Capítulo 39

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Holly Watson

Seu cheiro é presente na minha mente, seus caricias e seu toque me levam as nuvens.

-- Não toque em mim.

O choque das palavras faz seu rosto se contorcer numa bela carranca.

-- Você é minha. Posso tocar você  .

Nego fielmente.

-- Eu nunca fui sua. Nem você, nem ninguém pode tocar no meu corpo sem a minha permissão. Não importa como esteja, ou onde eu esteja, ninguém além de mim pode decidir nada. É o meu corpo, o meu templo, jamais permitirei que me tirem isso.

Me distancio enquanto ouço seus resmungos.

-- Deixe-me te levar até o apartamento da Ella.

Fito seu rosto estudando suas feições.

-- Obrigada, mas pode deixar que me viro sozinha.

Ele desce o olhar pela minha roupa, respira fundo e me responde.

-- É melhor ir comigo. Posso deixar você lá, não vou forçar nada.

Vejo a sinceridade se espalhando pelos seus poros e aceito o convite.

**

Assim como ele prometeu, o fez.

Fui deixada em frente ao pequeno prédio, subi os lances de escada, descancei um pouco e aqui estou, pronta para mais uma maratona de livros.

Sorrio ao lembrar de como foi difícil desfilar com aquelas roupas, e do olhar de desejo do meu marido.

Dizer que o amo talvez não seja adequado nesse momento, eu gosto da sua presença, do quanto se importa comigo, e do olhar de paixão que sempre ganho. Gosto dos nossos momentos, e do som da sua gargalhada, porém tenho que gostar de mim em primeiro lugar. Enquanto não conseguir me impor não irei voltar atrás.

Fecho o livro ao escutar os passos apressados da Ella em minha direção. 

-- Me ajuda... _sussurra com o telefone nas mãos_

Balanço a cabeça confirmando.

-- Fala que não estou. _pede me entregando o celular_

Pigarreio e seguro o aparelho em minhas mãos.

-- Ella? _uma voz grossa fala ao outro lado da linha_

-- Desculpe senhor. Deve ter sido engano!

Respondo e escuto um suspiro, até que desligo.

-- Quem era Ella? _pergunto_

Ela sorri nervosa.

-- Nao sei. O meu coração insiste em acreditar que é o Théo, porém a razão me diz para pensar em qualquer pessoa.

Fala cansada.

-- Hum._murmuro_

Me levanto do sofá, e caminho até a geladeira.

-- Porque você não tem nada saudável aqui? _pergunto sorrindo_

-- Não morava aqui esqueceu? Vinha apenas pra arejar meus pensamentos, descansar um pouco de todo o luxo.

Dou um sorriso de pura compreensão.

-- Sei bem como é isso.

**

Alguns dias depois...

Saudade...
É insano os danos causados por esse sentimento, e o quanto perturbador ele pode ser.

Costumava pensar que só se sentia saudade do que era bom, e hoje vejo que é a pura realidade.

Esse tempo afastada_nem tanto_ do Henry me fez perceber que nutria por ele algo muito além de cumplicidade, era forte, estranho, bom.

Sua lembrança assombrou cada um dos meus dias, e o quanto ele se mostro mais centrado, me fez enxergar que ele estava tentando mudar.

Nós nos encontramos todos o dias, se não no portão da Universidade, no apartamento da Ella, ele se mostrou carinhoso, e todos os dias trazia um buquê das mais diversas flores.

E não... Não pense que eu dei moleza. Não aceitei nenhum dos seus presentes, muito menos suas tentativas falhas de me persuadir.  Eu coloquei o meu bem estar a cima de suas vontades, e fiz ele entender que eu podia sim, ter vontade própria.

Soube pela Ella que ele procurou ajuda do irmão, e que segundo ele, estava tentando mudar por mim... por nós.

E isso só me fez ter certeza que estava no caminho certo.

Sorrio ao lembrar da sua cara quando me via com as roupas que fiz questão de comprar, ele quase explodia, e era isso que eu estava testando; a sua paciência.

Quanto a Ella, ela tinha se mantido forte, mais do que eu pensei. A protuberância em seu ventre ainda é impercetível, porém já parece uma mãezona. Vivi conversando com o bebê por todos os cômodos e meu coração se enche de emoção, a maternidade transforma as mulheres.

Termino de pentear meu cabelo, e passo um batom que descata meus lábios.

O vestido azul me deixa elegante e despojada ao mesmo tempo, e eu adoro isso, nos pés, tenho um salto médio na cor marfim.

Caminho até a pequena cama e pego minha bolsa saindo em direção a saída.

-- Olha elaaa! Pra onde vai toda produzida assim? Meu irmão vai ficar babando.

Olho para minha cunhada que está com um pote de sorvete sentada na frente da TV.

-- Não exagera.

Balanço a cabeça negando sua afirmação divertida.

-- Está linda... mas... voltando ao assunto. Onde vai toda produzida?

Sorrio confiante.

-- Atrás do meu amor!

Hey pessoas lindas. Espero que gostem do capítulo, foi curtinho porém com muito amor. Hahaha. Votem e comentem, indiquem pras zamigas, e vão se despedindo do nosso casal.
Um grande abraço!

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