| T O M Á S |
- Acompanhe-me para que a possa ver.
Segui a enfermeira até chegar a um local onde uma grande vitrine me dava visão para uma sala cheia de bebés.
- Ali ao fundo – ela apontou para a incubadora que se encontrava num dos cantos. – É aquele a sua filha.
Olhei para a bebé que permanecia imóvel. A sua cabeça estava tapada com um gorro branco e ao seu pequeno corpo estavam ligados a alguns fios.
Sem saber muito bem porquê, abracei a enfermeira e chorei. Chorei como nunca antes, numa mistura de alívio e dor.
- Não se preocupe, ela está bem, só precisa de ganhar algum peso. Duas semanas serão o bastante. – Assenti, soltando a mulher que estava visivelmente desconcertada e sem saber o que fazer de verdade para me consular. – Pode pegar nela, se quiser.
Voltei a segui-la, entrando numa sala onde me colocaram uma touca e uma espécie de bata azul.
Quando eu toquei naquele pequeno ser, que logo começou a choramingar, foi como sentir uma espécie de paz. Era gratificante tê-la, apesar de tu. Significava a esperança, a vida.
- Como se chama?
Olhei para a minha filha, sentindo todo o meu corpo vibrar pelo contacto estabelecido. Eu tinha-a nos meus braços e nada ma poderia tirar. A minha filha estava ali, nos meus braços, com o coração a bater, os pulmões a funcionar.
- Vanessa, Iara Vanessa. És a nossa Vanessinha. A mamã vai gostar mais que Miquelina. Daqui a nada é ela que te vai pegar e ela vai chorar ao ver-te. Porque tu és tão linda, filha. Tão linda... e a mamã não nos pode deixar sem te ver nem te tocar. Ela queria tanto tocar-te!
A Iara choramingou um pouquinho no meu colo.
- O papá gosta muito de ti. E está verdadeiramente feliz por te ter – continuei a murmurar-lhe. – O papá já gosta tanto de ti!
Mais alguns minutos e disseram-me que tinha de sair. E eu saí, resoluto, recebendo a notícia de que a Joana tinha saído do bloco operatório...
- O parto foi algo difícil, logo após à convulsão que ela teve. Mas era necessário para assegurar o bem-estar do bebé – a médica acrescentou. – O como dela é algo incerto.
- Mas ela vai acordar, certo?
- Não lhe quero dar falsas esperanças. O corpo dela sobreviveu a uma parada cardíaca, a sua pressão estava demasiado elevada na altura do parto, mas a bebé estava em sofrimento dentro do útero materno e se não a tirássemos, morreria...
- Posso ver a minha mulher?
Fui guiado para o quarto onde a Joana estava. A sua pele, estava mais pálida que o normal e o seu corpo ligado a vários fios, que tinham diversas funções.
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[Concluída] Acasos da vida
Romance+18||Contém conteúdo considerado adulto. Personagens e acontecimentos são inteiramente da minha responsabilidade. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. ***** [A história foi postada, inicialmente, com o título "Meu queri...