Capítulo 23 - O Sócio

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—Henrique! Já chegamos!

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—Henrique! Já chegamos!

Joguei meu livro de lado quando Lamartine saiu em disparada pelos corredores do Navio, o segui quase derrubando uma das camareiras sem querer, ela me chamou de "Boludo" mesmo com as desculpas, mas resolvi ignorar já que havia perdido o grandão de vista, fui o encontrar na proa onde um monte de passageiros se amontoava perto de um guia a frente deles, Lamartine me recebeu com um abraço e um beijo na bochecha, a alegria de chegarmos ao nosso destino depois de duas semanas num navio.

— Chegamos Henri, olha só isso.

Fiquei na ponta dos pés por um segundo e quando um rapaz tão grande quanto Lamartine finalmente saiu da minha frente foi que pude ver. A costa de Marselha surgia como uma cidade medieval erguendo-se sobre rochas, cada metro d'agua percorrido nos aproximava de uma cidade que assim como Natal misturava tons distintos, nesse caso a modernidade com pitadas históricas bem marcantes.

— Senhoras e senhores bem-vindos ao Vieux Port de Marselha! — o guia apontou na direção de onde íamos ancorar, sua voz tinha sotaque francês carregado, de uma maneira quase falsa — Estamos tendo o privilégio de pararmos na costa que recebe barcos a mais de três milênios. Marselha é a cidade mais antiga da França, ultrapassando dois mil e seiscentos anos, ela inspira cultura através dos vinte e dois museus, dezessete teatros e manifestações artísticas que duram o ano todo!! Ufa... — ele limpou a têmpora — Mon Dieu! Quanta coisa não é mesmo? Boa sorte a todos para visitarem essa quantidade de locais.

— Queria ter tempo para visitarmos tudo isso. — Senti a voz grossa cochichando ao pé do meu ouvido. Lamartine e eu trocamos um olhar brilhante.

Logo fizemos nossas malas – que por sinal eu não tinha até chegar ao cruzeiro – e desembarcamos, eu estava a passos estreitos graças a grandiosidade do espaço, um calçadão se estendia brilhante no meio de estruturas que não sabia discernir se eram casas ou pontos comerciais, talvez os dois, todos com traços do passado em suas formas.

Bienvenue monsieur Chermont... Bonjour Henrique.

Um homem magro e alto trajando um terno preto nos recepcionou na descida da rampa, ao vê-lo suar fiquei agradecido por um momento em não estar com as mesmas roupas.

Bonjour Roger... — Lamartine o cumprimentou com um aceno — Henrique e eu vamos até um restaurante, nos acompanhe, por favor.

— Claro senhor.

Roger dirigiu por ruas estreitas até um restaurante de tamanho modesto, mas elegância notável e com a visão avassaladora de boa parte da cidade, incluindo o pico dourado de um castelo ao longe que parecia até uma miragem.

— Castelo d'If. — Lamartine falou enquanto se deliciava com seu bolo de peixe em fios de azeite — O conde de Montecristo foi inspirado nele, bonito né?

— Impressionante! — falei embasbacado.

— Você não viu esses lugares quando veio com meu pai?

O Brilho da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora