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| J O A N A | 

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| J O A N A | 

A vida podia facilmente ser dividida em dois momentos, e a minha não era exceção. Havia o momento antes daquele dia e o momento pós aquele dia.

Estava sentada nos degraus do prédio onde morava. Aos meus pés o Gato bebia avidamente leite de uma tigela que eu lhe tinha dado.

O Gato era um inquilino frequente no nosso prédio. Por todos termos pena dele, íamos dando-lhe comida, o que o fazia visitar-nos com frequência. Com os cotovelos apoiados nos joelhos, eu observava o bichinho abanar o rabo enquanto se refastelava com a sua refeição.

Senti o telemóvel tremer no meu bolso. Lentamente, retirei o telemóvel do local referido e vi a notificação de uma mensagem recebida. Não conhecia o número, mas o mesmo não estava em Anónimo, o que me fez ter esperanças.

Era uma mensagem simples, com apenas três letras, formando a palavra "Olá". "Daqui é o Tomás" – outra mensagem foi logo recebida.

Sorri que nem parva enquanto olhava para aquela última mensagem, dado fundamento às minhas esperanças.

"Olá Tomás" – respondi-lhe, acrescentando uma carinha a sorrir.

Esperei quietamente cerca de dois minutos para que ele me mandasse outra mensagem: "Estava a pensar se não querias passar hoje aqui por casa, para comer o bendito gelado".

"Menta e chocolate! Claro! Era mesmo isso que me estava a apetecer, sinto que leu os meus pensamentos, my Lord" – brinquei, aproveitando que ele me tinha chamado Madame no Supermercado, no dia anterior.

"Já disse, gosto de ajudar" – foi a resposta dele.

Com mais algumas mensagens de conversa, acabamos por combinar que eu estaria em sua casa ás oito horas da noite. O Tomás garantiu que sabia cozinhar: "Podes ficar descansada, a probabilidade de apanhares uma congestão é muito reduzida" – ele escreveu, untando uma carinha que sorria com os dentes á mostra.

Ás oito horas e dez minutos (posso garantir que chagar atrasada está-me no sangue), estava eu a tocar à campainha do Tomás.

Foi naquele dia que eu reparei eu ele vivia num bairro bastante simpático. Todas as casas eram baixas e tinham uma espécie de jardim convidativo. Outro lado bom era que ele vivia extremamente perto de uma paragem de autocarros, o que facilitava muito a minha vida.

Fui recebida por um corpo grande e másculo. De aparência jovem, lindos olhos azuis-tempestade e pele escura. Ele vestia um avental preto com a frase: "Caminhando para o inferno", por baixo do mesmo despontava uma t-shirt azul clara e as suas pernas grandes e definidas eram cobertas por uns jeans azul claros.

Dei um sorriso envergonhado, pondo uma mexa do meu cabelo atrás da orelha e sentindo as minhas bochechas queimarem.

- Olá! – saudei, acenando com a mão.

[Concluída] Acasos da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora