.13.

2.6K 278 21
                                    

| J O A N A |

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

| J O A N A |

Aquela semana estava a ser interessante.

A Milena e o João eram crianças adoráveis, cheias de energia, davam outro ar à casa. Quando eu tentei ir dormir ao meu apartamento, eles quase choraram e imploraram para que eu ficasse.

- Oh, Tomás, diz a ela para ficar!

- Sim, nós queremos as historinhas da Jana!

O Tomás olhou para mim com um sorriso ligeiro, quase divertido.

- São eles que estão a pedir – ele aproveitou a deixa dos irmãos, para me convencer a ficar.

E eu fiquei. Uma vez que o Tom trabalhava e eu tinha de estudar, a Lurdes foi uma grande ajuda, tanto com as crianças (indo buscá-las à escola, por exemplo) como com a organização da casa.

Tínhamos quase uma rotina, com quebras, mas era a nossa rotina imperfeita.

- Mano, assim? – A Milena inquiriu, abanando o braço do Tomás, para que ele olhasse para o seu caderno.

O Tomás estava entre os irmãos e ajudava-os a fazer as tarefas da escola. A sua atenção era dividida ente o João e a Milena. De vez em quando, eu atrevia-me fazer-lhe também perguntas.

Porém, a minha atenção era constantemente direcionada para o seu rosto feliz. Os seus olhos ostentavam um brilho tão bonito! E o seu sorriso aparecia com tanta frequência! Era lindo vê-lo assim.

A campainha tocou, fazendo com que todos olhássemos uns para os outros, deixando de lado o que estávamos a fazer.

- Eu vou! – o João gritou, levantando-se de seguida e correndo para ir abrir a porta.

Eu e o Tomás também nos levantamos e mais devagar seguimos os passos do pequeno.

- Mano! – a sua voz fez-se ouvir, de uma forma aterrorizada.

Isto fez os nossos passos apressarem. Ele correu para mim e aninhou-se no meu colo. À porta, uma senhora de cabelos crespos, maquilhagem no rosto e saltos nos pés, esperava.

Era a mesma do aeroporto. As suas feições eram rudes e superiores, como se tudo a enojasse.

O rosto do João escondeu-se na curva do meu pescoço e ele abraço-me com tanta força que senti que os seus bracinhos me esmagariam.

- Que estás aqui a fazer? – o Tomás rosnou. – Vai embora!

- Oh, Tomászinho! – ela desdenhou com uma risada falsa. – Pensavas que eu ia deixar isto barato?

Ela mostrou a notificação do tribunal, para que aparecesse para o julgamento de entrega de guarda das crianças.

- Eles vêm comigo, agora! – ela ordenou, elevando a voz e entrando em casa.

- Eu não quero ir! – a Milena choramingou. – Não quero!

- Vens comigo fedelha, e a culpa é do teu irmão!

- Não os vais levar, eles não querem ir contigo! – o Tomás pôs-se à frente de todos nós, protegendo os irmãos daquela mulher.

- Queres que chame a polícia? Queres que deixe a tua situação pior, Tomás? Eu tenho a guarda, eu mando neles!

Ela agarrou no braço da Milena, enquanto a menina esperneava para que a própria mãe a largasse. Mas sem nenhum dó, a mulher continuou a agarrar naquele bracinho frágil, mantendo-a no lugar e arrancando o João de mim.

Eles choravam, gritavam, alegando que não queriam ir, que queriam ficar com o Tomás.

Quando ela desapareceu de vista, o Tomás desferiu um muro na parede, gritando de dor posteriormente.

- Eu tinha-os! – ele disse. – Eles estavam felizes aqui, connosco.

- Shiii, calma. Não te vala de nada te exaltares. Precisas de manter a calma, não podes fazer nenhuma estupidez, eles precisam de ti estável.

- Pensas que é fácil? – ele gritou comigo, como se a culpa fosse minha.

- Ouve lá! Não te vou admitir que grites como se a culpa fosse minha, estás a ouvir?! Sei que a situação é complicada, mas há limites! ESTOU A TENTAR AJUDAR! E se não queres a minha ajuda eu simplesmente vou embora, não preciso que sejas rude comigo!

- Foda-se! – ele praguejou. – FO-DA-SE!!

Eu realmente entendia a cólera dele. A revolta de ter os irmãos arrancados dos seus braços, saber que eles não estavam felizes e nem a aproveitar os benefícios de serem crianças.

Mas não admitiria que ele descontasse a sua fúria em mim quando a única coisa que eu queria era ajudar, que ele se sentisse melhor.

- Desculpa. Estou mesmo a ser um filho da puta. Tens razão. Mas é horrível, é horrível saber que nunca mais consigo ter a guarda deles. Saber que eles estão a ter uma merda de vida! Só queria dar-lhe o melhor e nem isso consigo...

- Tomás! – obriguei os seus olhos a cruzarem-se com os meus, vendo-os marejados, cheios de tristeza. – Estás a fazer o máximo que consegues. Não tens culpa do passado e nem te podes martirizar por decisões que não estão nas tuas mãos, quando estás a fazer o máximo! Daqui a dias tens a julgamento e aí tudo se vai resolver.

Ele sorriu debilmente.

- Porque ainda estás aqui, Joana? Porque ainda estás comigo?  

- Porque eu simplesmente quero ficar contigo, Tomás.

~~~~~''~~~~~

Olá, meus Xuxus'zinhos!!

Como se sentem?

Espero que tenham gostado deste capítulo! 

Qualquer erro, podem comentar que eu tratarei de compor!  

E claro, não esqueçam da estrelina e nem de comentar o que estão achar. Sei que é a conversa do costume, mas é mesmo importante para mim. 

Ah, posso adiantar que o próximo capítulo, será bem... como posso dizer... interessante [e sintam toda a malícia deste interessante, por favor kkkkkk].

Beijos! 

Até domingo!

[Concluída] Acasos da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora