Uma semana depois
Bruno estava com a pele mais acentuada do que o normal, porém o detalhe que chamava mais atenção — ou tanto quanto — que o seu rosto, era o anel de meio preenchido com esmeralda maciça, ele virou-se apontando para o painel com sua imagem exibida e disse:
— Acho que meus olhos não estão combinando com as esmeraldas, quem fez isso deveria ter os destacado mais.
— Quem fez isso fui eu. — Rose cruzou os braços irritadiça e meu irmão postiço fez questão de desconversar da sua soberba.
— Ah... Jura? Eu achei que você estivesse ocupada demais com esse lance de ser a nova chefe publicitária da Chermont.
A queda de Mariano Chermont gerou um colapso total na empresa, colapso esse que estava sendo contornado por uma mulher, incapaz aos olhos do pai, mas Joanne era imbatível quando o assunto era liderar e trocou sua equipe trazendo a unidade uma cara nova... e não haveria melhor pessoa para ser posta à frente da publicidade que Rose.
— Eu estou muito ocupada com minha nova função, mas não vou deixar o Henri na mão. — minha amiga olhou-me sorridente — Esse é seu momento meu amor, quero estar do seu lado. Olha para tudo isso, as joias ficarão expostas nessa vitrine?
Estávamos no espaço que seria a HB, filiada da Golden Prism, a pintura creme e vitrais reforçados — além da publicidade solta com a foto de Bruno — eram as únicas coisas certas da estrutura, mas Rose tinha visão de onde cada elemento poderia ficar.
— Não, só as de mostruário. As joias mesmo estarão no cofre perto da tesouraria, só eu e meu sócio do financeiro temos a chave.
— Por falar nisso. — Bruno interveio — Cadê o poeta?
— Estou aqui! — Kleiton abriu a porta por trás do balcão e foi ao encontro de Rose.
Eu sabia que a ascensão de Joanne, assim como foi a do irmão, poderia prejudicar algumas pessoas, então antes mesmo dela anunciar a troca do quadro coorporativo financeiro da Chermont, eu trouxe Kleiton para minha empresa, meu contador e mais novo sócio.
— Eu não acredito que nós três conseguimos chegar onde estamos agora. — Rose disse ainda abraçando Kleiton e me chamou para que os três ficassem unidos.
— É... — Bruno soltou ao relento — Uns subindo e outros descendo.
Ele ergueu seu telefone para nos mostrar a matéria online de um site que cobria processos judiciais aqui de RN. A foto principal exibia Mariano Chermont como réu, mãos algemadas e duas figuras em desfoque por trás dele. A direita Petros com um uniforme de presidiário e na outra extremidade Lamartine, que usava um terno contrastando seu estado com o do irmão.
Em resumo, a nota afirmava que Mariano Chermont ficaria vinte anos na cadeia pelos crimes que cometeu, podendo responder em liberdade após os primeiros cinco anos (não é muito difícil deduzir que isso se reduziria a meses, considerando a passividade judiciária para crimes de corrupção no país) seu advogado recorreu sobre essa pena. O grande problema para Mariano, assim como para boa parte dos Chermont investigados e condenados era o fato de serem indiciados internacionalmente, a mesma fonte que usaram para multiplicarem seu império fora também sua ruína, era impossível prever o destino de Mariano a partir dali com no mínimo mais três julgamentos em países diferentes. Petros teve a pena reduzida por cooperar nas investigações e entregar mais uma série de corrupções cometidas pelo pai, mas isso não fora uma redução muito sigficativa, Lamartine foi investigado e nenhuma ligação direta foi encontrada entre ele e as transgressões do pai, assim como Joanne.
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O Brilho da Tentação
RomanceApós uma sequência de acontecimentos ruins num único dia, o maior desejo de Henri era poder recomeçar a vida sem lembrar de quem lhe machucou e tentar ignorar o fato de ir estar morando com seu pai, com quem tem uma relação conturbada. Mas quem...