Anastásia desembarca em Buenos Ares e seu pai já a está esperando. Ela olha para aquele homem alto, já com alguns cabelos grisalhos e de olhos incrivelmente azuis e seu coração dispara. Corre para os braços dele que a amparam como quando ela era menina e a giram no ar. Ela começa a chorar lágrimas de alegria por estar nos braços do pai que a coloca no chão e beija seus cabelos, ainda a apertando em seus braços.
- Ana, você está linda!- fala se segurando para não chorar.- estava morto de saudades de você.
- Eu também, pai.- se afasta um pouco, passando a mão no rosto dele, como se para se certificar que não está sonhando.- agora estou aqui com você e a não ser que não me queira, vou ficar muito tempo.
Ray lhe dá um sorriso enorme, a abraça e a gira de novo no ar, lhe arrancando risinhos e gritinhos, como se fosse uma criança.
- Nunca mais vou deixar você ir embora. Se sua mãe quiser, que mande um esquadrão de resgaste vir lhe buscar.
Ela ri e ele a coloca no chão, só então olha para o lado e vê que um rapaz assiste a tudo sorrindo. Ele é alto, cabelos e olhos negros e apesar de sorrir, parece ter um ar sério, um ar de alguém que não se abre com ninguém, que mesmo sorrindo não consegue transmitir alegria ou aquecer o coração de alguém, isso a assusta um pouco.
Ray percebendo a indelicadeza, fala:
- Deixa eu te apresentar José Rodrigues, ele é filho de Eloíza.
- Seja bem vinda.- José estende a mão para Ana, essa aperta o olhando nos olhos , mas só consegue ver frieza neles.
- Obrigada, prazer Ana.
- Você está com fome?- Ray pergunta e só então Ana sente o vazio em seu estômago, não havia comido nada no avião com medo de passar mal, sorri para o pai em afirmativo.- Então vou cuidar de sua bagagem e comemos algo, o voo para Mendoza só parte daqui duas horas, temos tempo.
Algumas horas mais tarde, já estava noite em Mendoza quando eles chegam a Vinícola Las Hermanas Rustinni.
Enquanto o taxi em que eles estão, passa por entre as propriedades, Ana fica fascinada com a paisagens e com as plantações de uvas das vinícolas vizinhas.
A casa de Ray ficava dentro da vinícola, em uma área restrita apenas para os moradores. Ray e José cuidam da bagagem de Ana, e eles entram em uma casa estilo colonial, com uma decoração de tirar o folego. De dentro da casa vem Eloíza, que Ana só tinha visto uma vez, logo no começo do namoro dela com seu pai.
- Ana, querida. Seja bem vinda, a casa é sua.- abraça Ana com entusiasmo e carinho, Ana não tem como negar que ela realmente parece feliz em vê-la.
-Obrigada.- fala quando finalmente Eloíza a solta.- Fico feliz também em estar em sua casa.- dando graças a Deus por ter se esforçado muito nas aulas de Espanhol e por ter praticado bastante com os professores, agora não sente nenhum desconforto em conversar com as pessoas nesse idioma.
- Você está linda. – ela olha para Ray.-Você vai ter trabalho em espantar os gaviões.- Ray sorri e Ana fica sem graça com esse comentário.- desculpe se te deixei sem graça.- Eloíza fala e Ana lhe sorri, mostrando a ela que desculpou.
- Ana vou levar suas malas para seu quarto, você me acompanha?- Ray fala e Ana consente.
- Estou terminando o jantar, você vai ficar conosco para jantar, não é filho?- José apenas balança a cabeça afirmativo.- dorme aqui também, eu apronto seu quarto, você deve estar cansado da viagem.
- Está bem.- fala em tom de quem está concordando apenas para satisfazer alguém. Como se concordando, a pessoa parasse de falar e pedir, não algo que ele queira realmente fazer. Eloísa solta um sorriso de quem ganhou uma batalha e vai para a cozinha.
Eles sobem uma escada, José entra em um corredor, talvez em direção ao quarto dele que Eloísa havia falado, ela segue Ray por um corredor oposto. Quando chegam ao ultimo quarto, Ray abre a porta e faz sinal para Ana entrar na frente, ela entra e observa o quarto que eles haviam preparado para ela. Os moveis eram todos em cor creme, as cortinas eram azuis e a cama também estava revestida com edredons e travesseiros em creme e azul. Ela vai até o banheiro, enorme, em granito preto, volta para o quarto e o pai está parado com as malas no chão a observando.
- Gostou?- Ray pergunta.
- Sim e muito.- vai até ele e o abraça.- Obrigada, pai.
- Obrigado você por me dar a alegria de te ter aqui comigo.- aponta para um lado do quarto, e diz:- Tem uma varanda, você pode ler ao ar livre.- pega a mão dela e a leva até a varanda do quarto. Ana vê que dá de frente para uma casa menor, tipo uma Edícula, ela vê um homem alto, e a luz da lua reflete em seus cabelos lhe dando um brilho diferente, entrar em um carro e sair.- É o sobrinho de Eloísa.- Ray fala.- ele mora ali sozinho, é adulto, independente, como José, não tem o porque de morar com a família.- vira Ana para si e fala.- por isso te peço, não saia aqui na varanda de roupas intimas, ou se troque com as janelas abertas, ele é um bom rapaz, mas é homem, não quero que você se sinta constrangida.- Ana consente com a cabeça.- tome um banho e desça, te esperamos para o jantar.- beija a filha e sai do quarto.
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50 Tons de Entrega
FanfictionEle sempre fugiu do Amor, mas até quando ele vai poder fugir desse sentimento? Até quando ele vai se recusar a se entregar? Até quando vai se recusar a amar e ser amado?