Cada passo era sufocante, passei todo o fim de semana imaginando aquele momento com Lamartine, foi a coisa mais errada que eu poderia ter feito e ao mesmo tempo tinha sido tão sublime que em vários momentos me peguei sorrindo, mas não era assim que entrava na sala, entrei com o rosto preso numa torrente de arrependimento confuso.
— Henri! — foi meio assustador ser recebido com uma saudação tão feliz, Lamartine e Joanne estavam tão radiantes quanto a manhã, ambos com taças de champanhe nas mãos, foi Joanne quem me convidou — Venha, junte-se a nós.
Aproximei-me lentamente e recebi uma taça, Lamartine mordeu o lábio em meio ao sorriso, ato que apenas eu presenciei, ficava apavorado com suas investidas em público.
O que Joanne pensaria se soubesse?
— Estamos comemorando algo em especial? — perguntei ainda meio por fora do momento.
— Lamartine? —Joanne apontou para o irmão que levantou o celular e pressionou sobre uma mensagem de áudio.
"Devo dizer que estou impressionado com os resultados obtidos com uma simples reuniãozinha, os sócios me enviaram mensagens confirmando renovações de contrato e oferecendo capital para custearem os novos projetos da Chermont Rio Grande do Norte... Parabéns Lamartine."
Era a voz de Mariano Chermont, parece que afinal de contas ele não estava mais tão chateado em ter deixado o filho no comando da empresa.
— Quer dizer que vamos ter auxílio para os novos projetos? — disse sorrindo.
— É o que parece. — Lamartine tomou sua taça de uma vez só fazendo um rosto azedo — Isso significa muito trabalho para movimentarmos todos eles, você está conosco Henri?
— É claro que está! — Joanne me abraçou — Henri, sem a sua ajuda nada disso seria possível, você é nosso menino dos olhos.
— E que olhos. — Lamartine completou me deixando envergonhado, mas por sorte o meu rosto foi apenas de agradecimento, ou pelo menos senti isso.
— Bom... Se vocês precisam de mim é claro que ajudarei.
— Sei que podemos contar contigo. Agora eu vou voltar para a sala. — Joanne pegou a garrafa de champanhe, o que fez com que Lamartine lhe olhasse firmemente — E vocês garotos, é melhor adiantarem os próximos passos, farei o mesmo.
Quando Joanne se retirou não demorou mais que um segundo para meu chefe soltar uma das suas.
— Parece que teremos que passar bastante tempo juntos, o que acha disso senhor Bitencourt?
— Acho uma boa hora para estabelecermos limites no nosso relacionamento.
— Sua nomenclatura é muito pesada, que tal chamarmos apenas de amizade?
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O Brilho da Tentação
RomanceApós uma sequência de acontecimentos ruins num único dia, o maior desejo de Henri era poder recomeçar a vida sem lembrar de quem lhe machucou e tentar ignorar o fato de ir estar morando com seu pai, com quem tem uma relação conturbada. Mas quem...