Não imaginei que aquele adeus seria tão doloroso. O sentimento de libertação desapareceu logo que me dei conta do quão envolvida com Miranda eu estava.
Encontra-la dias depois foi o ponto de esclarecimento para todas as minhas dúvidas: Eu estava apaixonada por Miranda Priestly.
Em meu apartamento, o frio parecia multiplicar-se diante de toda a angústia e confusão brotada em meus pensamentos.
Quando o dia estava ameaçando a clarear, meu despertador me lembrou que outra vez era segunda feira e que eu precisava trabalhar.
Levantei, tomei um banho gelado, fiz a maquiagem mais básica que pude apenas para esconder a noite mal dormida, coloquei uma calça jeans, camisa social e pronto. Não estava com paciência pra mais nada.
Quando eu estava fechando a porta da frente, algo estranho me chamou a atenção.
Roy.
Roy, o motorista de Miranda estava em minha porta.
-Bom dia, Senhorita Sachs.
Aquilo me paralisou.
-Bom dia Roy, -respondi de forma automática. -O que está fazendo aqui?
A pergunta saiu quase de forma automática.
Roy me deu um sorriso um tanto estranho, abriu seu terno escuro e de lá tirou um envelope pardo, esticando-o em minha direção.
Minha cara deve ter sido um espanto. Ele segurou um pequeno riso e então deu um passo a frente para que eu me desse conta de pega-lo. Meu corpo parecia não funcionar.
-É da Miranda... -Ele disse quase me falando de forma óbvia. -Pediu que lhe entregasse.
PUTA MERDA.
Travei total.
Como assim?
-Você sabe o que é isso? -questionei atônita.
Roy apenas balançou a cabeça em negação e então eu me obriguei a agarrar o envelope.
-Obrigada. -murmurei.
Ele apenas acenou a cabeça e então entrou no carro, deixando-me ali com as pernas bambas e o coração disparado.
O que Miranda poderia querer comigo depois de tudo?
No metrô, meu coração parecia não se acalmar e eu começava a ficar na dúvida entre abrir ou não o tal envelope.
Mas... Se eu não abrisse, nunca saberia o que tem ali, não é?
Criei coragem. Bom, meio coragem...
Com dedos trêmulos, abri o envelope e a letra de Miranda apareceu.
"Andrea,
Acredito que temos algumas pendências.
17:30 em meu escritório.
Roy irá lhe buscar.
Miranda Priestly."
AHHHHHH, socorro.
Já era, Miranda vai me matar, cortar em pedacinhos e me dar para a cachorra.
Ok, sem pânico.
Guardo rapidamente o envelope dentro da bolsa e então saio do metrô indo para o trabalho.
O dia parece se arrastar.
Nada que eu escrevia parecia fazer sentido. A única coisa que minha mente sabia recapitular era que logo encontraria Miranda, que em breve eu a veria depois de tanto tempo e que eu não estava preparada pra isso.
Quando chegou 17 horas e eu finalmente sai do trabalho, meu estômago me lembrou o motivo de não ter almoçado: aquela sensação de borboletas ainda não havia passado... E agora parecia nunca mais querer ir embora.
Assim que sai do prédio, Roy me esperava em frente com a porta do carro já aberta.
Sorrimos um para o outro e eu simplesmente entrei para seguir aquele caminho que provavelmente seria o da minha morte.
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Recontratada [CONCLUÍDA]
FanfictionAndrea jamais imaginou que tudo aquilo que fazia por Miranda ia muito além do trabalho. Depois de partir praticamente sem olhar para trás, o peso do arrependimento a envolveu e logo ela se deu conta do motivo: Estava apaixonada por Miranda Priestly...