Capítulo 41 - Telespectador

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Uma semana depois

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Uma semana depois...

— Não vão ter balões e cartão de bem-vindo de volta cara.

— Eu sei, eu já sei de tudo.

Andrew tentou — inutilmente — me preparar para a notícia do meu pai, Soraia e Petros, mas a rede Chermont tinha sido mais rápida e foi através de primos alemães que soube de tudo com uma veracidade assustadora, éramos um sistema conectado de todas as formas possíveis, mas voltar para casa sabendo que eles não estariam lá me dava uma certa sensação de... liberdade. Olhei novamente para o papel em minhas mãos, uma convocação judicial para depor, eu sabia dos riscos, mas também tinha consciência de que não poderia mais ser passivo as atrocidades do meu pai, por mais que não tivesse ciência de tudo, pontas soltas eu sabia.

O segurança nem se preocupou em averiguar demais o carro quando estávamos passando pelo portão, na casa, os passos de Joanne descendo pela escada pareciam ecoar, mas sempre foi assim, ela caminhou até Andrew e seu namorado e os abraçou, depois veio até mim, parando numa distância cordial.

— Como você tá?

— Melhor.

— Ótimo, temos muito trabalho a fazer. Eles deixaram uma série de problemas em nossas mãos. — minha irmã mordeu o lábio inferior para conter uma pequena onda de tristeza facilmente perceptível.

Segurei suas mãos delgadas e a puxei para mim, abraçando-a por completo com a mesma facilidade de sempre, ela soltou o ar contido, mas a lágrima foi discreta, não era do tipo que se desfazia durante qualquer crise e fazia pouco tempo desde uma horrível.

— Eu vou te ajudar a concertar toda essa bagunça, mas quando tudo estiver em seu devido lugar, você tomará conta.

— Eu não os vi Lamartine, não vi todas as coisas horríveis que fizeram, isso... ou me omiti desde sempre? Sou tão culpada quanto eles.

— Hey garotinha, — Andrew segurou o rosto dela — não faça isso consigo mesma, quantas coisas você tinha noção que estavam de fato acontecendo?

— Eu tinha noção de que estávamos abandonando a nossa mãe Lamartine — ela me olhou — tenho a noção de que fui a primeira a me render aos caprichos do meu pai em troca de Barbies e um quarto com banheiro só para mim.

— Joanne — sussurrei seu nome enquanto acalentava mais lágrimas que caiam na palma da minha mão — você era só uma criança, éramos crianças, tudo o que aconteceu em nossa vida naquela época é consequência de escolhas que foram tomadas por outras pessoas e deveriam definir nosso futuro, mas terminaram apenas por definir nossas frustrações adultas. Agora, eu não tenho o Henri, você também terminou o seu relacionamento e o Petros está na cadeia. Resiliência é a única opção que nos resta.

Ela assentiu, logo depois limpou as lágrimas com um sorriso no rosto.

— Sabe qual a parte mais engraçada? Nosso pai achava que uma mulher nunca seria capaz de liderar a empresa, agora eu sou a única escolha. — Sorrimos juntos disso antes dela me dizer mais uma coisa: — O Petros... ele quer ver você.

O Brilho da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora