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Depois de nossos beijos e da maneira como meu corpo reagia intenso aos toques de Miranda, mesmo um tanto relutantes nos separamos quando o celular dela apitou avisando que o tempo do forno havia finalizado.
Nos levantamos do sofá, ajeitamos nossas roupas e fomos para a cozinha. Lá, vi mais uma Miranda desconhecida tomando vida. Ela era... Linda, como todas as outras.
Ela queria arrumar a mesa de jantar, mas sendo apenas nós duas, consegui convencê-la de arrumarmos os lugares na própria ilha da cozinha. Ajudei-a a colocar o jogo de mesa, o vaso de flores que estavam na sala de jantar e os talheres que ela me entregou.
Ela abriu o forno e o cheiro daquilo envadiu o ambiente. Ela havia assado uma peça inteira de carne com legumes confitados e era a legítima refeição de se comer com os olhos.
Ela nos serviu, toda séria, toda centrada como tudo o que ela faz. Aquela era uma Miranda encantadora.
Sentadas uma de frente para a outra, vi o momento exato em que ela levantou sua taça de vinho e me propôs um brinde.
-Vamos brindar pelo quê? -perguntei em um meio sorriso.
-Talvez por isso que estamos vivendo. Acho que seria uma boa opção.
E então ela sorriu e eu apenas estiquei minha taça de encontro a dela, tocando-as e deixando que o mísero som dissesse tanto quanto nossos olhares.
Jantamos em um silêncio quase que sobrenatural, porém nada assustador. Nossos olhos pareciam conversar sempre que se encontravam e isso era algo realmente novo na minha vida, talvez nunca tenha me sentido tão confortável ao mirar os olhos de alguém, nunca senti tanta recíproca sem palavras.
Quando terminamos o jantar, eu e a dona daqueles olhos tão fascinantes voltamos para a sala. Não antes, por incrível que pareça, de gerarmos uma discussão sobre meu ato de tirar os pratos da mesa. Ela disse que era uma briga desnecessária e eu concordei. Poxa, eu só tirei os pratos da mesa. Desfiz o bico torto dela com um beijo surpresa e ela amoleceu ao meu toque, toda nossa briguinha boba já esquecida.
Nos sentamos na sala principal e por incrível que pareça sobre o tapete, exatamente frente a lareira cuja chama me fazia arder ainda mais... A mistura perfeita do real calor e das coisas que essa mulher me fazia sentir. Miranda tirou os saltos, ficou lindamente descalça e eu fiz o mesmo. Ela levantou por um breve momento, jogou as almofadas do sofá junto de mim no tapete e então saiu de lá, dizendo apenas que buscaria o vinho.
Quando ela voltou, eu já estava acomodada nas almofadas. Rapidamente ela se juntou a mim, entregou-me uma das taças e se recostou ao meu lado, dando um longo gole no vinho logo em seguida.
Nós ficamos caladas por pouco tempo, Miranda se ajeitou melhor e então limpou a garganta me fazendo arrepiar até a alma.
-Quando falamos em ocultar nosso... -ela respirou fundo e pude a ver suavemente mordendo o lábio-... relacionamento, esconder de minhas filhas acredito não ser necessário, você se importa?
Eu quase deixei minha taça cair.
-Não... Claro que não, eu... Só... Você teria que prepara-las para isso, eu não saberia agir.
Miranda concordou em um maneio de cabeça e então voltou a bebericar seu vinho.
-Quero deixar claro mais uma vez que o que temos não é diversão, Andrea. -Afirma. -É recente sim, é tudo muito novo mas não é motivo para lidarmos como brincadeira. O que sinto por você é algo...
Miranda respira fundo, seus olhos miram sua taça desviando-se dos meus.
-É algo intenso, realmente forte e não desejo que seja pouco valorizado. -Ahhh, então ela volta a me olhar... -Muito menos quero que você acredite em pontos finais. Não se vive algo esperando o fim, querida.
AHHHHH PUTA MERDA.
QUERIDA....
AHHHH..
Eu não me controlo, essa Miranda é muito maravilhosa, essa Miranda romântica me deixa toda desnorteada.
Sem nem pensar, me ajoelho, largo minha taça ao chão e então engatinhou até ela, parando ao seu lado mas me curvando até próximo de seu rosto. Miranda percebe minha aproximação e larga sua taça também, voltando rapidamente a me encarar.
Seus olhos azuis tinham ao fundo o desenho exato das labaredas da lareira e eu me perdi ali, como sempre me perco nessa Miranda toda.
Ela me olhava fixo, mas quando lambi meus lábios ela olhou para eles e repetiu o ato.
-Você me chamando de Querida é demais pra mim... -Sussurro perto de seu rosto, sentindo suavemente sua respiração se encontrando com a minha.
-Hmmm, -gemeu ela baixinho- você gosta do querida?
Ela sorri, se ajeita nas almofadas e então se ergue para me puxar contra seu corpo.
-Gosto...
A palavra sai sozinha, sem acompanhamento algum, apenas para deixar claro o quanto ela mexe comigo.
-Hm... -Geme uma vez mais. -Andrea querida...
Pronto.
Eu perdi a sanidade.
Levei minha perna sobre ela, sentei em seu colo e ambas minhas mãos seguraram seu rosto a trazendo pra mim.
Ela sabia o que eu faria.
Não houve surpresa, não houve receio. Ela devolveu o beijo, exatamente na medida em que eu o entreguei e foi delicioso. Sua boca tinha o gosto natural de Miranda mesclado com o vinho e eu só conseguia querer mais, só sabia necessitar de muito mais.
O ar era besteira, não me importava. Eu só queria beija-la, e beija-la, e beija-la e não parar mais. Ela pareceu perceber, suas mãos segurando firme em minha cintura, seus dedos me puxando se encontro e me deixando cada vez mais louca de desejos por ela.
Miranda me apertou contra si, puxou meu lábio entre seus dentes e aquilo foi uma delícia. Eu repeti a carícia nela, lhe arranquei um gemido e então os dedos dela correram em minhas costas, seguraram firmes o zíper de meu vestido e o som dele se abrindo pareceu ecoar e derreter minhas entranhas.
Miranda me empurrou para o lado, me deitou entre as almofadas e seu corpo cobriu o meu logo depois. O dedos maestrosos dela agarraram meu seio sob o tecido e eu não soube segurar o gemido na garganta. Miranda pareceu adorar aquilo, tirando sua boca que encontrava a minha para correr por meu pescoço, para beijar minha pele, mordiscar, correr a língua e soprar no local logo depois.
Eu estava me sentindo mais quente que aquela lareira e me atrevería a dizer que me sentia no mais lindo misto de desejo e até mesmo amor da face da terra.
Ela se afastou, seu cotovelo se apoiando na almofada ao lado de meu rosto, sua cabeça apoiada na palma da mão e seus olhos observando meu rosto.
-Eu adoraria terminar isso aqui, mas temos a noite inteira, quero prolongar o quanto for possível... Quero ser mais que um bom orgasmo no final do dia, Andrea... -Ela sorriu ao final da frase fazendo aquela cara clássica da pequena torcida no lábio, me matando por dentro com o misto da sua real brincadeira com a ironia.
-Oh Miranda... -digo baixinho, meus dedos tocando seu rosto logo correndo por seus cabelos, meus olhos observando os seus se fechando. -Você é muito mais que isso no final do meu dia.
Com minha deixa seus olhos voltam a se abrir, ela se abaixa, volta a me beijar e eu perco a noção do tempo.
Não sei mais que dia da semana estamos, não tenho mínima noção das horas... O tempo pareceu realmente parar, mas parou de um jeito gostoso, o jeito em que agora eu sabia das coisas, sabia que o que tínhamos criado ali não era uma aventura, não era um caso qualquer e muito menos um envolvimento passageiro.
Recostei-me aos seus braços do tempo e de Miranda com a certeza de que o amanhã existiria... Que ele viria e que seria bom.




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Amores, entramos para o top 500 AAAHHHH
Isso é para vocês e POR vocês. ♥️ OBRIGADA
Até breve 🖤 Amy

Recontratada [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora