Jonatas e eu chegamos a uma pequena tenda próxima de uma das muitas varandas da casa, ele cuidadosamente me secou com a toalha como se eu fosse uma de suas obras de arte mais caras e fazia isso apreciando cada parte do meu corpo. Embora o gesto dele tenha me feito corar por ser algo um pouco libidinoso, havia também muito respeito em cada movimento que ele fazia. O instinto protetor e autoritário do Jonatas ao tempo em que me surpreendia me assustava também, o comportamento dele às vezes era algo que parecia estar além da minha compreensão.
- Está melhor assim? – ele pergunta
- Você tinha razão, está começando a ficar frio com o cair da tarde. – digo me enrolando na toalha.
- Já devia ter aceitado o fato de que sempre tenho razão – ele brinca.
- Eu já disse que você também é muito convencido?
- Acabou de dizer! Venha, deixe-me secar seus cabelos. – ele se aproxima e começa parando logo depois que ficamos nos encarando – Você é tão linda – ele me beija.
- Alguém pode nos ver. O que vão pensar? – eu me afasto.
- Está com medo?
- Jonatas, nós não conversamos sobre o que está acontecendo e eu não quero que ninguém nos veja desse jeito e... – ele me beija de novo.
- Xiii! No momento eu só penso em beijar você. Não me peça pra parar. – ele diz tocando meu rosto.
- A gente precisa conversar e você sabe disso.
- Vamos conversar Nath, mas não hoje e nem aqui. Você vai jantar comigo essa semana.
- Isto é um convite ou uma ordem?
- Desculpe se soei um pouco autoritário, permita-me refazer a frase. A senhorita ceita jantar comigo?
- Está bem, mas só porque a gente precisa conversar sobre o que está acontecendo e... – ele me interrompe com outro beijo e me aperta contra si, ele ainda estava de sunga e eu de biquíni. Foi assim que tivemos nosso primeiro choque íntimo, aquilo me fez sentir algo diferente e preferi não olha pra baixo com certo receio do que veria.
- Pode parar de ficar me beijar assim, de surpresa? Isso não é bom pra minha sanidade – digo perdida em seus braços quase sem fôlego.
- Não posso, a sua boca é viciante. – ele ri contra meus lábios.
- Você parece até um vampiro quando está seduzindo a presa, sabia? – ele ri alto e que sorriso lindo! – Não ria – digo por fim escondendo o rosto em seu peito nu.
- Acha que sou um vampiro senhorita?
- Acho que você pode ser muitas coisas!
- Ah é? Além de um vampiro sedutor, convencido e autoritário que beija super bem, o que mais acha que sou?
- Talvez o cara por quem eu ainda irei sofrer muito. – falei sem pensar e minhas palavras parecem ter pegado ele de surpresa, pois seu sorriso morreu no mesmo instante.
- Natalie... – ele toca meu rosto para que eu o olhe e eu o interrompo quando ele começa a falar.
- Jonatas você pode ter a mulher que quiser, por favor, não tire proveito das minhas fraquezas e das coisas que falei sobre minha falta e experiência. Deixe-me ir, será melhor pra nós dois. Vamos esquecer tudo isso e...
- Você ainda não entendeu? Não posso, não quero e não vou deixar você ir a lugar algum sem mim.
- Por que está fazendo isso comigo?
- Porque eu... – Jonatas agora é interrompido por um grito e nós olhamos rapidamente em direção a piscina, ele me solta pegando um roupão que ele trouxe e deixou em cima de uma de uma poltrona de praia e o vestiu. Ele tocou meu braço como quem fosse falar algo, mas eu o impedi dizendo a ele que era melhor vermos o que tinha acontecido, ele trincou a mandíbula e saiu andando, eu vagarosamente o acompanhei.
Quando chegamos à área da piscina, eu sinceramente não gostei nada de ver a Sophia e pelo jeito, ela também não. Ela estava encharcada e todos estavam em volta dela falando ao mesmo tempo, depois de uma breve discussão e de Jonatas calar a todos com seu ar imponente descobrimos que ela tinha machucado o pé, ela então pediu que Jonatas a carregasse e aquela mulherzinha insuportável não perdeu tempo e grudou no pescoço dele feito uma sanguessuga. O jeito que ele a pegou me fez pensar se as coisas que ela me disse sobre os dois não teriam de fato um fundo de verdade e aquilo me incomodou muito.
Depois do que aconteceu ninguém tinha mais clima pra banho de piscina, Nando e as meninas estavam com um misto de diversão e raiva no rosto e decidiram me acompanhar assim que eu saí dali. No caminho a te a mansão eles me contaram o que realmente aconteceu e embora eu tivesse com muita raiva por ver a Sophia, aquilo me fez rir muito, sorriso esse que morreu assim que passamos pela porta. Jonatas e Sophia estavam aos beijos na sala. Ele se afastou rapidamente assim que nos percebeu ali e ela nos deu o seu melhor sorriso vitorioso, Jonatas pareceu estar incomodado, pois não tirava os olhos de mim. Depois da minha primeira decepção amorosa a minha única reação logo após o impacto da cena foi correr pra bem longe dali.
Meus amigos vieram logo atrás de mim e me encontraram chorando no quarto e foi assim que Nando soube o que estava acontecendo desde que chegamos à mansão dos Almonte. Dinah havia me contado o que Gustavo disse a ela, mas ficou furiosa logo em seguida dizendo que Jonatas escolheu a pior maneira pra demonstrar o interesse dele por mim. Eu estava me sentindo péssima, o que ele estava fazendo? Ele estava praticamente declarando seu amor por mim e eu quase acreditei nisso até vê-lo aos beijos com aquela mulher. Como sou idiota! Por que não percebi o que ele estava fazendo desde o inicio? Jonatas Almonte estava me usando o tempo todo. FILHO DA MÃE!
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O Acordo
RomancePlágio é crime! Você acredita naquela máxima que diz que há males que vem para o bem? Natalie Alvarez descobriu da maneira mais inusitada que sim. Nessa contagiante e emocionante trajetória onde os heróis serão os mais improváveis, você vai entender...