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Rafaela Cortez narrando

....

Havíamos acabado de chegar do enterro do meu amor ...
Foi de doer o coração ter que deixar ele lá.. Naquele caixão.

Ainda não acredito que ele se foi... Que ele me deixou aqui sozinha nesse mundo..

Dói tanto.. Ah como dói.

Entrando na nossa casa, as lembranças me pegam em cheio.
Cada noite de amor que vivemos aqui. Cada alegria.. Cada felicidade!

Eu ainda não estou acreditando que por conta do meu PAI meu amor se foi ..
Eu nunca irei o perdoá-lo NUNCA!

Essa foi a coisa mais cruel que um dia ele pode fazer, ele me tirou meu grande amor. Meu único amor.

O pai do meu filho.

Sento sobre o sofá da nossa casa e fecho os olhos, sentindo as lágrimas caírem ainda mais.

Toco minha barriga, ainda pequenininha.

— hoje eu iria fazer a surpresa pro seu papai.. Dizendo que ele seria pai... Mas ele não está mais aqui... Ele se foi...

Digo chorando.

Estava tudo preparado, hoje eu iria fazer a tão grande surpresa que estava preparando para o Isaque. Eu havia pensado nisso a semanas.

E agora ele não está mais aqui.
Ele soube que iria ser pai tarde de mais...

— Rafaela?

Ouso me gritarem do outro lado da porta.

Me levanto sem ânimo algum e vou até a porta.
JÁ podendo ver as meninas todas juntas em minha frente.

— Não vamos deixar você sozinha nessa.

Ravena diz vindo me abraçar.

Sorriu de lado e as convido pra entrar.

Começamos a conversar e a todo momento elas faziam de tudo para me ver bem... Sempre dizendo coisas alegres que me faziam até mesmo rir.

Eu amo essas meninas.. Eu sou muito grata por as ter ao meu lado!

.....

— Não quer mesmo que alguma de nós durma aqui contigo?

— Não.. Eu vou ficar bem.

— qualquer coisa me liga..

Manu diz e me abraça.. Me despeço de todas e elas vão embora me deixando sozinha.

Se passam uns vinte minutos e alguém bate na porta de novo.

— meninas eu...

Paro de falar assim que vejo meu pai em minha frente, cheio de sangue.

— me ajuda Rafaela... Por favor.

— vai embora.

— eu vou.. Eu juro.. Só preciso que me tire daqui.. Eu preciso sair dessa porcaria de favela.

— eu sinto muito, mas você veio no lugar errado.

Digo e fecho a porta novamente.

Já ouvindo as batidas contra  a mesma.

Fecho meus olhos tentando ser forte.
Tentando a todo custo não ser a fraca e ir ajudar o assassino do meu amor.

— Rafaela.. Pelo amor...

Os vapores que estavam na segurança da casa logo chegam.

Abro a porta pra poder falar com algum deles.

— por favor Dedé tira esse homem daqui.

— Rafaela filha...

— moço não temos nada a mais para se falar. Você já fez estrago o suficiente aqui, volte pro seu lugar, o inferno.

Digo e saio de lá.

Ouvindo os gritos abafados do meu pai.

Ele me virou as costas quando mais precisei, e agora sou eu que faço isso.

Não por vingança.
E sim porque ele fez todo meu amor por ele acabar, a partir do momento que ele apertou aquele gatilho.

Ele matou tudo que eu sentia por ele.
Ele me matou.

E eu nunca o perdoarei por isso.


Continua...

amor proibido [morro] Onde histórias criam vida. Descubra agora