As surpresas não param

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Estamos chegando na reta final e sobre esse e os próximos capítulos, eu só posso dizer uma coisa: serão de muita emoção....


NATALIE

A experiencia que tive com Jonatas esta noite foi a coisa mais louca já fiz até hoje, não sei de onde me saiu tanta coragem e ousadia, e a única coisa que passa pela minha cabeça agora diante desse par tão intenso e apaixonado de olhos verdes, é se eu deveria tê-lo provocado dessa forma. Eu achei que surpreenderia Jonatas com minha atitude, mas no final das contas a surpreendida fui eu.

''Case comigo Natalie!'' ele diz, e pela primeira vez eu estou diante do homem que tanto amo sem saber o que lhe dizer. A surpresa foi tanta que a única resposta que conseguiu escapar de mim naquele momento foi uma lagrima que ele mesmo enxugou.

- Jonatas...

- Não posso mais esperar pra ter você definitivamente na minha vida Natalie. Você já parte dela como se fosse o ar que eu respiro. Transforme esse pobre homem no ser mais feliz da face da terra. Case comigo Natalie! -- Jonatas me olha aguardando minha resposta.

- Se eu pudesse viajar no tempo pra dizer a mim mesmo o que eu viveria nesses oito meses, tenho certeza que nem mesmo me vendo e ouvindo, eu acreditaria. Tudo que está acontecendo comigo parece tão surreal e você não faz idéia do como a minha vida se transformou desde que cheguei aqui e que conheci você. Você me salvou tantas vezes e não faz nem idéia disso. Quando descobri que te amava eu quase morri, e quando você disse que sentia o mesmo por mim, faltou bem pouco pra isso acontecer. Eu vim pra essa cidade para cumprir uma missão e quase botei tudo a perder quando encontrei você, e quando acreditei que tudo estava perdido de vez, você foi o meu herói e isso parece clichê de mais até pra mim que nunca acreditei em contos de fada, e de repente me vejo vivendo um. Eu estou tão dependente desse amor que não sei mais o que será da minha vida sem você Jonatas.

- Então você aceita se casar comigo?

- Sim, eu aceito me casar com você Jonatas. E me casaria agora mesmo se você quisesse! - eu digo e ele sorri feliz e me abraça forte.

- Você não faz idéia do quanto eu amo você pequena. Obrigada por ter aparecido e por ter me trazido vida, obrigado por fazer de mim o homem feliz e pleno que sou agora. Estou vivendo coisas ao seu lado que jamais pensei que viveria. Quando tive aquele desmaio e fui parar no hospital, eu sonhei com minha mãe. A sensação que eu tinha era de que minha hora tinha chegado, mas ela me disse que as pessoas que me amavam precisavam de mim, e que tinha uma moça com um coração de ouro esperando por mim aqui fora e que precisaria muito de mim. Ela disse que eu não deveria carregar o mundo nas costas porque faço parte dele e preciso viver dentro dele, e não fora. Aí eu acordei e quando abri os olhos a primeira pessoa que vi foi você, e sabe o que é mais interessante? -- Jonatas vai falando e suas lagrimas começam a cair -- Você estava usando uma corrente de ouro e nela tinha um pingente em formato de coração. Era de você que a minha mãe tava falando -- ele fala em meio a emoção que está sentindo e chora enquanto eu o abraço.

- Jonatas, a sua fobia a hospitais tem alguma coisa haver com sua mãe? -- digo enxugando suas lagrimas e ele me abraça forte e chora ainda mais, depois de um tempo ele começa a falar com a cabeça em meu peito.

- Eu tinha 13 anos quando minha vida começou a desmoronar aos poucos. Eu venho de uma família muito humilde, eu e meus pais morávamos em casinha singela em uma cidadezinha também do interior. Minha mãe estava grávida e eu e meu pai estávamos felizes por que íamos ganhar uma princesinha. Meu pai trabalhava como mestre de obras e sempre que podia eu o acompanhava depois da escola, eu adorava vê-lo trabalhar e o quanto ele era feliz por fazer o que gostava. Meu pai não tinha muito estudo, e tampouco muito dinheiro, minha mãe era professora mais nunca lecionou porque se causou muito jovem. Minha família por parte de mãe era muito pequena e ela era filha única, já a família do meu pai era um pouco maior, mas só tínhamos contato com a tia Vero. Gustavo tinha seis anos quando ela perdeu o marido em um acidente, como éramos seus parentes mais próximos ela veio morar com a gente, e foi ela a minha salvação depois que tudo aconteceu. Certo dia eu estava voltando da escola e decidi ir encontrar com meu pai, ele trabalhava em uma construção perto da minha casa, mas se eu soubesse tudo que passaria naquele dia eu não teria ido. Ele estava em uma espécie de elevador e o mesmo despencou com ele bem na hora que eu ia chegando, antes disso ele já tinha me visto e acenado com um sorriso pra mim. Aquele foi o ultimo sorriso que ele me deu. Corremos com ele para o hospital e antes que ele entrasse na sala de cirurgia ele pediu pra falar comigo, ele me fez prometer que cuidaria da minha mãe e da minha irmã assim como para nunca desamparar minha tia e meu primo. Ele disse que eu era o homem da casa e que o dever de cuidar deles agora era meu. Eu prometi o que ele me pediu e ele sorriu fraco dizendo que eu era o orgulho dele, eu abracei meu pai e então o levaram dizendo que ia ficar tudo bem e que meu pai sairia daquela sala curado. Meu pai morreu duas horas depois. Eu perdi mais do que um pai, eu perdi o homem que era minha referencia em tudo.

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