▪︎ Capítulo 36

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" Não dá pra viajar no tempo. Ou mudar o passado. Por que não parar de olhar pra trás... E começar a olhar para o futuro? "

Kyo Mikaelson

Estávamos indo de táxi para o local da festa, mas o trânsito estava horrível.
Olhei pela janela e não pude deixar de contar ter uma breve lembrança.

Um dia antes...

Meu pai estava me mostrando algumas pinturas feitas pelo meu tio Klaus.

— Kyo — Meu pai me chamou.

— Sim, pai — respondi.

— Você já decidiu que quer ser um humano ou vampiro? Ou deseja continuar sendo um híbrido? — perguntou curioso.

— Quero ser um humano — respondi.
— Saiba se caso você quiser se tornar um vampiro completo, deve beber sangue da mulher que ama — explicou.

— Como assim? — o questionei.

— Isso mesmo que ouviu — falou firme.
Escutei uma voz de alguém entrando na sala das pinturas.

— Pelo jeito Elijah ele é tão nobre quanto você — Meu tio falou.

— Niklaus, ele teve a quem puxar — Meu pai falou sorridente.

— Oie tio — falei sorrindo pra ele.

— Irá se tornar um ótimo original se decidir ser um vampiro sobrinho — Meu tio falou.

— Não serei um vampiro — falei.

— Porque? Não me diga que é tão nobre como o meu querido, Elijah? — Meu tio me perguntou.

— Niklaus não comece, deixe meu filho em paz — pediu — Filho, pensa bem o que quer, tá bom? — falou tentando me compreender.

— Pode deixar, pai — falei vendo ele me encarar aliviado.

Tempos atuais...

Minha gêmea estava com a expressão eufórica, tenho certeza que é porque ela verá o Damian novamente.
Espero que eles consigam reatar o relacionamento, não gosto de vê-la triste e sei que nesses últimos dias tem tentado ser forte.

Quando chegamos, deu entrada diretamente a um salão enfeitado de preto, vermelho e branco num estilo chique.

Uma música suave começou a ficar, várias pessoas vieram nos cumprimentar, entre elas a família adotiva e a biológica, alguns colegas da faculdade e pessoas próximas da família.

Até que finalmente chegou a vez da Tainá e o Damian, Elisa não conteve e o abraçou forte lhe dando um beijo.

Parece que as coisas voltaram ao normal pra eles, encarei ambos com um sorriso.

Vejo Tainá encarando os dois e em seguida olhou somente para mim.

— Preciso falar com vocês dois a sós — Tainá falou.

Elisa se separou do abraço do Damian, vendo ele sair de perto de nós, indo falar com um grupo de amigos da faculdade.

Resolvi guiar elas até a sala de reuniões que havia no salão, ali o som da festa estava abafado e podíamos falar a sós.
Me sentei no sofá e a minha gêmea do meu lado e a Tainá ficou olhando para os seus próprios pés.

— O que quer me falar? — Minha gêmea perguntou toda impaciente.

— Eu sei que não adianta pedir desculpas novamente pra vocês, mas quero encerrar esse ciclo da minha vida, vocês são pessoas muito especiais pra mim — Tainá respondeu, ainda olhando para o chão — Desde que recebi a missão, sabia que no fundo não poderia deixar o meu avô orgulhoso e a alternativa que tinha era pedir o sangue do Kyo pra salvar a minha mãe — revelou — Meu primo não tem nada haver com essa história, por isso peço que você volte com a ele Elisa, vocês dois formam um lindo casal — falou olhando em direção à minha prima.

— Não vou voltar com ele, porque está dizendo e sim porque eu amo ele — Elisa falou irritada — Saiba que mesmo que peça perdão de joelho, não quero reatar a minha amizade com você — falou se levantando e a encarando.

Tainá estava com o olhar firme, não mostrava nenhuma expressão, era assustador ver o quão fria podia ser.

— Elisa, pare de falar assim com ela — pedi me levantando e indo em direção a Tainá, tocando no seu ombro e lhe dando um meio abraço.

— Não se preocupe, Kyo — pediu, retirando meu braço do meu ombro, mas antes pude sentir o aroma do perfume que usava — Eu já sabia que isso iria acontecer, apenas quero ter um bom convívio com vocês dois — falou olhando pra mim e depois pra minha gêmea.

— Não confio mais nas suas palavras, mas concordo com você que temos que ter uma boa convivência, somente pelo Damian — Elisa explicou.

— Kyo, peço que tome cuidado com o seu tio, ele não é uma pessoa confiável — avisou — Tenho certeza que será um ótimo rei — falou fazendo uma referência pra mim.

Sim eu sabia que ele não era confiável, meu pai disse que juntos iremos contornar a situação, mas eu sei o jeito que ele irá resolver isso.

E de uma forma nada agradável, ele perderá a coroa que tanto zelou para o verdadeiro herdeiro, que sou eu.

— Tá bom, obrigada Tainá — agradeci, envergonhado pelo seu ato.

— Como não tenho mais nada a fazer aqui, irei me retirar — avisou — Desejo uma ótima festa pra vocês e um feliz aniversário — falou saindo correndo da sala.

— Devia ir atrás dela — aconselhou — Minha amizade com ela, por enquanto não pode ser a mesma, mas vocês dois ainda podem ter algo, afinal você ama ela e tenho certeza que é recíproco — explicou.

Ela sabia que por mais que eu dizia não queria dançar com a Tainá, no final a visão do meu sobrinho iria se concretizar.

Minha gêmea foi em direção onde o Damian estava, percebi que a Tainá estava indo em direção à saída, resolvi seguir o conselho dela.

Corri usando a minha velocidade humana, segurei no seu braço, a impedindo de sair, mas por um impulso seu, ela pegou a minha mão e me jogou no chão, ficando em cima de mim.

— Você realmente é uma garota com ótimos reflexos — falei a encarando meio sem graça, pelo seu rosto está tão próximo do meu.

— Me desculpe, Kyo — pediu se levantando de cima e em seguida me ajudando a me levantar — Pessoas como eu, você não deve chegar por trás como se fosse um ladrão — falou.

— Me desculpe, Tainá — pediu — Só queria saber se poderíamos dançar uma música, princesa dos assassinos? — perguntei, estendo a minha mão pra ela.

— Seria uma honra príncipe dos vampiros —  respondeu sorrindo pra mim e pegando na minha mão.

De mãos dadas fomos até o centro do salão, estava tocando uma música clássica que era usada nas festas de 15 anos.

Olho para o lado vendo meu pai dançando com uma moça de cabelos castanhos muito bonita, meu irmão e a sua esposa, meu tio Klaus e uma loira e a minha gêmea com o Damian.

Parecia que finalmente as coisas ficariam em paz, mas os meus ouvidos foram tomados por um forte barulho de vidro sendo quebrados, era as janelas do salão, várias pessoas mascaradas invadiram o local.

A Verdadeira História Do Príncipe Dos Vampiros (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora