Christian havia passado o dia fora em um simpósio de vendas de produtos para Vinícola , reencontrou vários amigos e pessoas com quem tinha negócios e acabou saindo para jantar com um grupo de amigos.
Eram mais de dez horas quando estava voltando para Mendoza, e o celular dele toca, atende no viva voz.:
- Oi Elena.
- Você já está chegando?- fala com voz melosa, ele sabe muito bem o que ela quer.
- Sim, acho que em menos de uma hora estou na cidade.
- Vem me buscar para nos divertimos um pouco.- ele pensa um minuto, já fazia um tempo que não ficavam juntos.
- Ok fica pronta que já te pego.- desliga o telefone sem deixa-la responder.
Solta um suspiro de cansaço, pensando se realmente é isso que quer, depois de ter passado o dia inteiro em meio a homens falando de maquinas e engenharia, até que um pouco de divertimento seria bom. Olha para o banco do passageiro e se lembra do embrulho de presente repousado sobre o banco.
- É melhor que Elena não veja isso.- fala já o colocando na parte de trás do carro. Não que ele deva alguma satisfação para ela, mas gosta de evitar discussões desnecessárias. Tem vivido os últimos anos de sua vida assim, sem prestar contas a ninguém de sua vida ou seus atos. Não consegue se ver em um relacionamento. Gosta da sua liberdade, não quer se prender a alguém com medo de se sentir preso a essa pessoa. Aí um belo dia a pessoa vai embora e ele pode sofrer. Sofrimento é uma coisa que não está em sua vida, já basta o que sofreu quando perdeu seus pais, não suportaria a ideia de perder alguém a quem estivesse intimamente ligado. Então era por isso que ele mantinha isso com Elena há anos. Ela não cobrava casamento ou namoro, eles tinham um pacto e se respeitavam, e isso bastava. Apesar de que nos últimos tempos, Elena o vinha importunando por causa da amizade dele com Ana. Ele sorri com o simples pensamento nela.- Acho que ela vai adorar o presente.- fala sorrindo, imaginando os olhos azuis dela brilhando quando desembrulhar o pacote. Um tempo depois, para o carro em frente a casa de Elena, ela já estava na varanda o esperando. Ela fecha o portão e entra no carro dele. Enquanto ela vem em direção ao carro, Christian pensa como em todos esses anos ela sempre esteve igual, nunca o surpreendeu com uma roupa ou um gesto a mais. Comodidade. Essa era a palavra e era isso que ele queria. - Olá.- fala lhe dando um beijo no rosto.
- Você e essa sua mania de não me beijar na boca.- ela reclama fazendo biquinho, ele a olha e lhe dá um sorriso displicente, saindo com o carro.
Ele não a beija, por que ela beija mal, e apesar de tudo é um cavalheiro, não iria falar isso pra ela, mas ele sabe que o verdadeiro motivo é outro. Sempre viu seus pais se beijando para demonstrarem amor e carinho, e ele não se sente a vontade para sair por aí distribuindo algo que ele não tem para dar. Com as mulheres, com quem vai para a cama, evita esse tipo de gesto, e quando o faz é superficial. Nada de entrega.
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50 Tons de Entrega
FanfictionEle sempre fugiu do Amor, mas até quando ele vai poder fugir desse sentimento? Até quando ele vai se recusar a se entregar? Até quando vai se recusar a amar e ser amado?