O Acordo

O aniversário (parte 1)

O dia da formatura e aniversario de Marta finalmente havia chegado. A impressa não falava de outra coisa e as revistas de fofoca lançavam notas e mais notas sobre o evento, Berta tinha me contado que o nosso chefe não gostou nem um pouco das especulações da impressa, mas, não pode fazer nada a respeito por se tratar de um evento organizado pela irmã de uma figura publica e economicamente importante para o país como ele e os convidados que estariam na festa.

O senhor Almonte havia me ligado mais cedo para saber se eu estava bem para acompanhá-lo, por causa da minha mão. Ele respirou com alivio quando ouviu o meu sim. Ele me pediu desculpas por não poder vir me buscar pessoalmente, ele teria que acompanhar a irmã na cerimônia de formatura, mas avisou que mandaria um motorista de sua confiança nos buscar na hora combinada para nos levar até o local da festa e que estaria ansiosamente me esperando lá.

Era noite de sábado e a turma estava ansiosa para a festa, Dinah e Nando que ansiavam por seu minuto de fama não sabiam o que fazer, pois todos foram convidados e não tinha quem tomasse conta do bar, Dinah já estava pensando no prejuízo que teria por deixar o bar fechado justo no sábado que o movimento é maior. Lipe tinha desistido de ir à festa porque não conseguiu acompanhante, dá pra acreditar? Justo Lipe? Então ele teve a idéia de chamar reforços e assumir a gerencia do bar. Foi um alivio para todos nós.

Nando e Dinah que seriam acompanhante um do outro ficaram eufóricos quando souberam que se sentariam à mesa da família Almonte junto comigo, já Berta, estava muito nervosa, mas tranquilizou-se no final porque ia acompanhada do novo herói e namorado. Pois é, Marcos e Berta para nossa alegria, finalmente engataram um namoro e eu? Bom, meu acompanhante com certeza será o centro das atenções e eu serei ninguém ao seu lado, ou, mais um de seus casos. Não, definitivamente não me encaixo nessa ultima opção.

O pior momento daquela noite foi escolher a roupa pra ir à festa, Dinah, Berta e eu tínhamos passado boa parte da tarde no salão e estávamos com unhas e cabelo impecáveis, até eu que prefiro algo leve optei por uma maquiagem poderosa, digna de parar o trânsito. As meninas já estavam prontas e Dinah, claro, foi a primeira a se arrumar, afinal ela trabalhou com eventos e sabia exatamente o que vestir. Berta até que se virou bem, o problema era eu e meu dilema sobre o que vestir. Eu não podia ir de qualquer jeito, tinha que estar à altura do dono daqueles lindos olhos verdes, vulgo, meu chefe.

Estávamos em meu quarto e as meninas tentavam me dar uma ajudinha para escolher um dos três vestidos que separei pra experimentar, Nando e Marcos estavam em cólicas na sala aguardando a gente. Nando não agüentou e invadiu o quarto sem bater.

- Gente eu sei que mulher leva mais tempo que o normal pra se arrumar, mas vocês não vão casar! Que demora é essa? Está quase na hora.

- Você quase mata a gente de susto garoto!! – Dinah fala.

- Nath ainda não sabe o que vestir. – Berta explica

- Com qual vocês acham que devo ir? – eu digo

- Hum! Vou dar minha opinião. – Dinah responde – Se você quiser mostrar pra que veio, vá de vinho provocante. Se você quiser deixar os homens babando, e as mulheres roxas de ciúmes, vá de vermelho tentação. Agora, se você quiser deixar o chefe orgulhoso, sem palavras, as mulheres da festa admiradas, e os homens com inveja do seu acompanhante, o vestido é esse preto arrebatador. Esse vestido é simplesmente maravilhoso. – Dinah pisca pra mim.

- Dinah tem razão Nath, mais eu concordo com você. Com três vestidos como esses eu também não saberia qual escolher. – Berta diz tocando os vestidos.