Capítulo 20 - Abstinência

4.6K 591 207
                                    

— Olha só quem está de volta!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Olha só quem está de volta!

Rose e eu corremos na direção de Kleiton e o abraçamos, a semana de folga finalmente tinha acabado e estávamos morrendo de saudades um do outro.

— Então, como foram as férias?

— Bom, eu fui numa conferência de mulheres negras no mercado publicitário, voltei cheia de ideias e a Joanne já se disponibilizou para trabalhar todas elas.

— Que incrível, e você Henri?

— Eu estava numa das casas de praia do meu pai, lá em ponta negra. Não exatamente lá, mas por perto.

— Nossa! — Rose exclamou — Sua casa é incrível, você é formado, sua mãe muito bem sucedida e seu pai podre de rico, por que insiste em trabalhar como secretário?

— Uh — Kleiton fez uma careta — Secretário, essa doeu.

— Ah Rose, você sabe o que eu quero ser um joalheiro e no momento estar na Chermont é um lugar seguro para isso, depois do desfile então. Além do mais o meu pai nunca me deu tudo de mão beijada, eu que pago minhas roupas, eu que as lavo, eu que comprei meu carro, eu que pago tudo que não seja relacionado ao meu estudo, e como já terminei a faculdade, pago praticamente tudo.

— Tudo bem, não tá mais aqui quem falou, mas mesmo assim se eu fosse você viveria a base de champanhe e caviar.

Estávamos conversando sobre como nossas vidas poderiam ser muito mais fúteis quando aquele conjunto de músculos cobertos por um paletó parou em nossa frente. Lamartine nos desejou bom dia e voltou-se para mim no mesmo instante.

— Desculpem por eu estar atrapalhando o reencontro de vocês, mas eu queria falar com o senhor Bitencourt a sós na minha sala.

— Claro! — Rose me deu uma tapinha nas costas, mas estava olhando para Lamartine como se ele fosse uma joia preciosa. — Vai lá Henri, até mais tarde.

Caminhei a frente de Lamartine e quando entrei nem sequer dei um bom dia, tínhamos algumas coisas a fazer e não queria me dispersar disso. Minto, queria sim.

— Como foi a sua folga? — ele perguntou.

— Não quero falar sobre isso.

Menti de novo, fazia isso frequentemente para escapar de uma conversa com ele.

— Temos muito que fazer. — peguei meu celular e abri minhas notas — Reunião com os gerentes de cada setor e com seus substitutos para falar sobre como devem suceder os processos quando estiver em Paris, a viagem até Paris, tenho que ligar para a companhia marítima, mas creio que um cruzeiro estará saindo do porto no Rio para levar todos os Chermont's do Brasi...

— Henri, desculpa. — Lamartine estava recostado na porta, olhando para mim como um cachorro pidão, respirei fundo sem respondê-lo. — Desculpa pela crise de ciúmes, desculpa por não...

O Brilho da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora