| T O M Á S |
O sol entrava debilmente no quarto, atravessando o cortinado que tapava a única janela, envolvendo-nos numa luminosidade morna.
A minha cabeça repousava na almofada. No meu peito, a Joana descansava enquanto passava os seus dedos finos e compridos pela minha pele.
Suavemente, tocou na minha cicatriz que unia a minha barriga ás costas. Era uma linha ténue, quase impercetível.
Senti-me estremecer com o seu toque, fechei os olhos e permaneci com o braço envolto ao corpo dela, tocando-lhe na pele morna e ficando com ela protegida junto a mim. E esperei pela pergunta.
- Como aconteceu? – a sua voz suave e matutina preencheu o ar, enquanto os seus dedos continuavam a tocar na cicatriz, sentindo o seu relevo, a sua textura.
Relembrar de tudo o que aconteceu não era fácil, nunca seria. E aquela cicatriz era apenas uma prova física, apenas uma mancha visível, diante de tantas outras que ninguém, sequer, desconfiava.
Perante o meu silêncio, ela ergueu a cabeça do meu peito e encarou o meu rosto.
- Tu não queres realmente saber – murmurei.
- Porque não? – inquiriu confusa franzindo o cenho, enquanto os seus olhos faziam pressão sobre os meus.
- Nunca ias entender – voltei a reforçar o meu lado.
A Joana remexeu-se, saindo dos meus braços e sentando-se na beirada da cama.
- Uau – sussurrou, pegando na sua roupa e começando a vesti-la. – Bela maneira de me julgares, tão suave... - ironizou sem se dignar a olhar para mim.
Já com a parte de baixo vestida, ela encaminhou-se para a saída do quarto.
Caminhei atrás dela e agarrei-lhe no braço, obrigando-a a ficar parada no mesmo sítio.
- Eu até entendo que tenha cara de patricinha mimada, mas achares que sou algo sem me conheceres... odeio que façam isso: que achem que vou agir de uma certa forma, sem sequer se dignarem a dar-me uma oportunidade – ela falou sem parar, visivelmente chateada. – Entendo que não confies em mim – continuou – afinal, nem nos conhecemos, mas não te admito que penses que sou uma estúpida que sai por aí a julgar as pessoas.
Ela soltou-se do meu braço rudemente e foi para a sala procurar o resto das suas roupas.
- Hey! – chamei a sua atenção. – Só é um assunto delicado, nunca te quis ofender!
Ela revirou os olhos, continuando a calçar as sapatilhas branca, abotoou a sua camiseta e depois levantou-se, olhando-me altiva.
- Vou embora – informou, secamente.
- Vá lá, Joana! – aproximei-me dela, agarrando-lhe pela cintura e dando-lhe um beijo atrás da orelha. Senti-a estremecer ligeiramente, porém permaneceu com uma pose intocável. – Podemos fazer tantas outras coisas – acrescentei com um tom sugestivo.
- Chama alguém que te entenda! – respondeu prontamente, acrescentando uma piscadela pirracenta e completamente falsa.
Sem mais nada a dizer, a Joana encaminhou-se para a porta de saída, indo embora sem olhar uma única vez para trás.
Porra, mulher complicada!
~~~~~''~~~~~
Olá, meu Xuxus!!
Como se sentem?
Sim, eu sei, esta segunda parte ficou bem pequena, mas era apenas para completar a primeira, por isso...
Espero que tenham gostado!
Não esqueçam de dar ESTRELINHA e COMENTAR o que estão a achar, que é muito importante para mim.
Beijinhos, amo muito vocês!! ❤
VOCÊ ESTÁ LENDO
[Concluída] Acasos da vida
Romance+18||Contém conteúdo considerado adulto. Personagens e acontecimentos são inteiramente da minha responsabilidade. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. ***** [A história foi postada, inicialmente, com o título "Meu queri...