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|J O A N A|

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|J O A N A|

É impressionante como um simples momento pode mudar tanta coisa. Uma simples palavra, uma simples olhar, ou mesmo um mísero movimento.

O Tomás tinha ganho. A guarda das crianças era dele, e a sua felicidade ao sair do Tribunal era tanta! O seu sorriso era visível a quilómetros de distância e eu estava extremamente contente pela sua felicidade genuína.

Antes de podermos entrar no carro, vi que a mãe dele nos olhava, de longe. As suas feições eram um misto e arrogância e despeito. Antes mesmo de desaparecer do meu campo de visão, ela deu um sorrisinho sinistro, que me arrepiou verdadeiramente, deixando o meu interior com um sentimento amargo.

Acabamos por dedicar aquele dia às crianças. Passeamos com elas, brincamos, comemos porcarias... fizemos tudo errado, mas certo à nossa maneira.

E assim foi durante os primeiros dias. Acabamos por voltar à rotina que tínhamos antes de elas nos serem tiradas. Estava a ser uma semana cansativa, em que o meu tempo se dividia todo entre a faculdade, as crianças, o Tomás e um pouquinho para mim.

Sei que o Tomás não estava muito melhor que eu. Aquela semana era a dele ficar durante a noite no Veneno. Ele chagava a casa por volta das oito da manhã e aproveitava o facto dos irmãos estarem na escola para dormir. Quando eles voltavam, o Tom saia da cama e ia dar-lhes atenção.

Mas claro, dormir durante a noite nunca será igual a dormir durante o dia. O que nos salvava era a Lurdes. Aquela mulher tinha-se tornado um autêntico Anjo nas nossas vidas!

- Tens a certeza que queres ir de autocarro? Eu posso deixa-te no teu apartamento – o Tomás disse pela milésima vez, fazendo-me revirar os olhos pela milésima vez.

Dei-lhe um beijo nos lábios, espalmando-lhe as bochechas.

- Não te preocupes, eu já sou grandinha o suficiente e sei cuidar de mim mesma – dei-lhe uma piscadinha, ciente de que aquilo o deixaria um pouquinho irritado.

- Mas não há necessidade de ires sozinha, Joana! E nem sequer precisavas de ir... - murmurou a última parte emborrado.

- Já disse, lindinho, preciso de dar uso à renda que pago. E sabes perfeitamente que nem sequer é pouca.

O Tomás deu um meio passo na minha direção, o suficiente para enlaçar a minha cintura e esconder a sua cabeça na curva do meu pescoço, deixando ali um beijo molhado.

- Também já falamos sobre isso... podias mudar-te para aqui de vez – ele ronronou manhoso.

Nós já tínhamos falado sobre aquilo. E chegamos à conclusão que as coisas eram mais complicadas do que pareciam.

Em primeiro lugar, parecia-me um pouco precipitado muda-me para casa do Tomás. Claro que não lhe tinha dito isso, mas simplesmente parecia que estaríamos a apressar ainda mais as coisas.

[Concluída] Acasos da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora