Ele sempre fugiu do Amor, mas até quando ele vai poder fugir desse sentimento? Até quando ele vai se recusar a se entregar? Até quando vai se recusar a amar e ser amado?
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Christian entra na sala e Ray já estava pegando o celular para ligar para ele.
- O que aconteceu? Ana chegou chorando.
- Ela se estressou com um cliente, posso subir para vê-la?
Ray faz um sinal apontando as escadas e Christian sobe para o quarto dela com o coração aos pulos. Está mesmo arrependido, foi um canalha ao falar dela daquele jeito para Elena e teria que consertar as coisas. Chega na porta do quarto dela e bate.
- Quero ficar sozinha.- fala de dentro do quarto, entre soluços. Christian resolve abrir a porta do quarto, sabe que se falar que é ele ela não vai deixa-lo entrar.
Ele empurra devagar e coloca meio corpo para dentro, quando ela vê que é ele, ela corre para fechar a porta, mas não tem tempo para isso, ele já estava dentro do quarto. Ela corre e se senta na cama de braços cruzados, o encarando com raiva.
- Ana, por favor, precisamos conversar.
- Não tenho nada a conversar com você.
- Eu sei que agi errado, falei coisas que te machucaram, mas não podemos ter inimizades, ficarmos sem nos falar. Moramos praticamente na mesma casa, trabalhamos juntos, por favor, me perdoe pelo o que eu disse.
Ela pensa um instante, ele realmente tem razão, logo iriam começar a questionar sobre isso e como ela explicaria uma situação dessas? Ela se levanta e anda até ele e o olha fixo, o fulminando com o olhar.
- Não vou deixar de falar com você, de te dar bom dia ou boa noite, ou de falar com você no trabalho, mas não te perdoo pelo o que ouvi, apenas estou passando por cima. E eu não preciso de nenhum irmão babaca para tomar conta de mim, agora me dá licença, vou me arrumar para almoçar.
Christian a olha sem saber o que mais falar para que ela o perdoe. Em sinal de resignação, apenas balança a cabeça e sai do quarto.
Essa mulher, não existe, pensa enquanto desce as escadas. Mesmo querendo mata-lo, ela é capaz de raciocinar em prol de eles terem uma convivência melhor. Ela não o havia perdoado, mas engoliria o orgulho de ter sido ferida, para que não brigassem mais.
- Vai almoçar, Christian?- Eloíza pergunta o vendo chateado. Ray se levanta do sofá onde estava e o olha interrogativo
- Não tia, Ray, Ana já vai descer, ela está mais calma.
- Obrigado.- Ray fala e Christian quer procurar um penhasco para se jogar. Ele não responde e sai de casa, pensando que também teria que contribuir para isso, que enquanto ainda sentisse magoa da parte dela, se manteria afastado, talvez isso a machucaria menos. Entra no carro e volta para o trabalho.
Passado alguns dias depois do ocorrido, Christian e Ana mal se falavam no trabalho. Elena percebendo o clima entre eles, estava muito satisfeita. Ela sabia reconhecer um perigo e isso era o que Ana representava para ela, e depois daquele jantar, ficou ainda mais apreensiva com isso, mas devido ao que aconteceu, percebeu que finalmente a Irmãzinha havia tomado consciência do seu lugar.
