Capítulo 9

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Ana e Christian realmente haviam feito às pazes, saiam de manhã para trabalhar, cada um no seu carro, mas quando iam almoçar em casa, iam no carro de Christian, e isso acontecia quase todos os dias, às vezes depois do jantar, antes de Christian ir para suas caçadas, como Ana chamava, ficavam na sala de estar jogando conversa fora, com Ray e Eloíza, essa estava cada vez mais atenta aos dois, sabia que algo estava acontecendo, só não sabia se os dois estavam cientes disso.

José havia praticamente sumido da casa da mãe, vinha ver a mãe quando tinha certeza que não encontraria Ana ou Christian. Ray havia lhe dado uma bela de uma bronca e ele apenas pediu desculpas.

Quem não estava gostando dessa aproximação era Elena. Ela já havia pressentido o perigo que Ana era para ela e agora como eles estavam mais próximos, pensava que tinha que fazer algo para acabar com essa festa. Não que Christian deixara de procurara-la, mas ele estava um pouco mais distante quando a procurava e isso estava se tornando cada vez em espaço maior. Era ela que muitas vezes o procurava. Isso não estava do jeito que ela queria e ela sabia que tinha que fazer algo, antes que a situação saísse do controle.

Ana já estava indo embora, quando Anela a chama:

- Ana é Javier, ele quer falar com S.r. Grey, expliquei que ele está fora da cidade e ele pediu para falar com você.

Ana atende ao telefone:

- Olá Javier, tudo bem?

- Oi, Ana, tudo e você?

- Bem, o que posso te ajudar?

- Ana, vou receber uma família que vai comemorar aniversário de casamento, vai ser umas quinze pessoas, já são clientes meus, mas agora vi que o vinho branco suave da safra de vocês de 90/91 acabou e não tenho ninguém para buscar. Essa família ama o vinho de vocês. Eu pensei que Christian pudesse me trazer, mas ele está fora da cidade.

- Sim, mas eu te levo, de quanto precisa?

- Duas caixas está ótimo.

- Daqui a pouco estou aí.

- Obrigado, Ana.

- De nada.- desliga o telefone.- vá até a adega e peça duas caixas de branco suave 90/91, mande marcar na planilha do Javier, vou levar para ele. A espero no carro.- fala para Anela que se levanta para fazer o que ela lhe pediu.

Ela se dirige ao carro e liga para Ray para falar que vai demorar um pouco, Anela chega e coloca as caixas no carro, volta para o escritório para pegar as coisa dela e ir embora, quando Elena se aproxima de Ana.

- Vai ter festa em algum lugar?- pergunta e Ana a olha desconfiada.

- Não são para Javier, vou levar ao restaurante para ele.

- Mas a essa hora? É um pouco distante , você sabe o caminho?

- Existem GPS e não está tão tarde, se eu for rápido, chego logo. Até amanhã.- Ana prefere não comentar o jantar com Christian, mas bem que a Diabólica merecia essa cutucada, pensa saindo com o carro deixando Elena parada no estacionamento, que pega o telefone e liga para alguém.

Mais de uma hora mais tarde, Ana chega ao restaurante, Javier a recebe com alegria:

- Ana minha querida, você é uma menina de ouro. – lhe dá um beijo estalado no rosto.

- Tudo bem Javier. Suas caixas de vinho estão no carro.

Javier pede para um funcionário pegar e levar para dentro.

- Obrigado, mesmo, eles vão chegar daqui a uma meia hora, acho que será suficiente para gelar o vinho, mas você não vai embora sem jantar. É cortesia do chefe.

- Não precisa.- Ana diz sorrindo sem graça.- Jantar em um restaurante sozinha é meio constrangedor.- sussurra para ele. Ele solta uma gargalhada.

- Menina, você é das antiga, se é por isso te faço companhia, eles podem sobreviver sem mim durante um tempo e também, Christian não me perdoaria se deixasse você ir embora sem jantar.

Ana sorri com a menção do nome de Christian e também ao se lembrar da obsessão que ele tem em alimenta-la e assim aceita o jantar.

Eles se sentam em uma mesa reservada e jantam conversando sobre o restaurante. Javier conta que quem fundou o restaurante havia sido um tio dele, que não tinha filhos e praticamente adotou Javier, lhe ensinando tudo o que sabia e Javier já estava preparando o filho e a filha para assumirem seu lugar dali alguns anos. Ana fala sobre a sua mãe que estava em outro país e sentia muita falta dela, mesmo se conversando todos os dias ao telefone.

Ficam mais de uma hora conversando e jantando, quando Ana olha no relógio, já eram nove da noite.

- Preciso ir Javier, a comida estava excelente e a companhia melhor ainda.

- Você que é uma ótima menina, Ray fez um bom trabalho, apesar de estar longe, te educou direitinho.

Ana ri e dá um beijo o rosto dele.

- Obrigada pelo jantar e você que é maravilhoso.

- De nada, da próxima fale para aquele malandro vir com você.

- Falo sim, até mais.

- Até mais e dirija com cuidado.

- Pode deixar.

Ana fala e vai para o carro. Ela pensa em ligar para o pai, mas seu celular está descarregado, dá partida no carro e vai embora.

Já havia rodado um bom pedaço do caminho de volta, quando vê um carro parado no acostamento da estrada, fica um pouco amedrontada, a estrada é deserta e o lugar meio ermo. Ela sabe que se parar pode ser pior.

- Deve ser algum casal de namorados.- fala pra si mesma e continua dirigindo normalmente, quando  passa pelo carro, tentando não olhar para dentro dele, vê duas figuras masculinas entrando na frente do carro dela a obrigando parar.

- Desce do carro, Belezura.- fala um encapuzado lhe apontando uma arma pelo vidro da janela.

Ela desce do carro sentindo as pernas virarem gelatina. O outro homem se aproxima dela, por trás passando a arma no pescoço dela, que tem que prender a respiração, tamanho o medo que está sentindo. Ele vem para frente, está também de capuz ,Ana o encara com os olhos de medo, ele desce com a arma pelo decote dela e sorri cruel.

- Você até que seria uma diversão e tanto.

- Por favor.- Ana fala choramingando. Rezando para eles não fazerem nada com ela.

- Boneca, somos ladrões, mas podemos partir para outro ramo rapidinho.- fala descendo a arma até abdome dela, Ana se retesa e ele sorri cruel,- mas não vamos fazer isso, queremos apenas seu carro e sua bolsa.- ela olha para o banco do carro onde a bolsa dela está.- Bom, você vai andar muito até chegar em casa, talvez só amanhã.- dá uma gargalhada e entra no carro. O outro homem entra no outro carro e saem com os carros em direção contrária, como se voltassem para o restaurante, Ana fica parada no meio daquela estrada deserta e escura totalmente abandonada.

Ela suspira aliviada, pelo ao menos está viva e inteira, decide andar até a cidade, sabe que vai ser uma longa caminhada, mas se voltar para o restaurante, corre o risco de encontrar com eles. Ela se lembra do celular que ficou no console do carro, mas também não seria de serventia nenhuma descarregado.

Olha para os sapatos de saltos e os amaldiçoa, vai ser mais difícil com eles. Imagina que já seria por volta das Dez da noite, ninguém ficaria passeando nessa estrada essa hora e não tem nem como pedir ajuda. Já havia andado um bocado, quando seus pés começam a dar sinais de cansaço, mas ela continua. Ela sente alguns pingos de chuva em seu rosto.

- Isso não poderia ficar melhor.- fala olhando para cima. Apressa um pouco mais os passos, mas a chuva aumenta e cai torrencialmente sobre ela.- Droga, droga! – fala batendo os pés no chão de raiva. Ela decide continuar a andar assim mesmo, pensando em ir até onde conseguir, sabe que uma hora alguém vai sentir a falta dela e vai chamar a policia para resgata-la.

50 Tons de EntregaOnde histórias criam vida. Descubra agora