Capítulo 27 - Uma Tarde sem Fim

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Abri a porta da casa de tia Mirian, minhas pernas estavam tremendo depois de subir alguns lances de escadas então soltei todas as malas no chão assim que pude

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Abri a porta da casa de tia Mirian, minhas pernas estavam tremendo depois de subir alguns lances de escadas então soltei todas as malas no chão assim que pude.

Lilica aproximou-se esfregando seu corpo entre minhas pernas enquanto ronronava como se pedisse algo.

— Oi Lilica, tem alguém em casa?

A gata apressou-se a caminho do corredor, dei um sorriso que continha uma leve surpresa.

— Mas olha só, você está quase me fazendo gostar de gatos.

Segui os passos da felina e no meio do corredor estava uma calça jeans amarrotada, "Rubens seu relaxado" peguei a peça do chão e vi Lilica novamente, em frente à porta do quarto de Tia Mirian, a segui e foi tudo muito rápido.

Ouvi um murmurar suave.

Achei que tia Mirian estivesse roncando.

Liguei a luz.

Cama bagunçada.

Mãe sobre cama.

Homem sobre mãe.

Homem cai da cama.

Mãe grita "filho"

Homem diz "filho?".

Mãe pega lençol.

Lençol cobre corpo de mãe.

Filho fecha a porta, e deseja apagar toda a cena da sua mente... Mas essa merda não vai sair da minha mente tão cedo. Ok, mães fazem sexo, pais fazem sexo, mas não é algo muito agradável de ver, eu já tinha ouvido ela e o Patrício ofegantes quando nossa casa não era tão grande e fora traumático o suficiente.

Fiquei parado com a mão na maçaneta tentando abstrair toda a cena, minha mãe bateu na porta, o que foi muito estranho já que era eu quem estava do lado de fora.

— Pode entrar filho.

Obedeci lentamente, os dois permaneciam seminus e o mais estranho – ou cômico – era a naturalidade em suas posições, o cara em pé com uma cueca mal colocada e mamãe com o corpo coberto sobre a cama.

— Henri, esse é o Ricardo... Ricardo Pinto.

Pinto.

Não lembro se eu sibilei ou apenas pensei em como o conjunto nome e sobrenome eram um clichê hilariante. O homem esticou o corpo para apertar minha mão.

— É um prazer conhecê-lo, eu sou o terapeuta da sua mãe, estou ajudando com suas... Com-p-pulsões.

— Eu aposto que sim. — falei no com um quase sorriso nos lábios.

— Compulsões financeiras! — foi minha mãe quem protestou, eu fiz um sinal de paz com as mãos.

— Tudo bem, tudo bem, desculpem o incomodo, só não foi algo que eu estivesse esperando. Por Deus, literalmente não era algo que eu estava esperando, mas desculpem! — comecei a me afastar com as mãos na frente do corpo — Eu vou sair daqui e vocês podem fingir que nada disso aconteceu, é o que eu vou fazer.

O Brilho da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora