O quarteto e a ideia

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Dois meses se passaram com um flash, minha relação com pessoal estava indo de vento em polpa parecia que éramos até irmãos de tão próximos e confidentes que nos tronamos em pouco tempo, a dor de nossas vivencias e experiências nos uniram bastante eu decidi contar minha situação a Nando e Berta que se comoveram comigo e me prometeram ajuda dentro das possibilidades deles claro, mais o que estava me incomodado e eu já estava me desesperando era o fato de que minhas economias estavam se esgotando e eu ainda não tinha conseguido nada, nem uma entrevista se quer.

Mais um dia andando e espalhando currículos e nada só porta na cara, Berta me disse que a empresa onde ela trabalha tem uma espécie de estágio onde eles selecionam profissionais capacitados para possíveis novos cargos na empresa dando oportunidade aos jovens que acabaram de se formar. Uma atitude muito louvável da parte de uma empresa que parece bem rigorosa, ela me animou bastante com a possibilidade, pois segundo Berta meu currículo derrubaria fácil a concorrência além de que ela falaria diretamente com seu chefe. Aquilo me encheu de esperança.

Estava cansada de andar tanto pela cidade e agora estava deitada no sofá da sala massageando meus pés que doíam sem dó nem piedade e ainda teria que preparar o almoço quando ouço a porta abrir.

- Bom dia Nath – Nando me fita com uma enorme expressão de cansaço.

- Noite agitada?

- Sim, baby aquela boate tava um inferno ontem e eu ainda tive que estender até agora pra ajudar na limpeza acredita? To me sentido uma ''ESCRAVA'' sem contar que o dono é um ESCROTO!!

- Tome um banho e descanse um pouco, eu vou fazer o almoço e quando estiver pronto eu te chamo.

- Você é mesmo um anjo sabia? Vou mesmo fazer isso. Preciso com urgência de um banho, estou cheirando a privada.

- E infestando a casa toda. Dinah te mata se te pega no sofá caro dela.

Ele levantou num pulo que me fez rir do gesto dele, fui fazer o almoço e aguardar as meninas que não demorariam a chegar também e como previsto elas entraram, porém em silêncio e com semblantes diferentes nos rostos.

- Que cara é essa gente?

- Cansaço Nath, aquela empresa ta pegando fogo hoje. Ah, e eu já levei seu currículo e estou esperando a oportunidade de pegar meu chefe em um bom dia pra falar sobre você. Não se preocupe o primeiro passo já foi dado, agora é ter fé amiga.

- Obrigada, Berta. Vocês estão fazendo muito por mim, eu não sei nem como agradece, vamos torcer amiga por que eu estou praticamente me desesperando. – Berta e eu nos entreolhamos segundos depois e fitamos Dinah muito calada no sofá, perguntei a Berta se tinha acontecido algo já que Dinah fala pelos cotovelos e a mesma me disse que durante o caminho de casa encontrou ela meio desanimada mais não falou muita coisa a respeito do que aconteceu e nós como companheiras fomos ter com ela que logo nos contou sua preocupação.

- Eii? Que carinha é essa? – eu falo tocando seu braço em um carinho suave e Berta se senta do outro lado fazendo o mesmo.

- Ai gente! – ela solta uma lufada de ar e depois continua – A agencia esta falida e tudo indica que vão demitir muita gente, e os mais cotados a irem pra rua são os funcionários mais antigos, ou seja, eu estou no meio deles.

- Ohh Deus!! Não fique assim Dinah, você é ótima e extremamente competente eles não vão demiti-la, precisam de alguém com a sua experiência lá.

- Não sei meninas. Não estou tão certa assim.

- O que as ladies tanto fofocam aí? – Nando entra na sala e de imediato vem ao nosso encontro percebendo o clima e então pergunta. - O que... madrecita o que você tem?

Nós contamos a Nando a preocupação de Dinah e ele com seu jeito otimista, foi logo tratando de nos surpreender.

- Hora mais o que é isso? Vocês não podem ficar esperando o pior. Somos o ''Quarteto Fantástico'' esqueceram? Vamos dar um jeito como sempre fazemos certo, meninas? Somos uma família muito maior agora nos apoiamos isso é o que importa.

- Certo, assim que se fala Nando!! – Berta fala em apoio as palavras de Nando.

- Quer saber? Vocês estão certos eu sobrevivi a coisas bem piores e também aquela espelunca não merece meus esforços sei que vou conseguir algo melhor se chegar a sair.

- Assim que se fala Dinah!! – eu digo pra ela que abre um sorriso fraco mais ainda sim um sorriso esperançoso. Eu estava me sentindo péssima agora. A sensação de estar colocando a vida deles também de cabeça para baixa era nítida e a culpa se instalou em mim. Foi inevitável não me angustiar mais uma vez.

O dia seguiu seu curso e no final da noite no jantar Dinah deu a noticia de sua demissão e todos ficamos tristes. Ótimo, era tudo que minha prima e eu não precisávamos agora.

Quatro tagarelas sentados de cabeça baixa na mesa da cozinha e a única coisa que definia o ambiente no momento era um silêncio ensurdecedor.

- Bom, pelo menos vou tirar uma boa grana de rescisão e com isso não vou me preocupar por um tempo até conseguir outra coisa. - Dinah quebra o silêncio.

- Já pensou em aplicar esse dinheiro prima? Você vem do comercio e de lidar com o publico. Vai que numa dessas, você acaba se dando bem e vira patroa

- Não sei. Nunca me vi como patroa se bem que sempre tive domínio em tudo mais em que eu iria investir?

- Gente? Para tudo!! Tive uma idéia fantástica, arriscada mais fabulosa e temos tudo que precisamos para começar. – Nando grita nos assustando. As idéias dele realmente são bem loucas às vezes.

- Desembucha Nando. Fala logo.

- Um bar, ou melhor, uma boate.

- O QUEEE? – Todas nós dizemos em uníssono.

- Qual é o problema gente? Temos o principal, essa casa na verdade é um ponto comercial bem localizado e mamacita você trabalhou muitos anos com eventos e propagandas, conhece muita gente e nós podemos te ajudar. Nath pode te ajudar a gerenciar e aplicar o dinheiro eu posso largar meu trabalho lá na boate e te dar suporte aqui além de preparar coisas diferentes para chamar a atenção dos clientes uma vez que sei o que a galera da noitada gosta e Berta pode nos dar uma força já que ela gosta tanto de cozinhar fazendo um cardápio bem legal. O que me dizem meninas?

- BEM... A idéia de ver pessoas se embriagando e ficando ensandecidas não me agrada mais a idéia é boa e se for pra ajudar eu topo. – Berta fala nos fazendo arregalar os olhos.

- Eu sabia que podia contar com você noviça!! E pelo amor de Deus não vamos abrir uma espelunca nem um bar de quinta criatura... E você Nath? O que nos diz?

- Estou dentro...

- DINAHHHH? – aguardamos a resposta que parece não querer sair.

- TÁ BOM... Não temos nada a perder tentando não é?

Nando levantou nos puxando para comemorarmos a grande idéia enaltecendo mais uma vez a união do ''quarteto fantástico'' como ele passou a nos chamar com freqüência.

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O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora