Alexa on
Era meu primeiro dia de aula no último ano do ensino médio, eu estava bem animada, apesar de saber que várias das minhas amigas tinham mudado de colégio, mas eu via isso como uma oportunidade perfeita para que eu me dedicasse mais aos estudos, afinal, eu quero fazer uma faculdade e sair dessa cidade, mais especificamente, da casa dos meus pais.
Estava sentada na penteadeira arrumando meu cabelo quando meu irmão Dom bate na porta e me chama.
- Vem logo sua lezada, vai perder a carona da mamãe. - ele diz.
Eu jogo a escova de cabelo na cama e pego minha mochila, que graças aos céus eu tinha arrumado ontem a noite.
Desso as escadas correndo e quando chego na cozinha, meu pai está com uma frigideira em mãos e fala: - Se sua mãe sair sem você querida, não se preocupe que eu te deixo no colégio, mas sem tomar o café da manhã você não sai.
Minha irmã Natalie acaba de passar por mim indo pro carro da mamãe e fala baixo: - Affz, filhinha do papai. - e revira os olhos.
Coloco a mochila no chão e me sento a mesa, meu pai coloca um sanduíche na minha frente e um copo de café com leite, que eu adoro, mas as vezes eu me sinto muito sufocada pelo meu pai.
- Pronto querida, agora... quando terminar, eu te levo até o colégio. - ele sentou na minha frente e abriu o jornal.
- Pai, eu posso ir de ônibus... não tem problema. - eu olho no relógio de pulso e ainda são 15 pras 7.
- Você sabe como é perigoso...
- Pai, hoje começa meu último ano no ensino médio, você não acha que eu já deveria ter algumas responsabilidades, tipo... ir pra escola sozinha? - eu digo.
- Filha... não tem problema algum pra mim te levar.
- Olha a Natalie... ela já está na faculdade e ainda vai de carona com a mamãe e olha que nem é caminho dela, mamãe chega atrasada no trabalho pra deixar uma adulta na aula.
- Sinto tanto orgulho de você filha, a mais nova, mas a mais responsável. - meu pai afaga meu cabelo. - Você tem razão, é melhor correr, já o ônibus passa.
Eu sorrio pro meu pai e termino de comer, peguei a mochila e coloquei no ombro. Ele ficou lavando a louça e eu caminhei até a parada onde o ônibus do colégio passava.
...
Depois de uns 10 minutos esperando o ônibus, ele aponta no alto da rua, eu aceno e ele para, nem acredito que eu estou indo sozinha pra escola, subo as escadas com um sorriso no rosto e dou bom dia pro motorista.
- Olha só quem se juntou aos plebeus esse ano? - Julien, que estuda na minha sala falou alto e todo mundo olhou pra mim.
- Bom dia pra você também Julien. - eu disse e caminhei procurando um lugar vazio.
- Senta aqui perto de mim gata. - Karl um garoto que eu detesto pede para a menina que está ao lado dele se levantar para que eu fique no lugar dela.
- Obrigada Karl, mas não... - eu passo direto e vou sentar no último banco, quando chego lá vejo que tem um garoto de cabelo desarrumado e fone de ouvido, sentado ao lado da janela.
- Oi. - eu digo e sento. Ele apenas sorri pra mim e volta a olhar pra paisagem, eu dou de ombros e sem conversar com ninguém me encosto no banco e nem dou atenção a bagunça feita por alguns dos meninos.
...
Quando o ônibus para em frente da escola, todos os alunos descem e se espalham rapidamente pelo pátio, eu desço e quando o garoto que estava do meu lado sai, Julien o empurra fazendo-o derrubar o walkman que ele segurava nas mãos.
- Presta atenção por onde anda, otário. - Julien fala e seus amigos riem.
- Que babaca você eim, Julien? - eu falo e passo direto revirando os olhos.
...
Todas as aulas correram bem, eu tratei logo de entrar no clube do livro e no de organização de eventos estudantis. Esse ano ia ser diferente e eu iria ser aceita em alguma universidade de moda em Londres.
...
Quando eu cheguei em casa, meus irmãos ainda não tinha voltado e meu pai deixou um recado na geladeira dizendo que ia passar a tarde na Igreja.
Almocei, fiz minhas atividades e passei o resto da tarde vendo filme na Tv. Quando meu pai chegou eu ainda estava na sala, ele sentou perto de mim e perguntou como tinha sido o dia, eu falei que tudo tinha corrido bem e ele disse que tinha um favor pra me pedir.
- Tem uma menina que eu acompanho ela no grupo de jovens na igreja e ela me falou que estuda no mesmo colégio que você... eu queria te pedir pra passar algum tempo com ela.
- Ahh pai, você sabe que eu não gosto dessas coisas, nem sei quem é essa menina. - eu disse.
- Não precisa ficar grudada nela, você só precisa conversar com ela de vez em quando, eu sei o quanto você é prestativa e acho que não vai custar nada ajudar a garota a se enturmar.
- Qual o nome dela? - eu pergunto.
- Taylor, ela está no primeiro ano e apesar do visual diferente, ela...
- Peraí, você tá falando da baguete?? - eu dou um salto do sofá.
- Não sei que baguete é esse, mas você a conhece?
- Pai, ela é moh estranha, você não sabe os boatos assustadores que rolam no colégio sobre ela.
- Não estou reconhecendo minha filha... Alexa, eu te criei pra ser uma menina que não julga, mas sim que ajuda quem precisa, você mesma disse hoje cedo que quer ser mais responsável, por isso eu estou te pedindo isso.
- Ok, eu vou tentar falar com ela. - eu sento de volta no sofá de cara amarrada.
- Obrigado. - ele beija o topo da minha cabeça.
...
Subo pro meu quarto e pego o exemplar de Orgulho e Preconceito, primeiro livro escolhido pelo pessoal do clube do livro, me deito na cama e leio até pegar no sono.
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Alex Turner's love letter for Alexa Chung
Fanfiction"Minha boca não se cala sobre você desde que você a beijou. A ideia de que você pode beijá-la novamente é presa no meu cérebro, que não parou de pensar em você desde bem antes de qualquer beijo. E agora a perspectiva daqueles beijos parece vento com...