Após uma sequência de acontecimentos ruins num único dia, o maior desejo de Henri era poder recomeçar a vida sem lembrar de quem lhe machucou e tentar ignorar o fato de ir estar morando com seu pai, com quem tem uma relação conturbada.
Mas quem...
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Minha cabeça estava um turbilhão de sentimentos, eu sabia que aquele era um segredo entre Lamartine e eu, mas precisava dividir com alguém que tivesse uma opinião mais imparcial sobre o assunto.
— Não brinca! Você comeu aquele pedaço de mau caminho?
Bem... Talvez Bruno não fosse a melhor alternativa, mas era a única na verdade. Minhas horas extras renderam uma folga no meio da semana, estava disposto a começar os esboços da joia que seria um dos destaques no desfile, mas fui convidado para cavalgar no hares da família de Bruno, descartando mais uma das fofocas que mamãe e tia Mirian nutriam sobre Eliza ser uma interesseira, na verdade ela já era rica antes mesmo de conhecer meu pai, Bruno então tinha herdado um monte de fazendas pelo País desde o instante que foi concebido.
— Tá bom, desculpa ter falado assim, não precisa fazer essa cara Henrique... O que estou tentando dizer é que não adianta agir com todo esse martírio. Vocês não se gostam?
— Nos gostamos sim.
— E ambos se sentem atraídos um pelo outro né?
— É isso.
— E então? Não existe um porquê de você estar sentindo todo esse pudor. — segurei as rédeas do meu cavalo e olhei rudemente para Bruno — O que foi? Não tenho uma visão romantizada de tudo, além do mais você deveria estar feliz por eu te apoiar, te adoro Henri e se quer minha opinião sobre pegar um dos caras mais ricos e lindos do país eu diria: essa é a natureza humana, Madonna quem falou isso.
— Acha que a Madonna também aprovaria eu estar sendo o elemento de traição para uma mulher? Não estou dizendo que fico triste em você me apoiar, só que às vezes sinto um desejo de que alguém apareça, bata na minha cara e diga que tudo isso é uma loucura.
— Então conte tudo pra noiva ora!
— Não posso! — o cavalo assustou-se um pouco, alisei seu lombo — tudo bem amiguinho, não posso Bruno.
Ele ponderou por alguns instantes.
— Acha que eles se amam?
— Quem, Lamartine e Catarina? Não sei, os dois sempre parecem distantes e só se veem em situações a típica.
— Talvez não aja sentimento no relacionamento dos dois.
— E por que alguém casaria sem amor? — Bruno sorriu da minha pergunta como se eu fosse uma criança.
— Você é rico e não sabe disso Henri?
— Prefiro não pensar sobre os motivos, talvez não me faça bem.
— É isso! Quer um conselho? — ele perguntou enquanto desmontávamos.
— Por favor.
— Não se martirize, aproveite isso com seu chefe sem procurar envolver-se demais e tudo acabará bem, acredite em mim, esse tipo de relacionamento já começa fadado a terminar.
