Amor nas Nuvens - 2ª Temporada

Capitulo 61

           

Eu ouço Matt batendo a porta do quarto atrás de mim e continuo caminhando até o meio do quarto.

A única coisa que quero é me enfiar debaixo dos lençóis e chorar minha raiva e frustração.

MATT: Sério... quem era aquele cara?

JULIA: Alguém que tem algo contra nós, Matt?

MATT: Porque alguém teria algo contra nós?

JULIA: Não sei... não seria a primeira vez.

MATT: Não consigo imaginar quem estaria com raiva de nós nesse momento. Alguém com ciúmes? Algum fã? As revistas de fofoca? Me dê a carta, deve haver alguma evidencia nela.

Eu vou até a minha mala e pego o envelope com o bilhete do desconhecido, eu entrego para Matt, que o examina atentamente.

MATT: Talvez devêssemos entregar a isto ao Allan, eu confio nele.

JULIA: Porque não para a policia?

MATT: Porque nós não sabemos quem é aquele homem, e não sabemos para quem ele está trabalhando. Vou mandar uma mensagem para o Allan.

Eu em pé, em frente à janela, e olho para a rua. Tento me acalmar um pouco, admirando a cidade sendo acesa enquanto a noite cai.

Ouço o barulho dos carros nas avenidas e as buzinas dos táxis apressados. Eu respiro fundo e olho para Matt, que está deitado na cama com o telefone na mão.

JULIA: O que você está fazendo?

Matt senta na cama, ele faz sinal para eu me juntar a ele. Eu sento ao lado dele, em silencio.

Sua mão acaricia o meu rosto suavemente e seu rosto abre um grande sorriso.

MATT: Eu estava vendo o que as noticias dizem. Estão espalhando todo o tipo de bobagens...

Eu olho para Matt e fico com raiva de mim mesma por ser tão chata com meus súbitos desejos. Eu admiro a sua paciência e a sua calma, isso é algo novo nele.

Ele sempre foi tão temperamental... acho que o tempo que passamos na ilha o mudou bastante.

MATT: Pare de se preocupar, amor. Você se castiga muito...

JULIA: Sim, estou tentando... me desculpe...

MATT: Não se desculpe, eu entendo... Eu não quero que você segure as suas emoções, se você precisar gritar, pode gritar comigo. Eu estou disposto a fazer o que eu puder para ajudá-la a se sentir melhor. Venha, me dê um abraço.

Eu dou um sorriso discreto a Matt, que responde também com um sorriso, mas bem maior e reconfortante.

Eu me aproximo dele e ele envolve os seus braços ao meu redor, me dando carinho e protecção. Eu deito minha cabeça em seu ombro e olho para ele, pensativa.

Eu o observo com carinho e admiro cada traço do seu rosto. Me lembro da primeira vez que nos encontramos, no avião.

Ele tinha esse mesmo sorriso, um sorriso que ele dá quando quer me consolar ou demonstrar que está ao meu lado. Me lembro que eu quis conhecê-lo melhor, aprendi a conviver com ele, nossos primeiros momentos íntimos.

Então, ele olha profundamente em meus olhos, e eu dou um sorriso tímido. Ele coloca o polegar e o indicador em cada lado da minha boca, e puxa para os lados, tentando formar um sorriso maior em meu rosto.

MATT: Agora sim, perfeita.

De repente, alguém bate na porta, eu me assusto e olho para o Matt.