeza de que eu não estava enganada. Quando as primeiras frestas de luz entraram em meu quarto, eu levantei decidida sobre o que faria quando encontrasse com Jonatas. Fiz minha higiene, me arrumei e desci pra preparar o café, eu não esperava encontrar todos na cozinha por causa da noite agitada exceto Berta que mesmo ajudando sempre sai mais cedo junto comigo por causa do trabalho na empresa.

- UÉ! Vocês acordados uma hora dessas? – eu pergunto surpresa fitando Dinah, Nando e Berta sentados a mesa tomando café.

- A gente nem dormiu meu bem. – Dinah fala e toma seu café

- Estamos VIRAAADOS, já você acordou com uma cara de Deus me livre que faz dó. – Nando brinca.

- Problemas – digo puxando o fôlego e soltando em seguida.

- Aconteceu alguma coisa com meus tios ou com João? – Dinah se preocupa.

- Não, em casa está tudo bem na medida do possível. – respondo

- Você é que não ta nada bem amiga. Eu sei que esses últimos dias você foi o assunto mais comentado da empresa e ainda teve que agüentar a naja da Sophia e a inveja das outras funcionarias, mas eu sei que isso não foi nada pra você. E nós sabemos que você não está dormindo também porque quando fechamos o bar, você tira direto na frente do computador e está tomando café pra se manter acordada mais que o normal. – Berta questiona.

- E nós percebemos também você andou pesando maquiagem pra esconder as olheiras. Justo você que adora uma maquiagem leve – Nando concorda.

- Está tão evidente assim? – eu pergunto.

- Anda logo prima. Desembucha!

- Não bastasse os problemas que trouxe na bagagem, ainda tenho que lidar com novos que vão brotando diante de mim feito erva daninha.

- Eu já te ofereci ajuda pra redesenhar a cara da tal Sophia se o problema for ela! – Dinah fala em tom de brincadeira.

- É mais serio que isso Dinah. Vocês não vão acreditar no que eu descobri e a bomba que está em minhas mãos agora, prestes a explodir.

- Jesus! O que foi agora? Amiga eu estou pensando seriamente em começar uma campanha de jejum e oração pedindo tua libertação porque parece que os problemas se afeiçoaram a você igual a chiclete quando gruda na roupa da gente – Berta diz.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora