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| T O M Á S |

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| T O M Á S |

O meu coração batocava no meu peito a toda a força. Ele dava verdadeiras pancadas no meu peito, desenfreadas e descompassadas. As minhas mãos agarravam o volante fortemente, tornando-se escorregadias com o suor se que se formara.

Quando soube do paradeiro da Joana, deixei os meus irmãos com a Micaela, a irmã do Lourenço e parti de seguida. Eu sabia que eles estavam bem entregues, ela tinha uma filha e assegurou que qualquer problema, não hesitaria em ligar.

Tentei mais uma vez: disquei o número, que já sabia de cor, e esperei ouvir a voz da Joana. Nada, assim como em todas as outras tentativas, o número encontrava-se indisponível.

Inspirei fundo e olhei para o que me esperava do outro lado da janela: a casa branca, de arquitetura simples, encarava-me seriamente.

Preparava-me para sair do carro quando um outro veículo parou do outro lado da estrada, mesmo à porta da casa. Foi preciso menos de um minuto que a porta da habitação se abrir, revelando a Joana.

O seu cabelo estava liso, e eu sabia o que aquilo significava. Ela alisava sempre o cabelo, quando queria agradar, de alguma maneira. O seu corpo era marcado por um vestido verde, aveludado, que lhe chegava até os joelhos.

Ela entrou no carro sem muita demora e logo partiu. Partiu novamente, e voltaria a partir sem olhar para trás, se eu não saísse das sombras.

Na minha boca, apenas ficou um sabor a azedo terrível, que me desceu pela garganta com custo e se infestou por todo o meu interior. A minha cabeça era um turbilhão de pensamentos, sem coerência, sem sentido, pensamentos soltos que se emaranhavam em algo confuso e devastador. Devastavam-me a alma.

Mas apenas uma coisa era clara: eu precisava de falar com a Joana.

E com esse intuito, eu segui o carro. Parei quando ele parou num restaurante. E saí do meu veículo quando os vi sair. O braço da Joana rodeou o braço do outro sujeito, de uma forma demasiado pessoal.

- Joana! – chamei.

O homem que a acompanhava virou-se de imediatamente para trás, encarando-me. Já ela, simplesmente petrificou. Ficou imóvel no seu lugar, sem fazer um único movimento.

- Joana? – voltei a chamá-la, inquieto.

Tentei ao máximo ignorar o outro, fingir que ele não estava com o seu braço entrelaçado ao da minha cacheada. Fiz um esforço descomunal apenas para me fixar no que interessava: nela.

- Vamos – ouvia-a sussurrar, enquanto puxava o braço do sujeito, em direção à entrada do restaurante. Ela não se virou para me olhar, para saber quem a chamara, porque se calhar já sabia quem era.

- Não ouviste? Aquele... homem estava a chamar-te – o sujeito disse-lhe, sem entender a reação dela.

- Eu ouvi, mas simplesmente não tenho nada a tratar com ele – ela disse, a sua voz era fria, desprovida de qualquer sentimento. – Eu já ouvi tudo o que ele me tinha a dizer.

[Concluída] Acasos da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora