Capítulo 40 - Alívio

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O dia estava perfeito para uma praia ou qualquer lazer ao ar livre, porém, minha decisão de colocar um fim nos laços pendentes entre os Chermont e eu me fez quebrar planejamentos secundários

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O dia estava perfeito para uma praia ou qualquer lazer ao ar livre, porém, minha decisão de colocar um fim nos laços pendentes entre os Chermont e eu me fez quebrar planejamentos secundários. Já estava na entrada da empresa quando cruzei com a mulher que desfilava com uma mala de viagem relativamente grande.

— Tamara?

— Henri? — ela parou com certo atraso, como se não tivesse me percebido ao seu lado. Os olhos tinham um ligeiro alarme e Tamara sibilou ao me perguntar — O que faz aqui?

— Vim acabar com tudo, não aguento mais essa empresa.

Tamara esboçou um sorriso, não algo plástico e subserviente como sempre fazia, mas um sorriso sincero, desfazendo a face de antes.

— Você é um garoto correto Henrique... e sortudo. Tudo de bom em sua vida.

Aquela foi a primeira frase verdadeira que Tamara me dissera, e só fiquei sabendo disso alguns minutos depois, mas naquele momento apenas a vi entrando num carro cinza e continuei meu fluxo. Vi a recepcionista do prédio me olhar como se eu fosse uma subcelebridade entrando no aniversário de alguém, ela digitou algo em seu telefone, o pessoal da limpeza olhava e conversavam entre si, afinal de contas, o que move a Chermont é a fofoca, e naquele momento, eu movia a Chermont.

— Jovem Henrique! Não o esperava a essa hora da manhã aqui.

Mariano Chermont disse do seu jeito irônico, ele conversava com Petros e Joanne quando entrei sem pedir licença na sala principal.

— Henri! — Joanne respirou, surpresa, caminhando até mim com um sorriso não muito convincente — O que faz aqui?

— Vim me desligar da empresa, esse lugar me dá asco.

— Cuspindo no prato que comeu — Petros disse desinteressadamente enquanto checava seu relógio multiuso — que espírito pobre.

— Chega! — Joanne interveio de maneira imperante, depois me disse serenamente — Eu mesma já preparei o seu desligamento Henri, como pedido. — ela caminhou para a mesa e retornou com os documentos — Você só precisa assinar.

E foi assim, com um simples assinar, que os dois anos e dez meses de trabalho duro e mentiras mascaradas se esvaíram judicialmente.

— Pronto! — Mariano bateu palma uma vez — Agora você está isento de nós e não crescerá imensuravelmente, como se sente sabendo que começará do zero sem ajuda alguma, meu jovem?

"Meu nome é Fernanda Movera"

A voz feminina reverberou unida a um ruído por todo prédio, buscamos sua origem quando ela continuou a falar, Petros apontou imediatamente para o monitor da sala no canto superior direito onde em geral a logo da empresa aparecia, Tamara estava aparecendo, num fundo branco e com a face séria, uma corrente em seu pescoço com o brasão verde e amarelo me fez prender a respiração. Tamara era...

"Sou policial investigativa e nos últimos meses estava infiltrada dentro da C-Diamond para averiguar atividades questionáveis que já ocorreram em outras unidades mundiais da Chermont, essa operação estende-se por todo grupo com o sobrenome"

— Meu Deus. — Joanne levou a mão até sua boca — O que é isso, pai?

Ela correu para a porta de entrada e a segui, de cara vimos um dos totens de apresentações relacionadas a marca reproduzindo a mesma imagem da policial, pelas paredes translúcidas da sala publicitária era possível enxergar a silhueta da mesmíssima coisa, estava sendo uma apresentação em massa.

"Como suspeitávamos, seguindo o exemplo de seu irmão, Mariano Chermont está envolvido em esquemas de exploração de áreas preservadas, corrupção passiva e ativa, extorsão e uma série de outros crimes, tendo como principais cúmplices, sua esposa, Soraia, e seu filho... Petros"

Por um segundo meu coração palpitou em ouvir seu filho.

A agitação latente dentro da sala era notória, Joanne olhava incrédula para seu pai e irmão.

— O que é isso? O que é! — ela berrou curvando o seu corpo, quase caindo por completo.

— O fim. — Mariano sorriu amargamente, sem sair do lugar.

— Saia do prédio agora mesmo, Chermont!

Fora possível ouvir Tamara, ou melhor, Fernanda Movera gritando antes mesmo que ela chegasse ao andar onde estávamos. A policial disse que já haviam outros subindo pelo elevador privativo, como uma intuição do que Petros pretendia fazer, Mariano caminhou calmamente até o arco e atravessou a porta, eu fiquei inerte ao lado de um arranjo, até ouvir Joanne gritar.

Ao sair da sala, me deparei com um círculo de pessoas em volta das telas nas extremidades do andar, Mariano estava de pé na barra metálica, o corpo arqueado ameaçando ir para trás. Policiais haviam rendido Petros, mas ninguém ousava avançar na direção de Mariano.

— Pai, desce daí! — Joanne suplicou em lágrimas.

—É tudo verdade. — Mariano disse para ninguém em específico, para qualquer um que quisesse ouvir, num tom de desprezo total — Fiz tudo que fui acusado de fazer, pelo desejo de estar sempre no topo, sempre no controle. Consegui estar no controle!! E isso, vocês não vão tirar de mim, nem no último dia da min...

Uma sombra ágil abraçou Mariano e o levou até o chão de maneira brusca, ele se contorceu em dor quando se deu conta de que seu rosto havia batido na cerâmica lisa e que Fernanda Movera o imobilizou, privando-o de se livrar dos seus crimes com um rápido e eficaz suicídio.

— Mariano Chermont, você está preso pelos crimes antes já citados e reconhecidos por você mesmo.

Não houve cerimonia para a apreensão de Petros, ele caminhou silencioso e rapidamente, escoltado por um grupo de policiais, Já Mariano teve um pouco de dificuldade para levantar-se e os policiais tiveram dificuldade em conter Joanne que tivera um ataque histérico ao ver seu pai sendo algemado, não percebi que visualizei todos os detalhes perto o suficiente para sentir a vibração dos corpos se chocando no chão e a respiração de Mariano sobre mim quando ficamos cara a cara, seu rosto parecia recém recuperado de um ataque vascular, era digno de pena, mas percebi que toda minha pena não era dele, mas sim dos gritos de Joanne, do estado de Lamartine e até mesmo do que sua influência gerou para Petros.

— Aliviado. É assim que eu me sinto por romper tudo que me conectava a você.

Ele nada respondeu, apenas saiu com seus inquisidores e foi visto por cada um e todos os seus empregados, mas cada um deles poderia olhar para Mariano Chermont de cima naquele momento até mesmo os cachorros que cruzavam na calçada, todos estavam a cima dele, nada, jamais... estaria sob seu controle.

Como eu me senti?

Aliviado.






Olá meus amores e amoras!!! Nhaí hein? Curtiram o capítulo? Então deixem a estrelinha aí (e eu sei que tem gente aí lendo sem votar, faz isso não amiguinho, me dá um real de moral aê' parceiro.

Mariano foi preso (palavrão que eu não falo)!!!!!!!!!!

O danadinho tentou escapar se suicidando, mas a Tamara, ou melhor, Fernanda Movera foi mais rápida. Então gente, qual será o próximo passo no desenrolar dessa estória, ansioso para ter vocês no último capítulo. Até mais meus amores e amoras, prometo que próximo capítulo teremos uma revelação a mais... fiquem ligados, grande beijo e forte abraço!!!

O Brilho da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora