A voz de Miranda parece tão distante...
Mas ela está aqui, eu posso vê-la me encarando. Os lábios torcidos, o encarar surpreso.
-Andrea, faça silêncio.
-Onde está todo mundo?
-Você já me perguntou isso.
-Mas então você não respondeu.
-Eu respondi sim, querida.
As portas do elevador se abrem e Miranda me puxa para dentro. Me sinto flutuar.
Eu me encosto na parede gelada do elevador, sentindo minhas pernas estranhamente dormentes.
Miranda solta meu braço, dá um passo a frente e então aperta um botão no painel do elevador. Eu não resisto ao ver sua bunda marcada na saia.
Oh meu deus.
Ela dá um pulinho.
Eu acabei de dar uma palmada em sua bunda.
Seus olhos me fuzilam, eu não sei se peço desculpas ou se pergunto se ela quer mais um.
Ela vem em minha direção quando as portas se fecham, me pressiona contra o metal que parece balançar.
-Sua atrevida... Eu não acredito que fez isso! -me chinga, mas eu tenho a leve desconfiança que ela gostou.
-Você gostou? Eu gostei! -falo sem pensar.
Onde está minha sanidade?
Miranda Ri, beija meu pescoço e antes que eu possa agarrar seu corpo, as portas se abrem e ela me arrasta para fora.
-Essa não é a sua casa... -eu resmunguei encarando o corredor longo.
-Primeiramente, será nossa casa... e em segundo... você está bêbada, eu nem posso acreditar que aquele cochilo depois das bebidas te deixou assim. -resmungou ela também.
-Você está brava comigo? -eu já sentia meus olhos pinicarem.
-Não, não estou brava. Hoje foi um bom dia pra comemorar, mas eu espero que você se lembre de todas as coisas que farei com você hoje.
Minha nossa, eu acho que está tudo girando ao contrário.
Miranda abriu a porta do quarto, era um hotel, agora eu sabia e me lembrava dela ter falado algo sobre isso quando me levantei para ir ao banheiro no jantar.
Miranda me levou até a cama, tirou meus sapatos e eu fiquei sentada ali, encarando ela caminhar até o bar, servir uma dose de whisky, bebe-la e repetir o processo uma vez mais.
-Você quer ficar feliz assim como eu hoje?
Ela riu, um riso gostoso e que reverberou por minhas pernas. Eu estava excitada talvez de jeito superior a tudo.
Eu ia me casar, porra! E com Miranda!
E ela estava ali, agora, toda linda, com aquele cabelo sedoso, com os olhos azuis brilhantes me encarando, com um sorriso diabólico nos lábios... E eu só queria que ela literalmente me chupasse toda.
Oh meu deus, acho que estou tendo uma epifania.
Talvez, nem tanta. Pois Miranda tirou a roupa, e eu tive o deleite de ver cada peça saindo de seu corpo, menos a calcinha. Então ela foi até uma caixa sob a mesa e a agarrou voltando com ela para a cama.
Eu já tinha visto uma caixa como aquela, e eu já estava gostando do caminho onde aquilo ia chegar.
-Você vai me bater? -perguntei a encarando.
-Você merece. -respondeu.
-Mereço?
-Você me deu uma palmada, acho que posso cobrar isso, não posso?
-Você pode o que você quiser.
Eu murmurei contendo um sorriso. Minha pele estava pegando fogo.
-Levante e tire a roupa. -sussurrou me encarando.
Mas, ela se aproximou, abriu o zíper de meu vestido e me ajudou a ficar nua.
E eu lembro de me deitar a cama, de sentir Miranda me beijar, dela falar algo sobre eu estar muito cansada mas que me cobraria aquilo amanhã.
E mais nada.Meu estômago estava doendo. Santo Deus, o que eu fiz? Acordei como se tivesse engolido um porco espinho. E quando me virei na cama tudo fez sentido. Caramba, o quanto eu bebi?
Só sei que levantei em passos longos, que cheguei ao banheiro e que os fatos foram terríveis demais para serem narrados.
Uma dica? Não misture bebidas.
-Andrea, você está bem?
A voz pesada vindo do quarto me acalentou.
-Estou bem sim, vai passar.
Mas, logo ela apareceu na porta com uma garrafa de água em mãos e uma toalha.
Eu tirei minha calcinha, ignorei a quase penumbra do banheiro e liguei o chuveiro.
-obrigada pela toalha, e pela água... -lhe agradeci. -Mas vá dormir, eu estou bem.
-Certeza?
-Sim, querida... Vá dormir.
Alguns minutos depois desliguei o chuveiro e já me sentia renovada, apenas uma leve dor de cabeça e um pouco de dor no estômago. Junto da garrafa d'água no mármore estavam dois comprimidos, que rapidamente eu engoli.
Escovei meus dentes, enrolei a toalha no cabelo molhado e voltei para a cama.
Quando cheguei lá, Miranda estava deitada de lado, o braço esticado como se esperasse eu me aninhar no seu corpo, coisa que cuidadosamente o fiz. Ela pareceu levemente despertar, enlasou minha perna com as suas e me abraçou firme.
-Você está bem?
-Sim, só preciso dormir.
-Certo.
E logo sua respiração ficou tranquila e eu também me permiti dormir.Eu não faço ideia de que horas são. A cama balança, sinto Miranda puxar as cobertas e descobrir meu corpo.
Abraço o travesseiro, não quero acordar.
-Está com sono? -ela pergunta.
-uhum...
-E com dor...
Murmuro algo para que ela entenda como não.
-Ótimo, pois vou te fazer acordar.
E realmente ela me acordou. Suas mãos começaram a correr por meu corpo, afastaram meus cabelos e ela distribuiu longos beijos por minha nuca. Eu já sentia minha pele se aquecendo, mas estava tão bom assim... Não queria me mover. Foi ai então que uma de suas mãos sumiu, que ela tocou algo gelado contra minha bunda e que eu ofeguei.
-Sh... Calma.. bom dia.
-Miranda...
E eu não tive muito argumento.
O consolo gelado tocou minha entrada, já úmido de alguma coisa e Miranda o esfregou em mim com mais firmeza.
-Posso?
A pergunta dela saiu como um suspiro, o corpo quente encostando as minhas costas, sua respiração em meu ouvido...
Oh Deus.
-Tudo o que você quiser... Você pode tudo o que quiser.
Miranda me virou de bruços rapidamente e foi nesse instante que de relance vi que ela usava uma cinta. Santo Cristo... Isso iria ser bom demais!
Ela afastou minhas pernas, beijou minha nuca, agarrou com a mão livre meus cabelos e com a outra ajeitou o consolo em mim.
Mas... Ela não o empurrou, ficou brincando ali, esfregando pra cima e para baixo, para cima e para baixo repetidas vezes, me incendiando, me despertando, atiçando todos os meus poros a desejarem ela.
-Miranda... -eu gemi seu nome tateando entre os lençóis e segurando seu pulso, aquele que prendia meus cabelos. -Empurre... vai...
Ela riu, mordeu meu pescoço e... Caralho!
Aquilo começou a vibrar e eu não me controlei quando ela riu tentando conter um gemido ao me ver tremer debaixo dela. Empurrei minha bunda em sua direção, o consolo entrando dentro de mim, me preenchendo e me fazendo sentir sua pele contra minhas costas...
-Empurre... Forte, por favor...
-Não quero que seja rápido. -ela resmungou.
-Eu não vou conseguir segurar... -supliquei. - Miranda...
E não precisei dizer mais nada.
O amor da minha vida se apoiou contra meu corpo, tirou quase tudo de dentro de mim e então voltou a empurrar.
Uma.
Duas...
Três ..
Mais rápido.
Quatro.
Cinco...
Quente...
Molhado.
Seis...
Sete... Oito...
-Miranda...
Sua mão entrando entre nossos corpos e me tocando, acariciando meu ponto tão sensível me fazendo gritar.
Eu estava já tão perto, tão rápido.
Dezoito, dezenove..
-Miranda, queria... Eu... Ah... Assim, me faz, assim...
Eu era gritos e loucura, temperatura e insensatez.
Vinte e cinco...
Vinte e seis...
-Vai... E eu irei com você.
E então eu me deixei levar... Ela entrando e saindo de mim, suas mãos me prendendo, sua boca me mordendo, meu corpo querendo mais e amando a entrega e ousadia dela em fazer aquilo. Miranda desabou encima de mim, o corpo quente, a respiração ofegante, me deixando em ruínas e me fazendo amar aquilo.
Ela me virou, desligou a vibração e suavemente tirou aquilo de mim.
Eu me virei, a vi soltar as tiras, e tirar um muito menor que o meu de dentro de si. O brinquedinho caiu ao chão, ela me encarou e então suspirou.
-Oh céus, venha cá...
Sussurrou me puxando para seu peito.
-Isso foi bom? -perguntou.
-Foi maravilhoso... -respondi também alinhando minha respiração. -Maravilhoso e rápido.
-É, eu esperava isso ontem a noite, mas alguém aqui estava muito bêbada. -resmungou.
-Desculpe...
-Não se desculpe, eu estou... Hm, estou brincando. Você está bem?
Eu ergui meu rosto para encara-la e não pude deixar de sorrir.
-Eu estou maravilhosamente bem.
-Então... -ela beijou o topo de minha cabeça. -Bom dia, futura Senhora Priestly.
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Recontratada [CONCLUÍDA]
FanfictionAndrea jamais imaginou que tudo aquilo que fazia por Miranda ia muito além do trabalho. Depois de partir praticamente sem olhar para trás, o peso do arrependimento a envolveu e logo ela se deu conta do motivo: Estava apaixonada por Miranda Priestly...