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E lá estava eu
deitada sobre aquela cadeira dura de hospital.

Esperando por uma reação que seja vinda dele.

Gustavo estava bem 
Não 100% mas estava.
Está vivo, respirando, e fora de risco.
Graças a Deus.

Mas ainda assim, desde o ocorrido ele não havia acordado.
Se passaram horas e horas, e ele ainda não acordou. Não se mexeu.

E isso estava me deixando preocupado, mesmo os médicos dizendo para eu ficar calma.

— ainda nada?

Ouso a voz do Lucas, então levanto minha cabeça o encarando.

— Nada. Só.. Os médicos dizem que logo ele acordará, mas.. Já fazem mais de cinco horas que eles disseram isso.

Digo me levantando.

Lucas se aproxima, ficando próximo a cama onde Gustavo estava.

— Mas deu tudo certo? Tirou as balas? O que houve? Ninguém me explicou porra nenhuma.

— Assim que Gustavo chegou aqui foi direto pra sala de cirurgia, por sorte a bala não tinha se alojado. Ele está bem, está vivo. É um verdadeiro milagre.

Digo com meus olhos em Gustavo, o mesmo que estava como sempre, lindo mesmo estando em uma cama de hospital.

— Porra..

— Eu sinto muito por tudo que aconteceu..

— Colfoi? Tá falando o que?

— Meu pai.. Tudo que aconteceu, só.. Foi culpa minha também, por mim que ele veio até aqui e...

Lucas me interrompe.

— Ihhhh fica suave Manu, tá tudo bem, tudo ocorreu bem graças a Deus. Teu coroa vacilou, mas tu não tem culpa disso não.

— Mas..

— Fim de papo, tu sabe que tu não tem nada a ver com isso poh.

Por fim acabo concordando, mesmo sabendo que no fundo eu realmente tinha.

— fica bem parceiro.

Lucas diz tocando na mão do Gustavo, depois ele me olha e sorri.

— vou voltar pra batalha. Tem algumas drogas chegando e preciso estar lá. Qualquer fita manda um papo.

Concordo o vendo ir.

Gustavo...

Sussurro pegando em sua mão.

Por favor.. Acorde  e me diz que está bem. Por favor.. Eu preciso ouvir isso vindo de você meu amor..

Beijo sua mão diversas vezes.

— Meu amor?

Ao ouvir sua voz, meu coração chega a parar por alguns segundos.

O olho, vendo um pequeno sorriso em seus lábios, seus olhos ainda permaneciam fechados.

Abri e fechei minha boca diversas vezes.

Mas nada saia.

Pego em sua mão, e ao sentir seu aperto contra minha mão sorriu.

— Você.. Você.. Meu Deus...

Fecho meus olhos agradecendo mentalmente por esse milagre, por ele está aqui comigo.

E agora acordado.

Eu queria gritar, queria pular, rir, dançar e cantar.

Eu estava muito mais muito feliz.

— você está bem? Está sentindo dor?

O olho esperando uma resposta.

Ele abre os olhos lentamente, deixando eu ver o azul de seus olhos.

Aquele olhar que tanto amo.

E então ele sorri.

— Tô tranquilão.

Sorriu dando um beijo em seu rosto.

— Meu amor é?

Ele diz o que me faz eu bater de leve em seu braço, mas ao ouvir ele gemer de dor.

Eu peço mil e uma desculpa.

— Tá tranquilo. Poh.

Ele diz pela quinta vez.

— Você realmente está bem? Quer que eu chame o médico e...

Ele nega.

— Quero meter o pé daqui.

Nego.

— Só sai quando estiver bem 100%

O vejo fechar os olhos.

— Realmente está bem?

Ele concorda, mas sei que era mentira, sei que ele estava com dor. Que estava se sentindo mal ainda.

Seguro em sua mão.

— Me desculpa por tudo que aconteceu... Eu realmente não sabia que meu pai estava vindo, nem ao menos sei quem passou o endereço daqui pra ele. Eu só...

— Sem k.o tu não tem culpa não.

Fico em silêncio por algum tempo.

— fico feliz por estar bem.

Ele abre os olhos, me encarando.

— Fico feliz por te ter você aqui comigo.

Ele diz olhando em meus olhos.

— Eu sempre estarei.

Eu sempre estarei aqui com ele, e pra ele.

Eu o amo demais para desistir de tudo isso e partir.

Agora somos um.
Um só amor.
Uma família.

Continua...

amor proibido [morro] Onde histórias criam vida. Descubra agora