A viagem parte 4

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Mais uma vez a Nath e sua massagem milagrosa salvaram a minha vida. Acordei muito cedo já que teria que um encontro com alguns investidores que com certeza seria crucial para o decidiríamos na reunião de logo mais. Desci para tomar café da manhã no restaurante do hotel, eu estava folheando um jornal quando uma nota chamou minha atenção e aquilo acabou me dando uma grande idéia, mas pra colocá-la em pratica eu precisaria de ajuda. Liguei para Mercedes que decidiu me ajudar assim que falei sobre minha situação com a Nath e sobre a idéia que tive para hoje a noite, combinei tudo com ela e depois fui até a recepção do hotel onde pedi que fizessem duas coisas: a primeira foi que levassem o café da senhorita Alvarez, a segunda que me conseguissem duas entradas para o concerto que aconteceria hoje a noite, o mesmo que eu vi no jornal. A atendente educadamente fez uma ligação e após finalizar disse que as entradas estavam esgotadas.

Eu tive que usar todo meu charme e inclusive ofereci uma boa gratificação para que a moça ruiva insistisse mais um pouco, ela tentou e vejam só? Ela conseguiu, disse que um casal do hotel tinha desistido das entradas e que as seguraria para mim, eu agradecia moça que se empolgou um pouco de mais comigo, mas tudo bem, foi por uma boa causa. Para que meu plano desse certo faltava só a Nath aceitar sair comigo e não com Adam como ela havia combinado.

Mercedes me enviou uma mensagem quando eu estava saindo do hotel que me deixou muito animado, ela disse que estava tudo certo. Eu lhe mandei outra mensagem dizendo que desse a Nath um dia de rainha e que eu as encontraria na reunião mais tarde.

No encontro reservado que tive com os investidores, eu percebi certa relutância por parte de um deles. O senhor John Hamilton, um dos empresários de Miami começou a implicar um pouco, não diretamente comigo mais eu percebi uma pequena chama venenosa presente nas palavras dele quando tivemos a oportunidade de ficarmos a sós.

- Sabe senhor Almonte, eu sou apaixonado pelo Brasil, tanto que vou me casar com uma brasileira! Mas devo admitir que sou um pouco receoso quando se trata de fazer negócios com o seu país. Seu país tem muitas maçãs podres no meio empresarial e político - ele arisca um português até que bom para um gringo.

- O que está tentando dizer exatamente senhor Hamilton?

- Estamos falando de negócios senhor Almonte, só estou tentando proteger meu patrimônio. Tanto o senhor quanto eu e os demais investidores aqui, acabamos de falar de um negócio milionário que envolve alguns países e eu não quero investir meu dinheiro em algo que vá me trazer prejuízo.

- Com todo respeito senhor Hamilton, se senhor está tão preocupado assim com seu patrimônio, por que fez tantas propostas para uma possível parceria com a minha empresa? E quanto ao fato que o senhor mencionou discretamente sobre a fama do meu país eu sinto desapontá-lo, mas o seu não fica atrás. Meu conselho para o senhor é que não generalize nem compare todos os homens com quem faz negócios senhor Hamilton. É comigo que senhor está fazendo negócios, não com meu país. O senhor não será enganado, passado pra trás ou terá as regalias que a maioria dos empresários como o senhor gosta caso eu aceite alguma das suas muitas propostas.

- Acalme-se senhor Almonte. Fiz apenas um comentário.

- E eu creio ter respondido a altura senhor Hamilton. - digo e o homem sorri amarelo.

- Eu espero que o nosso pequeno atrito político não atrapalhe os nossos negócios senhor Almonte.

- Não se preocupe se o problema for esse. Eu não costumo misturar as coisas, mas o senhor tem razão quanto às maçãs podres. Devemos tirá-las do cesto antes que contamine as outras.

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