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Quando abri a porta me deparei com aquela rainha impecável. Ela estava... Maravilhosa!
Miranda carregava uma sacola de alguma loja e uma caixa, coisa que rapidamente corri para ajuda-la a levar.
-Oi... -Sussurrei pegando a caixa de suas mãos, não conseguindo esconder meu sorriso.
Ela sorriu de volta e então caminhou junto a mim para dentro do apartamento.
Se eu estava feliz com a visita? com certeza.
-Muito cansativo tudo isso? -Ela simplesmente sussurrou entrando na sala, largando a sacola que carregava na mesa de centro.
Ela estava linda... Aquele vestido de mangas longas e tecido pesado... O cinto largo marcando sua cintura e os louboutin... Era difícil de pensar com ela tão linda.
-Um pouco... Não dormi quase nada. -miranda ficou me encarando, seus olhos fixos nos meus, logo sua língua correndo pelo próprio lábio. Senti meu corpo amolecer como das outras vezes e então senti o peso da caixa contra meus dedos. -Onde... Onde você quer que eu coloque isso?
-Ah... -Ela parece sair de um mundo mágico e pousar em minha frente. -Você deve escolher o lugar... É um presente pra você, espero que goste.
Antes mesmo que ela diga algo a mais meu sorriso se multiplica e não consigo deixar de olha-la incrédula.
-Digamos que eu tenha falado com o corretor e ele tenha me enviado algumas fotos do apartamento e com isso comprei algo para decorar sua casa. -Miranda sussurrou, tirou então os óculos escuros... o azul de seus olhos ainda mais intenso com a claridade vinda das janelas.
-Espero que você goste.
-Miranda eu... -Não conseguia nem pensar direito. -Você comprou um presente pra mim?
-Comprei, qual o problema?
-Você... Você... -Ah mulher! -Obrigada por ter pensado em mim...
E então ela bufou e logo fez seu bico torto.
-Não está sendo uma questão de escolha pensar ou não em você.
Sua voz saiu como um sussurro, seus olhos desviaram dos meus e ela respirou fundo, bem fundo até me olhar novamente.
-Não abrir o presente é falta de educação, Andrea.
E então eu sorri mais uma vez. Mais uma vez entre tantas...
Miranda Priestly me comprou um presente e diz nas entrelinhas que não para de pensar em mim. Isso é um sonho.
Então eu abro a caixa, tiro todo o papel de dentro e ali está a linda e branca cúpula de um abajur. A encaro em um questionamento e vejo que ela segura um sorriso. Quando coloco a mão novamente na caixa, encontro o restante do abajur... Na verdade, um lindo abajur azul da Tiffany.
-Uau, Miranda... É lindo! -Digo sincera.
-Que bom que gostou... -Ela murmura. -Pensei que ele ficaria muito bom naquela mesa ali... -aponta para a tal.
Mas imediatamente, uma ideia me ocorre.
-Ele realmente ficaria lindo ali, mas... Tenho outro lugar para ele.
E então, encaixo a cúpula, a lâmpada e chamando-a com um aceno de cabeça caminho em direção ao quarto com o abajur em mãos, ela logo atrás de mim.
Entro no quarto, coloco o abajur no criado mudo e imediatamente o ligo na tomada. A cor que ele produziu ficou exatamente como eu imaginei.
-Por qual motivo vai deixar ele aqui no quarto? Combina muito mais com a Sala... -Miranda imediatamente me questiona caminhando para próximo de mim.
-Vai ser bom acordar todos os dias e ver o azul dos seus olhos antes mesmo de encontra-los. -Sussurro. -Não vê? É um azul infinito como a cor que seus olhos tem quando me encaram assim, como você está fazendo agora.
Miranda engole em seco, a vejo respirar fundo e me pergunto se falei algo errado, se falei demais, se me abri mais do que deveria.
-Andrea... Você não tem jeito. -Diz séria.
-Você gostaria que eu tivesse "jeito"?
Ela se cala, nada diz. Eu, quase que de forma imediata caminho para perto dela e a encaro na esperança de tirar de suas expressões mais do que suas palavras me dizem.
-Você disse que não está sendo uma questão de escolha pensar em mim ou não... Você anda pensando em mim, Miranda? Anda pensando no que aconteceu na sexta-feira?
Miranda suspira, não me contenho, deixo que meu corpo siga o que pede e então toco seu rosto, desenho seu queixo com meu polegar e ela parece amolecer.
-Sim...
-Quer que...
Eu ia terminar a frase, ia provoca-la, ia procurar resquícios do que ela sentia... Mas aí ela me segurou em seus braços, seus dedos entraram no meio dos meus cabelos e meio segundo depois estávamos com nossas bocas coladas, nossas mãos correndo contra a pele da outra, tateando, puxando, apalpando...
Os dedos dela correndo por meu pescoço entrando dentro da camisa e sem pena alguma estourando alguns botões que ela não conseguia abrir.
Os meus correram para seu cinto, o abriram rapidamente, levantaram seu vestido e apertaram sua bunda.
Miranda gemeu profundamente diante de meu toque, abriu minhas calças e então eu dei um passo atrás, caindo em minha cama com seu corpo sobre o meu.
Ela se apoiou contra o colchão, ergueu seu corpo e me encarou.
-Era esta imensidão azul que eu me referia... -Sussurrei mirando seus olhos.
Então ela sorriu, mordeu o lábio e outra vez nossas bocas se encontraram.
O beijo de Miranda era algo impossível de ser explicado. Era a mistura do frio com ondas absurdas de calor, arrepio intenso cobrindo grande região após o toque... Formigamento imediato e futura perca de controle sobre seus atos... Miranda Priestly deveria vir com bula para pessoas cardíacas.
Não pude deixar de sorrir, rolei com meu corpo sobre o seu e ela então tirou os cabelos de meu rosto o colocando para trás de minha orelha.
Ela estava tão linda, tão...
-Você está me fazendo sentir coisas que nunca imaginei sentir, Andrea.
Ah... Miranda...
Eu me abaixei, beijei sua boca, puxei seu lábio entre meus dentes.
-Então se deixe sentir, Miranda... Eu estou sentindo, você consegue sentir?
Ela respirou fundo, apertou minha cintura com uma das mãos e puxou meu rosto contra o seu.
-Hmmm... -gemeu dentro de minha boca. -Sim...
-É isso que importa, Miranda... Sentir.
E me perdi outra vez em seus beijos.
Eu não sabia como ia durar.
Não conseguia entender como aquilo poderia ser bom, como poderia ter algum futuro...
Era difícil, mas... Eu não me importava. Eu estava apaixonada por Miranda, queria viver com ela todo o tempo do mundo ou até algumas horas se fosse só isso possível... Mas eu viveria.
Não me importava a duração, não importava o medo dela desgostar de mim logo...
Eu só queria viver.
Só viver com ela.
E ao que parece... Eu realmente estava.

Recontratada [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora