Capítulo 33

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Henry Zummach

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Henry Zummach

-- A que devo a honra... Watson... ou devo dizer sogro? _ironizo_

Vejo o homem a minha frente abaixar o olhar.

-- Sem ironia Henry. _diz_

Me movo na direção da minha mesa, puxo a cadeira e sento.

Com os cotovelos apoiados no braço do móvel, dou inicio a conversa.

-- Estou esperando. Fale! _ordeno_

Vejo ele caminhar pra a cadeira mais próxima.

-- Eu... quero ver a Holly. _diz com a cabeça erguida_

Nem no inferno irei permitir que magoe novamente a minha bela.

-- Ora ora... bancar o pai sentimental a essa altura do campeonato? _sarcasmo sempre foi meu segundo nome_

O vejo suspirar.

-- Não brinque. Estamos falando de um assunto sério. _fala_

-- Não estou brincando.

-- Quero ver a minha filha.

Que humor. Solto uma risada macabra e ergo um sobrancelha.

-- Que filha? A que você humilhou? Vendeu? Nos poupe disso.

Dessa vez, ele que sorri.

-- Oh.. sim... a mesma que você comprou, como uma mercadoria.
Desgraçado.

Bato com a mão na mesa chamando ainda mais sua atenção.

-- Nunca comprei a Holly.

-- Tem certeza? Não foi isso que aconteceu. _diz_

-- Dinheiro nunca foi problema. Eu não preciso comprar alguém, Holly está comigo porque foi a mulher que escolhi para viver o resto dos meus dias. _respondo furioso_

-- Pra mim foi. Eu tive que prometer minha filha a um libertino desgraçado, um boêmio que não sabe o que é manter um pau dentro da calça.

Dou um pulo da cadeira, e apoio minhas mãos na mesa.

-- CHEGA! SUMA DAQUI AGORA! _grito sem paciência_

-- Não sem antes ver minha filha. Quero vê-la, preciso conversar com ela.

-- Já falei que não. Saia e não volte. Holly não quer vê-lo!

-- Ela tem que querer. Eu sustentei ela por toda sua vida. Ela precisa me respeitar. _Diz com postura_

Ponho as mãos nos bolsos, e me concentro em manter a calma.

-- Qual o real motivo de estar aqui? _pergunto novamente _

Um brilho escuro assombra seus olhos, e rapidamente ele desvia o olhar.

-- Não é a você que irei contar.

Filho da puta. Só não o mato por que sei que isso iria machucar minha digníssima esposa.

-- Bom... preciso voltar para minha mulher. Espero não voltar a vê-lo. _

Peter parece nervoso, e só agora paro para analisa-lo. Seus traços me lembram ainda mais a Holly, o jeito superior, e o olhar, tão parecidos, e ao mesmo tempo tão distintos, a minha menina é doce, pura, enquanto ele é interesseiro e manipulador.

Desperto do meu devaneio, ao escutar o som da cadeira sendo arrastada no piso, e o homem de idade avançada caminhar para a saída.

Holly Watson

O aconchego nos lençóis embaraçosos da cama não prendem minha atenção.

Pelo menos não quando me encontro sozinha, cansada e com a cabeça girando.

Eu nunca fui boa na arte de "dormir o dia inteiro ". É óbvio que eu não tinha tantas tarefas para fazer, porém nunca fui de dormir o tempo todo, isso só acontecia nas raras ocasiões que ficava doente.

Enfrego os olhos com preguiça, ainda me situando no ambiente.

-- CHEGA...

Um grito é ouvido. Henry grita com alguém e pelo pouco que o conheço, deve estar no mínimo furioso com algo.

Preciso ver o que está acontecendo.

Empurro o lençol com os pés, e pulo da cama com pressa.

Oh céus...

Não esperava por isso. Uma forte tontura faz todo o quarto girar,e os meus pés saírem do chão.

Oh céus...

Meu estômago gira a mil por hora e a bile parece querer sair.

Me inclino um pouco para poder me agarrar na cama, respiro fundo várias vezes até ver a tontura passar, o que só piora ao dar lugar a um terrível enjoo.

Corro para o banheiro com a mão na boca, despejando tudo no vaso sanitário.

O mal estar não quer ceder, e mais outra vez me inclino para vomitar.

Que nojo.

Inspiro o ar e solto com força quando aperto no botão da descarga, e me encaminho para escovar os dentes.

Antes de deixar o quarto, já recuperada, procuro um vestido qualquer e o visto.

Pés no chão, cabelos desgrenhados, provavelmente pálida como um vampiro, lá vou eu.

Estou descendo os degraus da escada, até notar algumas vozes na sala.

O som conhecido me faz exitar um pouco, porém não irei recuar.

Peter Watson com toda sua posse de patriarca se dirige a minha porta.

Isso não vai ficar assim.

-- Indo embora sem se despedir de mim "papai" ?

Os dois olham em minha direção, chocado o meu "pai" me inspeciona.

-- Não... quer dizer... achei que estava ocupada. _completa a frase com dificuldade_

-- Hum... pelo que vejo não mudou nada. _alcanço o último degrau_

Ele sorri.

-- Você também não filha, está ainda mais linda e radiante. _fala_

Como alguém pode ser tão falso assim.

-- Oras... não me chame de filha PETER. Pra você é senhora Zummach. Não era isso que queria? Pois bem. Agora você vai escutar. Volte. Sente-se!

Bato palmas como em um dos livros que vi, e a empregada logo aparece de prontidão.

-- Traga café para a visita por favor._ peço_

Chegou a hora de falar tudo que estava engasgado a tempos.

Olá. Espero que gostem. Deixem estrelinhas e comentários. Um grande abraço!

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