A impressora 3D estava fazendo o seu serviço direitinho, mas o que eu realmente queria eram todos os aparatos de madeira, o maçarico e outras coisas para poder trabalhar na minha nova coleção de joias, como não podia, tive de me contentar com a impressora e com o empréstimo de espaços joalheiros geralmente cedidos por amigos do meu avô.
— Minha nossa Henri! Esses desenhos são seus?
Não havia percebido Bruno entrando em meu novo quarto, ele estava com meu portfólio pessoal em mãos.
— Ah sim, mas são só rabiscos.
— Se todo mundo pudesse rabiscar assim, você já conseguiu fazer todas essas joias?
Sorri balançando a cabeça em negação.
— Não, confeccionar uma joia que não seja bijuteria com os materiais que eu imagino para cada uma demandaria dinheiro e também alguns especialistas, dependendo da gema.
— É tão difícil moldar pedras?
Parei a impressora e liguei um ventilador pequeno na direção do objeto criado, gentilmente tomei o portfolio de Bruno que se recostou na minha cama.
— Essas pedras muitas vezes tem milhares de anos e isso significa valor no mercado, um diamante por exemplo, acredite ou não as vezes é necessário contratar um engenheiro para auxiliar no processo de lapidação, um grama de diamante perdido significa muito dinheiro.
— Nossa que interessante... Eu não tô nem aí. — rolei os olhos com o cinismo do meu novo irmãozinho — Você vive seu trabalho vinte e quatro horas por dia Henri, aquele dia no clube foi mais do que necessário pra você, só estou aguardando o novo endereço que vamos pra lá novamente.
— Não! Não não não não não... Eu preciso te contar uma coisa muito importante.
Bruno sentou-se na minha cama e depois de ver o meu desespero era ele quem estava ansioso pra saber o porquê de eu não querer ir ao clube mais uma vez, então contei toda a verdade sobre Lamartine, sem nenhum filtro falei da esposa e suas insinuações pra cima de mim.
— Uau! Acho bom fazer as pazes com o Patrício, porque agora você já não tem moral nenhuma pra reclamar dele.
— O quê? Eu não sabia que ele era casado.
— Ué, minha mãe também não sabia que seu pai era casado, é assim que as coisas são.
Balancei os braços na frente dele, não era nesse assunto que eu queria tocar, mas meu pai e Eliza eram o exemplo mais próximo que Bruno poderia citar.
— Escuta Henri, se esse cara continua dando em cima de você por que não investe?
— Que tal porque ele é casado. — Bruno estirou o lábio inferior.
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O Brilho da Tentação
RomanceApós uma sequência de acontecimentos ruins num único dia, o maior desejo de Henri era poder recomeçar a vida sem lembrar de quem lhe machucou e tentar ignorar o fato de ir estar morando com seu pai, com quem tem uma relação conturbada. Mas quem...