Capítulo 1

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"Boa noite! Saudades de vcs! Postando nova Fic, espero que vcs gostem dessa tanto como das outras e comentem muito, rsrsr. Vou postar somente duas vezes na semana, pois estou meio sem tempo, postarei Terça-Feira e Sexta-Feira, mas tentarei postar pelo ao menos seis caps por vez. Bom, chega de conversa e vamos aos trabalhos!"



 - Mãe, por favor, se conforme, nas minhas férias venho lhe ver e outra eu não vejo meu pai desde os meus quatorze anos.

- Mas você vai para tão longe.- Carla fala suspirando e assoando o nariz em um lenço que Bob havia lhe dado assim que desceram do carro. Anastásia olha para Bob que revira os olhos enquanto passa o braço ao redor dos braços de Carla o apertando de leve para consola-la. Você não poderia trabalhar aqui, em algum restaurante, importadora de vinhos, sei lá, mas perto de mim? – a voz dela está cada vez mais chorosa.

- Mãe, eu quero poder acompanhar o processo todo, desde o plantio, a colheita, o preparo, até a venda do vinho, foi para isso que estudei a mesma profissão de meu pai.

- Eu mato o Ray, ele devia ter continuado a morar e trabalhar aqui em Portland, não devia ter ido para a Argentina e ficar te incentivando a ter a mesma profissão que ele e ir trabalhar com ele.

Ana ri da braveza da mãe. Ela e o pai sempre se deram bem, mesmo depois da separação, eram muito amigos, mas desde o momento que ele conheceu Eloíza e resolveu ir morar com ela em Mendoza, Argentina, onde ela era proprietária de uma vinícola, eles estavam sempre entrando em atrito sobre Anastásia, e isso a fazia se sentir uma boneca no meio de duas crianças mimadas. O pai queria que ela fosse visita-lo em suas férias e Carla alegava que não iria permitir a filha viajar para outro país. Ray por sua vez, se sentia humilhado ter que viajar para ver a filha por causa de um capricho da ex mulher. Então Ana desde cedo havia tomado a decisão que iria estudar a mesma profissão do pai, coisa que ela cresceu o vendo exercer e como ele aprendeu a amar: Enólogo. E quando se formasse, iria morar com o pai. Para desespero de sua mãe, claro que agora, vendo a filha prestes a embarcar em um avião, percebe que ela nunca brincou quando lhe falava sobre isso.

- Vou te ligar todos os dias.- Ana dá um abraço apertado na mãe, tentando não chorar também.- eu vou ficar bem- beija o rosto da mãe várias vezes.

- Eu te amo.- Carla fala em um suspiro. Segura o rosto da filha com as mãos e fala olhando em seus incríveis olhos azuis, que ela herdou de Ray.- você é a melhor filha que uma mãe possa desejar. Seja feliz, minha menina e saiba que eu estou aqui para você.- tenta sorrir, mas seu sorriso sai triste.- fala para aquele seu pai turrão cuidar de você.

- Sim, mãe, eu te amo também.- dá um beijo demorado no rosto da mãe, se livra do abraço dela a custo, abraça Bob e lhe dá um beijo no rosto.- Cuida dela pra mim?

- Claro, vá em paz e seja feliz.

Ela dá um aceno para os dois, pega sua bagagem de mão e segue para o portão de embarque, quando vira as costas para a mãe, não aguenta e se desmancha em lágrimas. Está indo para realizar um sonho, de trabalhar em algo que sempre foi apaixonada e viver ao lado do seu pai, que apesar de distante, sempre esteve presente na vida dela. Ele se preocupava com a vida dela em todos os aspectos, falava com ela duas vezes por dia ao telefone e sempre lhe mandava presentes pelo correio. Ela o sentia mais perto dela, mesmo ele estando em outro pais, do que muitos pais que viviam na mesma casa que seus filhos. Mas amava muito também a mãe, e nesse momento ter que escolher um dos dois para satisfazer, estava acabando com ela. Mas ela sabia que estava tomando a decisão certa. Sua mãe já a teve durante vinte anos, agora era a vez de seu pai desfrutar da convivência dela.

Embarca no avião, arruma sua bagagem no compartimento e se senta esperando a avião decolar. Aperta o cinto de segurança e olha pela janela, pensando no que a espera em Mendoza.

O pai é casado com Eloíza há seis anos, ela tem um filho, de vinte e quatro anos que mora com eles e um sobrinho que ela criou desde os dez anos de idade, quando os pais deles morreram em um acidente de carro. Ele era proprietário da Vinícola junto com Eloíza, era herança da mãe dele, irmã de Eloíza. Ray já havia se aposentado e tudo estava nas mãos desde tal sobrinho que Ray tinha muita confiança e o tratava como filho também.

Anastásia dá um suspiro, desejando estar fazendo a escolha certa, estar caminhando para um lugar onde ela possa viver ao lado de seu pai, e que a nova família dele a aceite.

Pensando no sofrimento da mãe ao vê-la partir, uma dor passa em seu coração, fecha os olhos para não chorar e acaba adormecendo.


50 Tons de EntregaOnde histórias criam vida. Descubra agora