Holly Watson
Vejo o meu progenitor ir até o sofá, e sentar-se lá.
A sua costumeira postura que um dia tanto admirei, abala um pouco do que restou da garotinha ingênua de antes, que sonhava com uma vida diferente, e a libertação das amarras.
Na verdade quem nunca sonhou com isso?
Eu quis algo fora do normal, talvez até impossível, quis viver por mim, ser como um pássaro solto, ou como as garotas independentes dos livros, ahhh que bobagem, eu achava ser águia enquanto era só um pobre passarinho na gaiola.
-- A que devo a honra meu pai? Lembrou que teve uma "filha"?_faço aspas com os dedos_
Ele sorri.
-- Ainda sou seu pai. Mereço respeito!
Gargalho.
-- Sabe o que você merece? nada... NADA...
Atiro um vaso na parede que estava mesinha ao lado.
-- Holly... calma... _henry tenta interferir_
Ergo a mão o impedindo de continuar.
-- Não se meta! Você calcula os meus passos desde que casei, pare um minuto por favor.
Instantaneamente ele recua.
-- Pelo visto a perdeu toda a educação.
Caminho a passos precisos para onde ele está.
-- Educação que você forçou até damais. Me fez acreditar que não existia mundo fora do que eu vivi, me fez passar 18 anos sem ter um amigo. AMIGOOO. Você sabe o que é isso? Ohh não, não, Não. _passo a mão no cabelo nervosa_ E sabe porquer? Porque você é seco, frio, e calculista. Um nojo de pessoa e alguém do qual eu tenho o desprazer de conhecer. Não sei realmente o que a minha mãe viu em você...
A força usada pela sua mão faz o meu rosto virar pro lado, e a ardência aumentar.
Ele levantou e me deu um tapa.
Levo a mão ao local machucado.
Peter nunca me bateu. Ainda mais na cara.
Em instantes vejo Henry partir pra cima dele aos berros, e acertar vários socos.
Os seguranças passam pela entrada rápido, e tiram meu marido de cima do homem sujo de sangue.
-- EU TE AVISEI DESGRAÇADO. ELA É MINHA. A MINHA MULHER, NÃO TOQUE SUAS MÃOS SUJAS NELA NOVAMENTE SEU COVARDE. VOCÊ NÃO PASSA DE UM VERME MALDITO!
Ouço seus gritos distantes enquanto subo os degraus da escada rapidamente.
As lágrimas de raiva inundam meus olhos, esvaindo pela minha face.
Corro para meu quarto, abro a porta do banheiro e me jogo no chuveiro com roupa e tudo.
Tentando limpar um pouco o meu emocional.
O choro copioso é resguardado pelos braços quentes a minha volta, e pelo carinho presente em cada toque.
**
Dias depois...Nada como a semana de provas na faculdade, cunhada faladeira, e um marido ciumento para acabar com todo o meu humor.
Acreditem se quiserem, eu fui obrigada_nem tanto_ a passar todo o dia de ontem na cama com o Henry. A noite capotei, e só agora as consequências dessa façanha batem na minha porta.
Quem inventou essa matéria terrível, deve estar se revirando no inferno nesse momento.
Antes de desistir dos estudos, pulo do sofá e sigo para o escritório, dou duas leves batidas, e entro.
Concentrado, óculos de grau, e caneta entre os lábios. Bela visão...
-- Oi
-- Hey_ sorri e me chama_
Vou ao seu encontro e me sento no seu colo.
Nos beijamos carinhosamente.
-- Diga bela._ pede_
Sorrio sem jeito.
-- Como sabe?
O som da sua risada gostosa preenche meus ouvidos.
-- Te conheço desde que nasceu, acredita?_brinca_
Dou um leve tapa no seu ombro.
-- Engraçadinho... bom.. queria sair... _peço_
Ele ergue uma sobrancelha curioso.
-- Posso chamar a Ella, passear pelas ruas de São Paulo, comer algo. Sei lá. _sugiro_
-- Hum... que tal eu ir com você? _ele disse_
Bato palminhas e me remexo no seu colo.
-- Calma querida, mais uma remexida dessas e te fodo em cima dessa mesa. _usa seu tom sedutor_
-- Você não tem jeito mesmo. Já que insiste tanto, vou me arrumar. _digo_
Ele nega.
-- Não precisa está ótima assim. Não precisa se arrumar. _diz enciumado_
-- Tudo bem, não à nada de mais em sair pela rua sem sutiã e com uma camisa fina. _desafio_
Ele fecha a cara num piscar de olhos.
-- Vá trocar. Eu espero.
Gargalho e deixo um selinho nos seus lábios.
**
O carro para em frente ao que presumo ser o shopping.
O grande letreiro confirma isso.
Descemos do carro, acompanhados por um dos armários de preto, e adentramos o local.
Lojas e mais lojas são vistas, porém o que me impressiona é o fluxo mínimo_ quase inexistente_ de pessoas
Algo estranho.
Espero que gostem. Foi pequeno mais de coração hahaha. Votem e comentem, talvez quem sabe teremos outro amanhã.
Um grande braço!
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Além Do Contrato
Roman d'amourSeria possível amar alguém pelos dias de convivência? Seria possível amar uma mulher desde seu nascimento? Vamos juntos descobrir! Essa é uma história que vai prender você, caro leitor. Uma história emocionante, cheia de conflitos , mas também mu...