Holly Watson
O caminho até o salão de eventos foi o mais rápido que já percorri na vida.
Não sei se pela minha vontade que demorasse um século, ou se realmente era perto da minha casa.
Eu aguardei dentro do carro até a hora exata de poder entrar.
A mulher que chamei de mãe, me avisou que entraria com o homem que me vendeu, vulgo meu digníssimo pai.
Seria uma cerimônia rápida, e realmente foi.
Entrei de braços dados com Peter. O local estava lindo, cheio em flores, esbanjando puro luxo. Cadeiras de madeira totalmentes alinhadas, mais à frente estavam o Sr. e a Sra. Zummach, seus filhos, incluindo o meu noivo.
Ahh, Henry estava lindo.
Seu belo terno Armani era como uma segunda pele, parecia ter sido desenhado e moldado em seu corpo, revelando todo seu porte físico.
Assim que dei os primeiros passos, a marcha nupcial começou com a costumeira banda, os músicos estavam do lado esquerdo.
Ele era todo sorrisos, e pela primeira vez eu quis partilhae dessa alegria com ele. Talvez pudéssemos ser amigos, mas ele optou pelo lado mais fácil, me comprou, e isso o torna tão errado quanto os que me venderam.
Senti um leve aperto no braço, e imaginei que fosse Peter me mandando sorrir. Mais forçado que isso eu não iria conseguir, mascarar minhas emoções sempre foi fácil, coisa que não está sendo agora.
Quando fui entregue ao meu noivo, ele gentilmente beijou minha testa_quem visse diria que até está apaixonado_ e eu apenas acenei.
E então, tudo foi como deveria ser, a cerimônia, e toda essa formalidade, com exceção do beijo beijo. Na hora que foi dito que o noivo podia beijar a noiva, eu virei o rosto, o que resultou em um simples beijo no canto da boca.
Agora era decretado. Eu já tinha um dono, porém se enganam, ele pode possuir o meu corpo, mas os meus pensamentos, ah, estes jamais seram aprisionados.
Meus pés doem pelo fato de ter passado todo o tempo em pé. O vestido pessa como o inferno, se fosse possível já estaria com outra roupa, e o pior, minhas bochechas, essas estão cansadas de tantos sorrisos_falsos_ que ja distribui.
Vejo de longe Peter e Sr. Heitor conversando animadamente, algumas pessoas que não faço idéia de quem são dançando e se servindo com as melhores bebidas, e a Ella, agora minha cunhada.
Pensativa no canto, e longe de todos, igual eu estou.
Consegui uma cadeira, e me sentei o mais afastada possível de todos. Chega por hoje. Só quero deitar e dormir.
Observo todos e sinto uma presença estranha, meu corpo parece aquecer, e tenho a impressão de que alguém está a me vigiar.
Passo os olhos por todo o local, e vejo Henry caminhando em minha direção.
Ah satisfação esbanjada no seu rosto é evidente.
E o seu sorriso. Nossa ! É digno de um deus grego. Sim, eu não gosto dele, mas não serei hipócrita de dizer que ele é feio.
Caminhando até mim, sua expressão muda conforme se aproxima.
Poucos metros nos reparam. Até que ele caminha mais e fica à minha frente. Estou inerte quando me assusto com sua fala abrupta.
-- O que está fazendo aqui? Am?
Arregalo os olhos de medo, e logo depois de surpresa.
-- Nada oras! _respondo e desvio o olhar para qualquer ponto mais interessante_
-- Responda a porra da minha pergunta! Com quem você estava? Porque se afastou de todos?
Arqueio uma sobrancelha incrédula, tamanha a sua cara de pau.
-- Não te devo satisfações, não é porque fui obrigada á assinar a merda de um papel que não possa mais fazer o que quero. _digo firme_
-- Ah querida... você é minha mulher, me deve respeito e lealdade. _ele sorri friamente_ Não vai sair do meu lado nenhuma merda de um dia.
Ultrajada com tanta afronta, me levanto rapidamente. Seus olhos varrem todo meu corpo, parando em meus lábios.
-- Respeito? Lealdade? Em que mundo você vive, é o meu aniversário, deveria ser o dia mais feliz, não a merda de casamento. _aponto o dedo na sua cara_ Me deixe em paz, ainda não entedeu que não quero você perto de mim?!
Cheque mate!
Pego de surpresa ele move as linhas de expressões do rosto de maneira engraçada, e endurece mais suas feições, seu corpo está tenso, e a fúria é evidente em seus olhos.
Quando vou me virar, ele agarra meu braço, me puxa em sua direção, me fazendo bater contra seu peito. Abro a boca prestes a reclamar, até sentir sua invasão, e o choque da sua contra a minha, de forma dura ele conecta seus lábios aos meus.
Olá meus amores. Mais um capítulo, espero que gostem.Votem e comentem bastante.
Um grande abraço!
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Além Do Contrato
Roman d'amourSeria possível amar alguém pelos dias de convivência? Seria possível amar uma mulher desde seu nascimento? Vamos juntos descobrir! Essa é uma história que vai prender você, caro leitor. Uma história emocionante, cheia de conflitos , mas também mu...