O acidente

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Ao longo desses anos eu não tive tempo para engatar relacionamentos, geralmente descontava minhas frustrações e estresse em alguma cama. Eu nunca me envolvia emocionalmente com nenhuma mulher com quem saia, pois sabia exatamente o que essas mulheres lindas queriam de mim, e elas o que eu queria delas, não havendo assim, lugar para remorso muito menos sentimentos. Eu sou apenas mais um dos muitos que ainda não encontraram o amor, ou viveram um amor de verdade, pois o amor é um processo seletivo onde você acha que dá as cartas e que tem o controle, você acha que escolhe quando na verdade é você que é escolhido.

- Senhor Almonte?

- Sim?

- Chegamos – meu motorista me encara pelo espelho – Está tudo bem senhor?

- Está sim, Alfredo. Foi só um momento nostálgico.

- Está bem. Mesmo horário, senhor?

- Não, quero que fique a disposição do pessoal de casa. Irei almoçar por aqui mesmo. Venha me buscar no final do expediente como sempre, sim?

- Como quiser. Tenha um bom dia, senhor.

Tomei o elevador do estacionamento e segui para minha sala no ultimo andar do prédio, quando o elevador chegou e as portas se abriram, minhas narinas são imediatamente tomadas por um perfume suave, levemente adocicado e muito gostoso, é o tipo de perfume que você adoraria sentir em qualquer situação e ainda sim não enjoaria e no momento a dona deste perfume está de costas para mim.

Minha assistente estava distraída tirando algumas copias na impressora e não tinha percebido minha presença ali, bem atrás dela admirando sua suas curvas perfeitas dentro daquele vestido creme com listras pretas. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo como falam as mulheres, me dando total visão de seu pescoço e eu não precisei ser um vampiro pra desejar minha boca nele. Fiquei sabe-se lá quanto tempo admirando a moça que cantarolava distraidamente e sequer notou minha presença atrás dela.

Natalie Alvarez, além de estar tirando minha sanidade mental, parece gostar das mesmas musicas que eu e ainda por cima canta bem.

- Bom dia, senhorita Alvarêz?

- Jesus Cristo! Que susto! – ela se vira rapidamente derrubando os papeis de sua mão e não bastasse o susto, ela tropeçou nos fios da copiadora caindo de joelhos.

- Desculpe-me senhorita, não quis assustá-la. Você está bem? – eu me agacho rapidamente para ajudá-la a levantar.

- Está... Está tudo bem, senhor. Eu só não vi o senhor chegar e me assustei. – ela volta a se abaixar para catar os papeis do chão.

- Eu sei que você é muito eficiente, mas... O que faz aqui tão cedo? – eu a ajudo com os papeis

- Bom, hoje nós vamos fazer o balanço pra reunião de amanhã e como tem muita coisa pra se fazer, eu pensei que seria uma boa idéia chegar um pouco mais cedo.

- Acredite ou não, eu pensei o mesmo. Costuma acordar cedo assim?

- Estou acostumada. De onde eu venho às pessoas costumam acordar com as galinhas. Literalmente! Essa é a vida no interior. – ela ri.

- E costuma acordar tão bem disposta assim? Não sabia que cantava tão bem. Você tem bom gosto pra musica, Norah Jones é uma das cantoras que gosto muito de ouvir. – digo fazendo-a rir e que como fica linda sorrindo.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora