O Acordo

O aniversário (Final)

Não sei que palavra usar para descrever o que estou sentindo agora, eu deveria estar feliz por ver dois homens lindos e importantes disputando minha companhia, mas não estou porque sei que eles não se suportam e eu fui apenas o pretexto para aqueles dois em uma guerrinha de testosterona mostrar quem tem o pinto maior – IDIOTAS! – se não fosse eu seria outra garota ou outro motivo qualquer e a competição pra ver quem é mais chato seria a mesma. Apesar de querer muito que houvesse verdade por parte do senhor Almonte de querer minha companhia por causa dos olhares nada discretos que ele me dá o tempo inteiro, eu sei que ele só veio comigo por causa da irmã.

Estava tudo tão bem, eu conversava com a senhora Almonte que tinha retornando com Gustavo e acabara de me convidar para um chá em sua casa quando de repente Adam chegou. Eu só pensei no que eu iria fazer pra me livrar educadamente do segundo maior acionista da empresa que dava descaradamente em cima de mim na frente de todos. O que a tia de Jonatas ia pensar de mim? Já era chato o bastante ter que ouvir piadinhas das colegas de trabalho, o assedio de alguns idiotas e as discussões descabidas de Adam e Jonatas, mas nada ia se comparar com a má impressão que a tia dele ia ter de mim.

Adam nos pegou de surpresa antes mesmo de eu dizer sim ao convite da senhora Almonte, e no momento em que o vi ali parado bem na nossa frente eu só pensei em uma coisa: vai dar merda!

- Quando me disseram que você estava aqui eu nem acreditei, tive que vir cumprimentá-la e ver pessoalmente a mulher que está roubando os holofotes da festa.

- Senhor Ruiz... – meu sorriso quase morreu na mesma hora, porém disfarcei e o cumprimentei – Que bom vê-lo.

- Ah, por favor! Eu já disse pra me chamar de Adam. Você está ainda mais linda, eu diria que é a melhor visão que já tive na vida – ele beija minha mão – Oh! Desculpe! Como vai senhora Almonte? – ele faz o mesmo com ela ignorando meus amigos.

- Estou bem obrigado. E você como está? – a senhora responde

- Melhor agora que estou vendo essa moça tão bonita. – ele me olha – Ela além de linda é muito inteligente e já chegou assustando todo mundo com sua competência. É uma pena que seu sobrinho chegou na minha frente.

- Ela realmente é uma jovem encantadora e sua companhia é bastante agradável. – ela sorri e eu retribuo com carinho.

- Senhora Almonte, a senhora poderia ajudar esse pobre homem a convencer essa jovem a lhe fazer companhia?

- Oh querido, infelizmente não posso. A senhorita além de nossa convidada é a acompanhante do meu sobrinho e tenho certeza de que ele não abrirá mão da companhia de tão bela moça esta noite, nem eu deixaria. – percebo um ar vitorioso em suas palavras. Todos da família Almonte sentem antipatia por Adam ou é só minha impressão?

O homem rapidamente muda a expressão ao olhar pra senhora, e como um bom ator, ele dá seu show de talento para a dissimulação.

- Seu sobrinho realmente é um homem de sorte. – ele a responde e me olha – Bom, já que não posso tê-la como acompanhante, será que posso pelo menos dançar uma ou duas musicas com você? – ele pega minha mão.

- Senhor Ruiz, sem querer ser deselegante, mas acredito que o senhor Almonte não irá gostar muito de ver a acompanhante dele dançando com outro e mesmo que ele não se importasse ainda sim eu não faria isso.

- Está preocupada com a opinião de um homem que deixou você vir sozinha, ou melhor, na companhia de terceiros? É isso mesmo?

- Esses ''terceiros'' são meus amigos e convidados de Marta, e o senhor Almonte gentilmente garantiu que viéssemos juntos a festa e ao contrario de alguns, ele não os ignorou. – me refiro a forma como ele apenas falou com a tia de Jonatas ignorando os demais inclusive Gustavo que conversava com Dinah. A senhora Almonte que observava a tudo abriu um largo sorriso e depois tomou um gole de sua bebida como se estivesse satisfeita com minha resposta.