Capítulo 21 - O Outro Lado da Família

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Quando ainda não sabia caminhar eu gostava de observar o fluxo dos carros enquanto minha mãe andava pela rua, pelo menos isso é o que ela diz. Depois de um tempo meu avô começou a me levar para o museu de minério, fiquei encantado por aquelas pedras diversas lindas, mas não estava nenhum pouco interessado em ver mais pedras num momento de lazer, apenas caminhei com a mamãe depois de irmos ao restaurante.

— Você está bem Henri? Parece meio aéreo.

O trabalho da minha mãe exigia que ela desvendasse os sentimentos alheios, comigo isso nunca foi algo muito difícil.

— Estou pensativo mãe.

— Sobre o quê?

— Sobre tudo, essa nossa dívida, a minhas estadia com o meu pai na casa dele...

Henrique! — minha mãe sibilou, segurando o meu braço com tanta força que quase o decepa — Você o chamou de pai?

— É eu acho que... Sim. Nossa relação não está tão ruim assim.

— Eu sabia que isso aconteceria! — ela levantou as mãos para o céu e naquele momento foi fácil perceber de onde eu puxei o jeito meio histérico — Sabia que descobririam algo em comum.

Você não faz ideia.

— Mas já que isso não é um problema — ela continuou — Na verdade é uma coisa boa, por que você realmente está aborrecido?

— Por que alguém disse que me ama.

Paramos ao lado de um ponto de ônibus, um carro desacelerou achando que atravessaríamos, mas só ficamos lá e o motorista nos passou um olhar carrancudo.

— E você está inseguro com isso?

— Um pouco, sabe quando passa um filme na sua cabeça de todas as vezes que alguém já disse algo a você? Pois é, eu imaginei todas às vezes em que Tarso me disse eu te amo e logo depois a visão dele me traindo, quer dizer, será que isso é algo realmente concreto ou as pessoas só dizem da boca pra fora?

Mamãe sempre me olhava complacente quando a questionava sobre assuntos da vida, não sei até hoje decifrar se era uma espécie de orgulho por eu estar passando por experiências de amadurecimento, ou era certa compaixão por eu não saber lidar com isso... Talvez um pouco dos dois.

— Você não pode pensar no amor como algo concreto Henrique, ele não é concreto, em contrapartida também não é algo que se cospe igual a um bom dia, desses eu te amo você deve correr, você sabe quando um eu te amo é verdadeiro e valoroso quando ele pesa, se o valor é positivo ou negativo, é você quem vai dizer.

— Nossa, a senhora sempre me vem com essas dualidades, acabei ficando ainda mais confuso.

Ela sorriu e me abraçou.

O Brilho da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora