Após uma sequência de acontecimentos ruins num único dia, o maior desejo de Henri era poder recomeçar a vida sem lembrar de quem lhe machucou e tentar ignorar o fato de ir estar morando com seu pai, com quem tem uma relação conturbada.
Mas quem...
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— Você já está chegando?
Joanne parecia ansiosa pelo telefone, era o dia da inauguração da água mineral diamante, eu não achava um nome muito chamativo, mas quando se está com sede em geral não é bem o nome da água que interessa, além do mais a garrafa era bastante atraente.
— Estou na esquina da empresa — respondi enquanto guiava Bruno — Chego em quinze segundos.
— Estou num Siena prata, assim que você chegar vá até ele.
— Certo. — desliguei o telefone — Não entendo o porquê dela estar tão apreensiv... Ah meu Deus.
A empresa parecia ser a sede do Oscar, tinham repórteres, carros da prefeitura e muita gente ao redor de um tapete cinza que se estendia até a entrada protegida por uma fileira de seguranças.
— Não acredito que vim de roupa esporte. — Bruno bufou decepcionado — Essa festa cheira a caviar.
— Você come caviar toda semana. Obrigado por me trazer, aquele é o carro da Joanne, bem ali perto da Van da emissora.
— Quando você sair, por favor, não deixe que as câmeras me vejam.
Desci do carro e Joanne já estava a minha espera, ela trajava um vestido preto de seda elegantíssimo, nossos braços se cruzaram e seus olhos me examinaram de cima a baixo.
— Você está muito lindo Henri, adorei o paletó. — meu paletó era de um tecido que lembrava camurça, turquesa discreto que brilhava se posto contra a luz.
— Que nada, é você quem está estonteante Joanne, seus brincos são maravilhosos.
Ela ergueu o pescoço mostrando seu brinco triangular confeccionado com turmalinas e prata, naquele momento só sua cabeça valia alguns milhares a julgar pelo tamanho e brilho das turmalinas.
Quando os repórteres nos viram fomos cercados, perguntas sobre aquela e outras inaugurações estavam sendo feitas a Joanne, não só em português, emissoras da moda francesa a questionavam sobre diversos assuntos, ela sempre soava receptiva e séria em suas respostas, tentei ficar neutro a todo o ambiente. Paramos em frente ao fotógrafo do jornal local para algumas fotos que posteriormente sairíamos com caras estranhas e hiper saturadas.
O interior da empresa mais parecia um baile de gala, lotado de pessoas com trajes diferenciados, eu já havia esquecido como era estar num grande evento da Chermont, representantes de todas as partes do mundo vinham se prestigiar como um enorme grupo que eram. Caminhamos por todo os espaços do primeiro andar onde estava sendo o evento, todos os funcionários estavam tão brilhantes que era difícil distinguir donos de empresas de trabalhadores, Kleiton e Rose acenaram para mim quando nos vimos.
— Pode ir falar com eles Henri, basicamente só precisávamos passar em par pelo tapete.
Olhei para nossas mãos que ainda estavam juntas e soltei com um sorriso, ela tocou em meu ombro bem humorada, era bem fácil lidar com Joanne, muito mais fácil do que lidar com seu irmão.
