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| J O A N A |

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| J O A N A |

Pé ante pé, caminhei por entre as campas com vários nomes e fotos, até chegar à dela.

Iara Vanessa.

A foto não era mais que o seu rosto miudinho, com um sorriso glorioso que o preenchia e dava uma certa... vida.

Agachei-me o suficiente para as minhas mãos pousarem o ramo de flores em cima da lápide. Dos meus olhos, as lágrimas rolaram.

Era difícil aceitar a morte dela, tão repentina, sem ao menos ter noção de que a sua cabeça suportava um aneurisma. Não houve tempo para despedidas nem declarações de amor. O que vivemos e dissemos, era aquilo que ficaria para sempre, não havia forma dela me ouvir uma última vez.

- Ela não disse nada a ninguém. Nem aos próprios pais. Eu era o único que sabia...

Olhei para trás dando que caras com um sujeito de porte alto. Os seus cabelos eram castanhos acobreados e os seus olhos verde esmeralda.

Limpei as lágrimas apressadamente, voltando a olhar para a foto da Iara.

- É injusto... - sussurrei. – É injusto e... eu nem me pude despedir.

- Ela não queria despedidas. Não queria que a recordassem como uma bomba-relógio, pronta a explodir. Queria que a recordassem como verdadeiramente era: uma pessoa alegre e divertida, pronta a aproveitar o melhor da vida.

Ele parou mesmo ao meu lado e deixou uma flor ao lado do meu ramo.

- Ela era especial – ele disse sorrindo suavemente, como se a relembrasse, como se a estivesse a ver mesmo à sua frente. – E eu sinto muito pelo que lhe aconteceu eu não sabia que a notícia tomaria proporções tão graves.

- Eu e a minha filha estamos bem, agora. Ela chama-se Vanessa. O pai dela deu-lhe o nome de Iara Vanessa.

O sujeito virou o rosto na minha direção e fixou os seus olhos verdes em mim, em espanto, emocionados.

- Por ela? – inquiriu.

- Por ela – eu confirmei.

- Eu conheci-a num café, ela trabalhava lá – ele disse nostálgico. – Lembro-me que nem costumava ir àquele, mas fora aquele dia porque o outro estava fechado. Ela ainda tinha os cabelos comprido e não usava franja. E quando a vi... eu nem sei como explicar o que senti.

E foi com aquela frase que eu soube quem ele era: Rafael. A Iara falara-me dele, por alto. Ela dissera que o Rafael era alguém por quem ela tinha muita estima, mas não era justo ficarem juntos, quando no fim estavam destinados a permanecerem separados.

Pedi-lhe para que ela me explicasse melhor aquilo, porque na minha cabeça as suas palavras não faziam sentido nenhum.

- É injusto ele apegar-se ainda mais a mim – ela dissera pacientemente. – No fim só o vou magoar e ele sabe disso. Ele sabe que não posso ficar eternamente na vida dele, é injusto pedir-me para permanecer ao seu lado

- Iara, isso não faz sentido – argumentei. – É normal ás vezes as coisas parecerem difíceis, mas com uma boa dose de conversa e sexo, tudo se resolve.

Ela deu uma gargalhada gigante, fazendo os seus ombros chacoalharem.

- É verdade, as bases de um relacionamento são conversa e sexo, não é? – ela perguntou ainda divertida, enquanto eu assentia. – Mas não tem nada a ver com isso, pode ser que um dia entendas, Janinha.

Eu ainda insisti para que ela me explicasse naquele momento, mas rapidamente mudou de assunto.

E a verdade é que naquele momento eu entendia. A Iara Vanessa era uma bomba-relógio, que explodiria a qualquer momento. A sua morte precoce era algo que ninguém poderia evitar, por isso ela não achava justo que Rafael se apegasse demasiado a ela. Porque quanto mais tempo permanecessem juntos, mais difícil seria para ele recuperar da perda que a Iara significava.

- Comecei sempre a ir àquele café, onde nos metíamos um com outro. Uma semana depois de ela ter aceite sair comigo, ela apareceu no meu consultório, com uns exames... qualquer possibilidade de futuro que tivéssemos um com outro, acabou ali. Bastava ela querer, que eu tinha passada cada última milésima de segundo com ela, mas ela não queria.

- Ela achava injusto – eu disse. – Não queria que sofresses mais que o necessário. Ela achava-se não merecedora desse sofrimento. Não queria que te apegasses a ela mais que o necessário.

- Por isso foi embora contigo – o Rafael assentiu, enquanto limpava rapidamente as suas lágrimas. – Como tu disseste: é injusto.

- Para ela parecia certo. Só nos queria proteger e é isso que deve contar.

Fizemos uns breves momentos de silêncio. E depois fui embora, deixando um abraço ao Rafael e desejando-lhe sorte.

- A Iara Vanessa vai estar sempre aqui – apontei para o seu coração -, connosco. Mas nem por isso podemos deixar de fazer a nossa vida, seguir em frente, porque isso era última coisa que ela quereria.

Os meus passos faziam barulho, quando os meus pés tocavam no cascalho que cobria o chão do cemitério. Traspassei os grandes e grosso portões de ferro já enferrujado e entrei no carro preto que estava estacionado a escassos metros dali.

Sentei-me no banco do copiloto, fechando a porta de seguida e olhei para o Tomás, que me sorriu docemente. Os meus braços envolveram-lhe os ombros num abraço apertado, enquanto ele me acolhia no seu peito. Lá, eu voltei a chorar, porque a dor era imensa. Nunca haveria forma de me despedir da Iara.

Afastei-me dele, limpando o meu rosto coma as mãos.

- Vamos para casa – pedi num sussurro.

O Tomás assentiu e ligou o carro, guiando em direção a casa. 

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OLÁAAAA!!

Como se sentem?

Espero que tenham gostado deste capítulo! Eu achei que foi necessário para entendermos a Iara Vanessa 

Até acho que nem ficava mal se a história acabasse aqui, que dizem?

Ahahahah

Mas como eu sou boazinha ainda vamos ter um EPÍLOGOOOOO!!

Isso mesmo, vamos nos despedir da Joana e do Tomás com eles um bocadinho mais velhos.

COMENTEM o que acharam. Porque a vossa opinião é muito importante!!

E VOTEM!

Não se esqueçam de VOTEM, por favor!

É muito importante que VOTEM.

VOTEM 

VOTEM

VOTEM

VOTEM

VOTEM 

Beijoooooo!!

Até amanhã, com o epílogo tão esperado.

Amo vocês!!

[Concluída] Acasos da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora