Capítulo 39 - Párias

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Não conseguia parar de me mexer na cama, provavelmente horas já haviam se passado, deveria ser madrugada, mas estava caído num estado de quase pesadelo e quase desperto, será que me fazia tanta falta assim a cama king da casa do meu pai?

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Não conseguia parar de me mexer na cama, provavelmente horas já haviam se passado, deveria ser madrugada, mas estava caído num estado de quase pesadelo e quase desperto, será que me fazia tanta falta assim a cama king da casa do meu pai?

Henri... Me ajuda!

Lamartine agachou-se ao lado de uma parede húmida e descascada, duas bestas de músculos retesados e escamosos se projetaram em sua frente, rugindo vorazmente sobre seu corpo.

Henri, me ajuda.

Meu namorado sussurrou, encolhendo-se ainda mais para não chamar a atenção dos monstros, porém um deles se tomou em ira e formou um gancho com o braço, desferindo um golpe no rosto de Lamartine que gritou desesperado. Também gritei para que o deixassem e corri na direção dos três, a outra besta — que até então havia se mantido inerte — virou bruscamente para mim, os olhos azuis, a pele rosada e os pelos ruivos cobrindo a mandíbula me fizeram reconhecê-lo... Petros.

Ignorei o perigo iminente e segui correndo, a criatura que respirava fortemente em cima de Lamartine também me olhou, seu corpo era semelhante ao de um lagarto e a pele brilhava como turmalina, mas o rosto parecia de um leão grisalho, os olhos eram tão azuis quando do seu, filho, mas a aparência era muito mais demoníaca.

Passei pelos dois e caí sobre o corpo de Lamartine, de seu rosto onde as unhas do monstro haviam partido a pele, começavam a surgir escamas, translúcidas com uma superfície furta cor, ele respirava de maneira entrecortada.

Eu serei um deles Henri... serei um deles para sempre.

Sua boca abriu forçadamente até que estivesse de um tamanho sobre-humano, com dentes afiados e sem padrão, ele avançou contra minha jugular.

Henri.

Sua voz parecia sair mesmo enquanto lacerava meu pescoço, eu estava aterrorizado, mas não conseguia me mover, só via os ombros da fera que ele havia se tornado e olhava para cima.

Henri.

Agora o tom era mais sóbrio, tentei responde-lo, porém, o ar já não passava por minhas vias, a morte era certa.

— Henri!

Inspirei forte e desesperadamente antes de perceber, eu estava na minha cama, a pele grudava em absolutamente todas as fibras que vieram a lhe tocar. Rubens estava plenamente sentado ao meu lado.

— Pesadelo?

Assenti afastando os lençóis de perto e indo para o canto da cama, onde o ar chegava mais abundante.

— Seu namorado?

— Acho que não estou superando tudo com a facilidade que imaginei.

— Você sempre tenta ser uma máquina pensante, e consegue na maioria das vezes, deu certo quando ficamos sem grana, deu certo quando você vendeu as joias, mas somos humanos cara, não dá pra esquecer tudo que acontece de ruim com a gente só se enfiando no trabalho.

O Brilho da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora