Capítulo 6

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Quase uma hora depois, estacionam o carro em frente a um casarão que parece ter saído do Século passado. Christian abre a porta do carro para Ana sair, e a guia pelo estacionamento com a mão em seu cotovelo. Ana sente a temperatura de seu corpo subir com esse toque.

Entram no restaurante, e o ambiente está em penumbra, apenas iluminado por pequenas luminárias, espalhadas em pontos dispersos pelo ambiente. Ana se pergunta quantas mulheres ele trouxe para este lugar e sente uma pontada de ciúmes.

- Sejam bem vindos!- fala um homem grande, que mais se encaixaria como lutador de Sumô do que dono de restaurante. Ele aperta a mão de Christian eufórico.- Christian, meu amigo, fico feliz com sua presença.

- Eu que fico feliz em podermos apreciar mais uma vez a sua cozinha, Javier. Essa é Anastásia Steele, filha do Ray.

- Prazer em tê-la conosco,- diz apertando a mão.- você deve ter puxado a sua mãe, pois o seu pai é muito feio.

- Prazer, Javier, pode me chamar de Ana.- Ana diz sorrindo da piada dele.

- E além de tudo fala nossa língua muito bem. Christian de onde saiu esse tesouro?

- De um lugar que jogaram a receita fora.- Christian fala sorrindo e Ana fica sem graça com o elogio dele.

- Christian galanteador como sempre, mas deixe me leva-los a mesa de vocês.- Javier vai a frente, Christian dá passagem a Ana e a conduz pelo salão segurando seu cotovelo. Chegam a mesa e Christian puxa uma cadeira para Ana que se senta e ele se senta a frente dela.- Daqui a dez minutos os pratos serão servidos, com licença.- e sai para a cozinha.

- Eu detesto ficar esperando garçom trazer cardápio, fazer pedidos, escolher vinho, perda de tempo.- Christian fala.- quando fiz as reservas, falei o que comeríamos e o que beberíamos.

- Praticidade, S.r. Grey.

- Pode ser, mas aproveitamos melhor nosso jantar. Podemos conversar mais.- pega a mão dela e acaricia o pequeno anel de rubis e brilhantes que ela usa. – presente de Ray, eu me lembro o dia que ele comprou para você, presente de dezoito anos, não foi?

- Sim, eu só o uso em ocasiões especiais, tenho medo de perde-lo, não pelo valor monetário, mas pelo sentimental.- Ana fala com um pouco de tremor na voz, não sabe se é pela emoção de lembrar o dia que ganhou o anel, ou pela mão de Christian que continua a acariciar seus dedos.

- Você não aparenta ter vinte anos. Parece menos.

- Obrigada, e você também não aparenta ter trinta e um.- Christian ri e ia fazer algum comentário quando o garçom chega com os pratos e os vinhos, ele solta a mão de Ana para dar espaço aos pratos e Ana quase reclama ao perder esse contato.

Depois que o garçom sai, outro chega com os vinhos.

- Faça as honras.- Christian fala para Ana.

O garçom serve um pouco de vinho na taça de Ana, que pega a taça, sente o aroma do vinho e toma um pequeno gole.

- Esse é da nossa safra de 1994/1995.- diz confiante e Christian sorri fazendo um gesto para o garçom servi-los.

- Você realmente aprende rápido.- Christian fala quando o garçom se afasta.

- Deve ser porque eu estou tendo um ótimo professor.

- Ainda bem.- Christian fala e começam a comer.

Enquanto comem Christian conta como foi que deu seus primeiros passos na Vinícola, e como ama aquela terra.

- Você também é americano, não é?- Ana se lembra.

- Sim, Nova York, meu pai era advogado e minha mãe pintora, foi para Nova York visitar uma amiga, conheceu meu pai e ficou por lá.

- Fico triste pelo o que aconteceu com seus pais.

Christian fica em silêncio toma um gole de vinho e fala, como se tivesse esperado a vida inteira para falar sobre isso:

- Eu estava na escola, quando tudo aconteceu. Deixaram-me na escola, minha mãe iria fazer compras para o Ateliê e meu pai para o escritório. Quando deu o horário de vir me buscar, em vez deles veio uma oficial de justiça. Fiquei dois dias em um lar provisório até Tia Eloíza vir me buscar.

- Eu sinto muito.- Ana fala imaginando um garotinho de cabelos acobreados sozinho e chorando a perda dos pais.

- Tudo bem, já superei isso há muito tempo, mas na época foi muito duro para mim. De uma hora para outra perder os pais, não poder voltar para sua casa, não poder voltar para seu cachorro, foi difícil assimilar, se não fosse minha tia, não sei o que seria de mim.

- Você tinha um cachorro?

- Sim, Snow, ele era branquinho como a neve. Era um poodle. Tive que doa-lo para uma clinica veterinária. Não tinha como traze-lo para cá.

- Eu deixei minha gata com minha mãe. Às vezes sinto falta dela também.

- A saudade é algo que machuca muito, Ana.

- Eu sei, quando meu pai veio para cá, quase morri de tanto chorar nas primeiras semanas.

- Você é a princesinha dele.- pega a mão dela de novo.- gosto muito de seu pai, talvez o considere com um também, então cuidando de você, vou me sentir como se estivesse cuidando dele também, retribuindo de alguma forma tudo o que Eloíza fez por mim.- Ana lhe dá um sorriso doce de agradecimento.

Nesse momento o celular dele, que estava sobre a mesa, toca, ele olha o visor e faz uma careta. Aperta o botão recusar e ele toca de novo.

- Se você não atender, a pessoa não vai parar de ligar.- Ana fala, já sabendo quem era.

- Você se incomoda se eu atender?- Ana faz que não e ele atende com cara de desgosto.- Oi Elena.- Ana fica sem saber o que fazer, não quer presenciar esta conversa.- Eu não estou no clube, e não te interessa onde estou. Não estou no clima hoje.- espera ela falar algo .- você sabe que não funciona assim, e não me ligue mais, depois nos falamos.- desliga o celular olhando arrependido para Ana.- Desculpe, não queria que presenciasse isso.

- Tudo bem.- Ana fala e percebe que é a deixa para entrar no assunto.- Vocês tem uma relação estranha.

Christian a olha intrigado, como se avaliando o que dizer.

- Nós não temos relação alguma, somos apenas parceiros sexuais, quando eu quero, a procuro e quando ela quer me procura. Não devemos fidelidade e nem satisfações um ao outro, mas o problema dela é que ela às vezes, esquece-se disso.

- Então vocês não namoram?

Ele dá um risinho sem graça.

- Não, Ana. Eu nunca namorei ninguém. Não gosto de compromissos, essa coisa de dar satisfação, de me sentir preso a alguém, não é pra mim.

Ana fica espantada ao ouvir isso, realmente, esse não é o Christian que ela pensava conhecer.

- E o Clube? O que Elena falou e José também?-Christian dá um suspiro, parece não querer falar sobre isso.- tudo bem, não quer falar, tudo bem.

- É um clube de sexo. Aonde mulheres vão à procura disso e homens também.

- E você se sente bem com isso?

- Tem funcionado para mim. Não quero envolvimentos, nada duradouro, lá é só por uma noite. Isso me basta. - Ana toma seu ultimo gole de vinho, sabendo que chegou a sua cota, se sente triste pelo o que Christian lhe contara. Ele podia falar que não queria envolvimento, mas Elena estava sempre lá, se isso não era envolvimento era o que? - Você quer sobremesa?- pergunta a tirando de seus pensamentos, ela balança a cabeça que não, depois do que soube, não conseguiria engolir mais nada.

50 Tons de EntregaOnde histórias criam vida. Descubra agora