Capítulo 29 - Prato Cheio

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— Nós vamos pra New Yoork!

Rose cantou um pedaço da música da Alicia Keys sem nem ligar para a quantidade de pessoas ao nosso redor, era o planejamento anual da exposição Chermont e um monte de ilhas foram espalhadas num único andar do prédio, todos estavam lá para saber quem iria ou não acompanhar os chefes e ajudar na organização do the MET, era o momento de se sentir superior aos outros funcionários, e como eu odiava tudo aquilo, mas aparentemente era o único:

— Não acredito que a Joanne finalmente vai me levar para o exterior, ai meu Deus que bom eu ter baixado o aplicativo de conversação.

— Você não disse que um monte de caras veio dar em cima de você? — Kleiton a perguntou.

— E como você acha que eu treinei a conversação? Na base do flerte meu amor, e um dos caras mora perto do museu, assim que eu terminar meu trabalho já vamos nos encontrar na quinta avenida... Isso é tão romântico!

Kleiton e eu nos olhamos enquanto nossa amiga parecia a julieta apaixonada.

— Escuta — ele falou — cuidado para você não ser sequestrada e arrancarem seus órgãos, ou pior, te obrigarem a ser escrava sexual, sabe a fama que as brasileiras têm na América do Norte?

— É por isso que o Henri vai comigo. — ela pôs o braço sobre o meu ombro — Além do mais tudo que interessa é que nós três estaremos juntos naquela selva de pedra maravilhosa, somos os três mosqueteiros que chegaram aqui como estagiários e sairemos de Natal para o mundo! Aposto que tem veterano por aí morrendo de inveja.

Algumas pessoas realmente passavam com um olhar maligno para nós, principalmente por conta da minha querida amiga não ser muito discreta.

— Não haverá fofoca mais bafônica que essa aqui na empresa!

Mas houve sim, e eu não queria estar envolvido nessa, principalmente por ser algo mais íntimo que qualquer outra coisa, porém lá estava ela. Catarina apareceu do elevador com olhos em fúria, sua pele pálida estava mais consistente e as veias pareciam querer saltar dos olhos, ela procurou por algo como uma besta em fúria e quando me encontrou recostado numa mesa foi que percebi, a presa era eu.

Seus passos não eram languidos e controlados como antes, agora estavam descompassados e longos até o momento em que ela chegou perto de mim, empurrando Rose para o lado e impulsionando seu braço para trás até que a mão golpeou meu rosto com uma força tão grande que fora quase capaz de ecoar mesmo com tanta gente abafando o espaço.

Não me movi enquanto ela praguejava algo em russo, meu ouvido esquerdo estava abafado, senti a queimação se espalhando no canto do rosto que deve ter ficado vermelho por completo, não pela dor, mas a vergonha de ser fitado por todos aqueles olhos confusos e excitados pela briga, meus amigos permaneciam tão atônitos quanto eu, mas por motivos diferentes, eles por não compreenderem e eu por compreender demais.

O Brilho da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora