Ele sempre fugiu do Amor, mas até quando ele vai poder fugir desse sentimento? Até quando ele vai se recusar a se entregar? Até quando vai se recusar a amar e ser amado?
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Christian abre os olhos e vê que já amanheceu.
Senta - se na cama, vê que está coberto por um edredom, o retira e vê que está nu, flashes lhe vem à memória de seu beijo com Ana, dela em cima dele o cavalgando.
- Porra!- fala e se joga no travesseiro, o perfume dela sobe e chega ao seu nariz, aspira o travesseiro e sente o cheiro do shampoo dela, afunda mais o rosto no travesseiro se xingando mentalmente por ter deixado isso acontecer.- Por que eu fiz isso? Por que ela não me parou?
Levanta- se, vendo que apesar de ter feito tudo o que não devia com ela, ela fora carinhosa e cuidadosa com ele o cobrindo para dormir e com certeza não o esperou com medo de ser rejeitada.
- Ah Ana! -fala soltando um suspiro longo, se lembrando da entrega dela. Toma um banho rápido, coloca a primeira roupa que vê, pega seu celular e carteira e sai para a casa da tia, quando chega à garagem, constata o que previa, ela já havia saído, estava fugindo dele.
Entra em casa e Ray está tomando café com sua tia.
- Bom dia.- fala mal encarando Ray. Dá um beijo na tia.- Ana já saiu?
- Sim, - Ray responde.- falou que tinha algo para resolver agora cedo. Nem tomou café, Lucy saiu mastigando o pão.
- Está bem a encontro lá, já vou indo.- fala já se virando para sair.
- Você também não vai tomar café?- Eloíza pergunta.
- Não, estou sem fome.- e sai deixando os dois se entreolhando.
- Será que brigaram?- Ray pergunta, mas Eloíza dá de ombros.
Christian chega ao escritório e vê Lucy encostada no carro, a cumprimenta e entra apressado, Anela não tinha chegado ainda, bate na porta da sala de Ana e a abre, ela está arrumando alguns arquivos, quando ela se vira e olha para ele, seus olhos se encontram e ele vê tristeza e confusão em seu olhar.
- Bom dia, você tem um minuto?- fala fechando a porta atrás de si.
Ana para de fazer o que estava fazendo, se vira para ficar de frente para ele.
- Bom dia, claro pode falar.
Christian coloca as mãos nos bolsos da calça e começa:
-Quero lhe pedir desculpas, pelo o que aconteceu.
- Não tem o que desculpar.
- Como não, Ana? Eu estava bêbado.
- E eu carente, pronto foi inevitável, aconteceu.
- Você não ficou brava?- ela faz que não.- por que não ficou comigo? Não me esperou acordar.
- Não me senti confortável, em você acordar e me encontrar lá.
Ele esconde um sorriso, se acordasse com ela ao seu lado, poderia ter lhe dado carinho, seria diferente de tudo o que viveu até agora e mesmo o que viverá ontem, mesmo se lembrando de pouca coisa, sabe que foi diferente de tudo. Abaixa a cabeça e a balança para afastar esses pensamentos.
- Bem, de qualquer forma, fui e foi errado, não acontecerá de novo, tudo bem?- assume uma posição fria.
- Sim, com certeza. Foi só um momento.- ela fala no mesmo tom, virando-se de novo para seus arquivos.- tenho que trabalhar.
- Está bem, até mais.- e sai para sua sala, quando entra, fecha a porta e se joga na cadeira, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos, lembrando dos beijos que trocaram, de como se sentiu feliz nos braços dela e sabendo que isso não poderia acontecer de novo, ele não podia trazê-la para a escuridão que era sua vida, para seu mundo contaminado. Ray o mataria se soubesse de algo. Foi um momento único que ele se permitiu viver ao lado dela, e tinha que afasta-la dele para protegê-la. Teria que manter distância dela para mantê-la a salvo dele.
Ana quando ficou sozinha em sua sala, teve que lutar com todas as suas forças, para não ter um acesso de choro, não seria bom em seu local de trabalho, inclusive tendo o motivo da sua tristeza na sala ao lado. Ainda tinha uma esperança, de que pela manhã, ao acordar, ele a procurar e dizer que foi a melhor noite da vida dele, que estava disposto a continuar com isso, que a faria feliz, mas não, como ela já sabia, a noite mais feliz de sua vida, foi considerada um erro. Algo que foi tão bom para ela, algo que nunca esqueceria, que viveria a vida toda se lembrando e desejando que acontecesse de novo, teria que ser esquecido para sempre.
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